Por Marcelo Henrique
A Filosofia Espírita encara o belicismo
como um instrumento social, humano, para a moralização e progressão de
indivíduos e povos, já que, a par das mortes e da destruição, novas ideias são
semeadas, vicejam e se engrandecem, no sentido da renovação das coletividades.
A história de nossa civilização é pródiga no
retrato de conflitos bélicos, em todas as eras. Contudo, ganha especial relevo
a existência de guerras em épocas nas quais o desenvolvimento intelectual, o
alcance do estágio civilizado para a quase totalidade dos agrupamentos humanos
e a existência de canais de diálogo, interação e convivência, já deveriam ter
deixado para trás – como um simples relato retrospectivo – o eclodir de lutas
armadas. Contudo, não é o que ocorre. Em grande parte, porque as nações são chefiadas
por indivíduos e estes, com maiores ou menores poderes, têm em suas mãos a
decisão pela declaração de luta ou pela celebração da paz, assim como as
coletividades – umas mais que as outras – possuem valores e predisposições para
a beligerância e a intolerância (inclusive religiosa ou étnica), ocasião em que
a vontade do soberano representa a da maioria de seu povo.