Pular para o conteúdo principal

A VERDADE SOBRE O ESPIRITISMO







 Por Francisco Castro (*)



Atualmente cresce, de forma bastante acentuada, o interesse das pessoas pelas ideias espíritas. Essa popularidade do termo Espiritismo nem sempre lhe é benéfica, sendo muito comum encontrar-se a palavra espírita associada a práticas de outras correntes espiritualistas que nada têm de comum com o Espiritismo, a não ser o fato de que, eventualmente, obtêm comunicações com espíritos. 
Suas práticas são de natureza exterior, ao contrário do Espiritismo cujo culto é feito no próprio coração; é o culto do sentimento puro do amor ao semelhante, do trabalho constante em favor do próximo.
A mensagem espírita objetiva o esclarecimento, a orientação e o conforto dos corações angustiados pelas tribulações e conflitos do cotidiano. O Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus na sua simplicidade e sinceridade, sem luxo, sem convencionalismos sociais, sem pompas e sem grandezas.
O Espiritismo surgiu de forma organizada a partir de 18 de abril de 1857, com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, por Allan Kardec, pseudônimo de Hipolyte Leon Denizard Rivail, pensador francês, discípulo de Pestalozzi. Apresenta um tríplice aspecto, é ao mesmo tempo Filosofia, Ciência e Religião.

Filosofia, porque a partir dos fenômenos espíritas oferece uma interpretação da vida, respondendo a questões como: De onde viemos, o que fazemos no mundo, porque sofremos, para onde vamos depois da morte.
Ciência, porque estuda à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos provocados pelos Espíritos.
Religião, porque tem por fim a transformação moral do homem, revivendo o Cristianismo na sua verdadeira expressão de amor e caridade.
O Espiritismo difere profundamente das religiões tradicionais, pois não está organizado dentro de uma estrutura clerical. Não tem sacerdotes, pastores, nem chefes religiosos.
Os Centros Espíritas são casas simples. Não adotam cerimônia de espécie alguma, como batismo, crisma, casamentos e outros. Não têm rituais, nem velas, nem vestes especiais, nem qualquer simbologia. Não adota ornamentação para cultos, nem gestos de reverência, nem sinais cabalísticos, nem benzimentos, nem talismãs, nem defumadores, nem cânticos cerimoniais (ladainhas e danças ritualísticas), nem bebidas e nem oferendas.
O Espiritismo não se constitui ameaça a qualquer religião, pois como disse Allan Kardec, “o Espiritismo não se destina àqueles que têm fé, nem àqueles a quem essa fé basta, mas à grande legião dos descrentes e dos deserdados”.
O Espiritismo se apoia em cinco princípios fundamentais: Existência de Deus, Imortalidade da Alma, Reencarnação, Comunicabilidade dos Espíritos e Pluralidade dos Mundos Habitados.
Deus – Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Sua existência se prova pelas suas obras, o que não é obra do homem é obra de Deus.
Imortalidade da Alma – o Espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como Espírito já existíamos antes do nascimento e sobreviveremos à morte do corpo físico.
Reencarnação – retornando para novas existências corporais, o Espírito tem oportunidade de aperfeiçoar-se intelectual e moralmente, e assim reafirmar a justiça Divina.
Comunicabilidade dos Espíritos – através dos médiuns, os Espíritos se comunicam nos trazendo instruções, se forem evoluídos, ou nos relatando suas angústias, se sofredores. A faculdade pela qual se comunicam é chamada de mediunidade.
Pluralidade dos Mundos Habitados – “Na casa do Pai há muitas moradas”, são palavras de Jesus. O Universo é infinito, existem mundos inferiores e superiores ao nosso. A Terra é um mundo de categoria moral ainda inferior, haja vista o panorama lamentável em que se encontra a humanidade. Quando evoluirmos muito, poderemos renascer num plano de ordem mais elevada.
A moral espírita é a Moral Cristã. Para o Espiritismo, Jesus é o modelo e guia da humanidade. Seu lema: “Fora da Caridade Não Há Salvação”, encerra todos os deveres do homem para com Deus, com o próximo e consigo mesmo.


(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C. E. Grão de Mostarda.

Comentários

  1. Objetivo. Importante. Muito esclarecedor! Gosto destas informações!

    ResponderExcluir
  2. Muito importante este texto!
    Espíritas divulguemos AINDA MAIS nossa Doutrina tão simples.

    Na minha página do facebook coloquei algo parecido porque inacreditavelmente ainda se propaga, principalmente no meio evangélico, a ideia de que espírita usa bola de cristal, possui paramentos e realiza adivinhações, consulta aos mortos etc. :(

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gostei do comentário de vocês. Pode ser que assim outros se animem em repercutir. Parece até que temos medo de falar bem de uma Doutrina cujo objetivo é fazer esse mundo melhor para todos, inclusive para que não acredita que é um Espírito encarnado.
      Que o Espiritismo não concorre com ninguém! Adiante companheiros. Digam ao Jorge que esse comentário é direto de Sevilha em Espanha.

      Excluir
  3. Realidade! Muito nos honra um comentário internacional. Pedimos aos confrades espíritas de outros países que façam o mesmo para sentirmos o Canteiro de Ideias além-fronteiras. Grato pelo comentário.

    ResponderExcluir
  4. No dia que estas informações estiverem ao alcance de todos,sem mitos,tão clara como este o fez, a humanidade em moral,razão e sociedade será bem transformada em homens de bem!
    É esclarecedora como nenhuma outra.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.