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PODER E DEVER





 Por Gilberto Veras (*)


São duas providências divinas que orientam o homem na marcha evolutiva da vida, precisam, por isso mesmo, ser muito bem entendidas e aplicadas, para que não sejamos retardados em nossa caminhada, com reações desagradáveis (de caráter educativo), respostas automáticas a imprevidências, pela necessidade do aprendizado ditado pelas leis superiores, comandos e determinismos do Todo-Poderoso. Fomos criados pelo Pai da Vida com finalidade muito bem definida, soberanamente inteligente e amorosa, com consequências assaz motivadoras pela satisfação crescente que proporcionam em nossa intimidade, e nos impelem ao estado de felicidade plena, no final da jornada de aperfeiçoamento, com o espírito dispensado de provas e expiações. É interessante e primordial observar a imprescindibilidade e o inter-relacionamento do binômio poder-dever no processo de aprimoramento da alma humana.

O poder nos confere a liberdade de escolhas, essa concessão nos permite realizar tudo o que desejarmos, até mesmo interromper a vida, nossa ou a do outro, não há impedimento a nada, nem na esfera do bem nem na do mal, somos poderosos, podemos tudo, porém assumimos a responsabilidade dos atos praticados que serão todos, sem qualquer exceção, acompanhados, analisados e julgados em tribunal infalível que funciona por extensão divina em nossa própria consciência.
Nosso dever com a vida é um só, ser feliz e contribuir com a felicidade do próximo. Esta obrigação humana é com Deus e com mais ninguém, não recebemos solidariedade Dele ao assumirmos posição devedora com o irmão que se nos apresenta como credor moral valendo-se de autoridade usurpada por força inválida do orgulho, egoísmo ou vaidade.
Se nos focarmos em nosso dever, que é único, forçosamente direcionaremos nossos poderes múltiplos para obtermos o objetivo da vida, a felicidade plena, adquirida, na desafiadora viagem, passo a passo, por momentos felizes em que harmonizamos poder e dever conforme a vontade da Suprema Inteligência. 
No momento de nossas decisões, para não incorrermos em afrontas comprometedoras à suprema dádiva da vida, reflitamos com calma e honestidade, e com o coração banhado pelo fluido do amor fraterno, que higieniza e racionaliza almas pequenas a caminho de propósitos grandiosos.

(*) poeta e escritor espírita.

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