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NATUREZA DAS PENAS




 Por Paulo Eduardo (*)


O apenado e a natureza das penas são duas vertentes de um pensamento maior em termos de Justiça. Assunto que se divide em duas ideias: a da Justiça Divina e a da Justiça dos Homens. Contexto dúplice de recuperação para quem comete atos ilícitos. Na lógica do raciocínio humano têm-se formas distintas a respeito dessas penas. Delinquir não é regra. É exceção. Nascemos para a prática do bem.


O oposto é mau uso do livre arbítrio. Temos a obrigação moral de proceder bem. Os laços de família devem proteger o Direito lídimo. A ninguém é dada a liberdade de agir longe dos cânones da legalidade. A criança já nasce com o sentimento implantado da natureza das penas. Se fizer algo errado olha, imediatamente, para o pai ou a mãe e muda a expressão do rosto. Sabe que não procedeu corretamente. A família corresponde ao Tribunal da consciência. Às vezes sem palavras consegue-se o reconhecimento do menino ou menina que saiu da reta do bom comportamento. Somos juízes ao exercer a paternidade ou maternidade escudada na letra da lei moral. Qual a dificuldade para entender a natureza das penas e entrar na sistemática dos gozos espirituais? - Viver bem está diretamente ligado à evolução dos Espíritos. A Doutrina Espírita vem prestando inestimável serviço a quem trabalha pela paz social. As paixões terrenas podem e devem ceder lugar aos cometimentos da boa convivência entre irmãos da Criação Divina. O Espiritismo restaura os ensinamentos do Cristo e corrige toda distorção de conduta. A verdade é que a natureza das penas tem o caráter educativo. É preciso aprender a viver. Viver em paz!


(*) jornalista e integrante do programa Antena Espírita.

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