domingo, 4 de dezembro de 2016

QUEM VIVER (E TODOS VIVEREMOS) VERÁ¹



            




          Vivemos uma época tomada de sobressaltos contínuos. Somos alcançados por notícias tão extraordinárias que muitas vezes custamos em acreditar na sua veracidade. Note-se que a estupefação serve para todos os gostos. Surpreendemo-nos pela demonstração da mais alta capacidade tecnológica, pela capacidade de superação social, pelos absurdos patrocinados graças à ambição das classes dominantes, pelas barbaridades perpetradas nas ruas tornadas verdadeiros campos de guerra em decorrência do avanço dos vícios de toda ordem.

            Desnecessário ter conquistado título acadêmico algum para percebermos que estamos diante de um fenômeno humano sem precedentes. Lógico que a humanidade se vê às voltas com guerras de extermínio em massa e a emergência de produções científicas desde os mais remotos tempos, porém é conveniente que fiquemos atentos ao que há de novo no processo que se agiganta nas últimas décadas. Vivemos hoje num mundo globalizado, onde todas as situações pertencem à coletividade humana, diferente dos acontecimentos do passado que eram regionais, cuja interferência à distância era tardia e paulatina. Na atualidade a comoção social e política evita que uma mulher seja apedrejada no outro lado do mundo, a morte dos golfinhos e a farra do boi criam sanções entre países. Importa se o ferro e o açúcar que se consome são produzidos por funcionários mal remunerados ou por trabalho infantil. Na atualidade a maldade está escancarada e a corrupção denunciada, apesar da incapacidade do poder judiciário internacional, também envolvido em suas malhas, no combater às raízes do mal. A grande diferença entre o passado e o presente, é que nos dias de hoje o rei está nu e todos dizem o que veem.
            O mundo está se preparando para aquisições maiores na direção das conquistas da tecnologia e das ciências sociais, pois não convém ao poderoso viver cercado de miséria, uma vez que a mesma invade a sua vida de opulência e precisa ser combatida, nem que seja pelo seu próprio bem estar. O equilíbrio desse avanço que se desenha necessita, no entanto de norteamento e princípios que definam novas crenças para a humanidade. Na pergunta 799 de O livro dos Espíritos (De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?), os Espíritos Superiores ensinam o caminho para um ajuste gradual das estruturas sociais que construímos ao longo do tempo: “Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, e fazendo os homens compreenderem onde está seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais encoberta pela dúvida, fará o homem compreender melhor que pode, desde agora, no presente, preparar seu futuro. Ao destruir os preconceitos de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos.”
            A Doutrina Espírita cooperando para uma nova visão da existência por demonstrar que a morte não existe, aos poucos ajuda a humanidade a ajustar-se a uma concepção diferente de responsabilidade, aquela que não se acaba com a morte do corpo. A concepção de imortalidade e de consequência decorrente de todos os nossos atos haverá de se incorporar paulatinamente no senso social das populações, como a informação que faltava para uma tomada de posição para a construção de um mundo revolucionariamente melhor. O Espiritismo ensina que nascemos para a iluminação e iluminar o caminho de todos nós é a sua grande missão na Terra. E assim será.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 27.11.2016

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