Pular para o conteúdo principal

CENTRO ESPÍRITA: PROCURA E ACHARÁ¹



             
         
Quando alguém busca uma instituição espírita traz em sua mente uma série de objetivos que condizem com suas necessidades fundamentais. O leque de motivos varia desde uma curiosidade intelectual até os processos graves de alteração do estado de saúde, física ou espiritual. Ao recém chegado cabem todas as dúvidas e exigências que caracterizam a razão daquela busca e nisso não deve residir qualquer problema ou veto de sua entrada naquela casa de prestação de serviços ao próximo.
            Aberta ao livre desembarque de pessoas, a casa espírita é que precisa de regras e formas para dispor da mais bem acabada recepção e encaminhamento daqueles que adentram as suas portas. Não seja vista com assombro a constatação de que o momento presente destaca as instituições espíritas numa condição de respeito e dignidade perante a opinião pública que em outras épocas, mercê dos preconceitos filhos da ignorância, as consideravam um espaço de sandices e práticas condenáveis. Essa nova visão se deve ao avançar das idéias propostas pelo Espiritismo que, qual a semeadura proposta por Jesus, fertiliza a inteligência humana e se multiplica em todas as classes sociais, pela adesão sistemática de centenas de homens e mulheres que são respeitados na sociedade.
            Fiéis aos proclames da equipe comandada pelo Espírito da Verdade, o trabalhador da seara espírita precisa estar atento à essencialidade de manter efervescente o foco no caminho indicado por Allan Kardec nas obras que consubstanciam o Pentateuco Kardeciano e nos volumes da Revista Espírita, da lavra do mesmo autor. Impossível qualquer equívoco quanto à certeza de que sem a firmeza desse conhecimento não há Espiritismo para atender aos anseios das pessoas que adentram em busca de esclarecimento ou consolo.
            Respeitadas todas as ideias e boas intenções, o oxigênio que alimenta a casa espírita tem o nome de estudo doutrinário. Definitivamente é vital, para quem aporta àquele recinto em busca da consolação e apoio espiritual da mensagem cristalina da Doutrina Espírita, compreender nos seus primeiros passos que estão iniciando um processo de tratamento interior, uma viagem para a vitória sobre as próprias deficiências humanas, essa a única maneira de galgar novas posições diante da vida. É preciso entender de imediato que o Espiritismo não depende da exposição aos fenômenos mediúnicos ou da promessa de curas de doenças, daí o principal serviço oferecido aos que nos buscam, muito mais que a possibilidade do passe que magnetiza positivamente e da água fluidificada que alimenta as energias, deve estar baseado na prática do auto-aperfeiçoamento, a maior e mais profunda revolução que a pessoa pode buscar para a transformação que deseja para si.
            A Instituição Espírita para fazer jus a essa denominação fundamenta a sua edificação no sólido alicerce da Codificação. Jamais se compromete senão com a divulgação que esclarece e só assim consola e fortalece o espírito humano. Cuida pela pureza doutrinária e jamais se permite desviar pelas sendas do proselitismo ou de práticas de engajamento pela promessa de ganhos materiais. O objetivo que a constitui é servir de solo fecundo onde a mensagem da espiritualidade superior faz morada formando uma ponte entre os dois mundos e trazendo o singelo ensinamento de Jesus para aliviar as dores da humanidade.  

¹ editorial do programa Antena Espírita de 19.03.2017        

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.