Por Gilberto Veras (*)
Ao encontro de duas forças antagônicas dá-se
o nome de conflito. Este choque de energias contrárias pode ocorrer no mundo
físico ou transcendental, na intimidade pessoal ou no exterior com a
participação de terceiros, registrado por nossas vistas e nossos sentimentos. A
sensação que o conflito causa nas pessoas é por demais desagradável, inibe a
paz, desorienta o raciocínio e acolhe o desamor. Quem de nós não já
experimentou desse veneno?...Com a certeza da verdade, todo ser humano é
vulnerável a esse imbróglio psíquico, isso porque nossa imperfeição dá lugar
íntimo a dois poderes adversos, o bem e o mal, o primeiro concedido pelo
Criador Amoroso para nos propiciar a felicidade, e o outro por nós mesmos
criados ao nos desalinhar com as leis divinas de comando, equilíbrio e
controle, representadas, no campo moral, pela lei magna de amor, justiça e
caridade.
Sim, conviveremos por longo tempo,
incalculável mesmo, com esse pernicioso estado de espírito, já que o processo
de aperfeiçoamento requer incontável pôr do sol, mas não é por isso que devemos
nos acomodar e deixar tais situações tomarem vulto, justificando-as pela
qualificação de normais ao ser imperfeito, esse caminho é falso porque elas são
comuns e não normais, normal aos filhos de Deus é o bem, jamais o mal, criação
humana infeliz. E qual a providência para combatermos nossos conflitos?
Ora, se aceito o entendimento de que esse
estado nocivo é decorrente do confronto de forças do bem e do mal, nada mais
lógico, identificar com isenção honesta, no âmago de nossa alma, qual a
natureza da força que ativamos no embate, se for do bem perdoemos o opositor
malévolo, se for do mal peçamos perdão ao bem agredido, só assim ficaremos em
harmonia com nossa consciência e psicologicamente saudável para dar andamento a
projetos benévolos, motores de avanço no aprimoramento moral de nossas almas
infantis.
Se, por orgulho ou vaidade, insistirmos em
analisar o outro para nele encontrar a força negativa, ou mesmo que seja a
positiva, estaremos incorrendo em crasso erro opcional, pois nenhum acesso à
intimidade do próximo nos é permitido, não há como sentirmos pelo outro, logo
qualquer conclusão será precipitada, carece de precisão, mesmo que haja acerto
por conta da lei de probabilidade, ainda assim não é válido o procedimento
porque não nos cabe julgar o irmão, o dever de cada um para construir sua
felicidade é com o Todo-Poderoso, jamais com o semelhante, tão carente quanto o
julgado, uma coisa é amar o próximo e auxiliá-lo em suas dificuldades
reveladas, outra, bem diferente e despropositada, é a pretensão de avaliar
sentimentos dele, ativados em intimidade privativa, bloqueada ao avaliador
divinamente desautorizado.
Enfim, na ponta da solução para conflitos
está o perdão. Perdoemos, perdoemos sempre, se nossa posição for de ofendido,
e, se reconhecemos ser o autor da agressão, peçamos perdão com humildade
sincera ao injustiçado do ato descabido, e receberemos, do Infinitamente Justo,
recompensa na forma de ânimo e coragem para prosseguirmos na caminhada
vitoriosa.
(*) poeta e escritor espírita. Autor das obras: "A Recompensa do Bem", "EXtrato do Ser", "Vinte Contos Conclusivos"
Caro Gilberto,
ResponderExcluirBelíssimo texto! A tolerância, inscrita na tríade kardeciana, é o paradigma para a prevenção dos conflitos. Parabéns!
Paz e Luz Senhor Gilberto, excelente texto. "Não há como sentirmos pelo outro" precisamos compreender mais desta forma, assim evitaremos tantos conflitos. Um Coisa aprendi com Chico, "meu filho quando não tiver nada de útil para dizer, silencie."
ResponderExcluirVamos combinar! Vamos ceder!! e então nada de conflitos!!! Parabéns, Gilberto Veras.
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