Pular para o conteúdo principal

A RECEITA DE TIA GRACE







Como vencer a depressão? Como vencer a solidão? Como voltar a ter gosto pela vida?

Certo dia, Nardi estava arrumando alguns pertences, quando encontrou um livro encadernado. Ao abri-lo constatou, com surpresa, que se tratava de um diário. Maior o seu espanto ao verificar que eram anotações pessoais de Grace, uma tia-avó já falecida. Nardi convivera algum tempo com ela, durante a infância, e lembrava-se bem de sua maneira de ser. Seu traço marcante era a jovialidade. Curiosa, Nardi abriu o diário.
Leu,   surpreendida,         que    Grace enfrentara situação difícil, tormentosa mesmo, na juventude. Conheceu um rapaz, apaixonou-se. Namoraram, noivaram, marcaram a data do casamento.

Então aconteceu a tragédia: ele faleceu num acidente. Foi terrível! Todos os seus sonhos de um lar feliz, abençoado por filhos, ruíram como mero castelo de cartas. Sem pretender casar-se, porquanto o amor que dedicava ao noivo preenchia todos os espaços de sua vida, todos os anseios de seu coração, Grace escreveu no diário:
— Sei que minha situação não vai mudar, o noivo não vai voltar. Portanto, quem deve modificar-se sou eu. Algo devo fazer para sair da desolação em que estou vivendo. Tenho meditado sobre meus problemas. Para superá-los, estabelecerei um conjunto de normas simples que procurarei pôr em prática. Queira Deus este plano me liberte da desolação em que vivo.
E orou, pedindo a Deus a inspirasse no seu propósito. Como sempre acontece quando   oramos de coração contrito, o Senhor não a deixou sem resposta.
Sob inspiração de generosos mentores espirituais, que vinham em seu socorro, Grace compôs a receita salvadora que passaria a nortear sua existência.
Era feita de seis regrinhas simples que poderia colocar em prática imediatamente.
1 – Fazer algo por alguém;
2 – Fazer algo por si mesma;
3 – Fazer algo que não tenha vontade, mas deve ser feito;
4 – Fazer um exercício físico;
5 – Fazer um exercício mental;
6 – Orar, agradecendo a Deus a dádiva da existência.
Limitara-se àquelas regras por sentir que representavam um desafio viável, a que poderia dedicar-se sem maiores problemas.
E tratou de colocá-las em prática.
***
Podemos viver como quem cumpre uma receita? — pergunta agora Nardi.
E responde ela mesma:
— Só sei que, desde que comecei a seguir esses preciosos preceitos, tornei-me mais dedicada aos outros e, consequentemente, menos preocupada comigo mesma.
—Deixando a lamentação, adotei o lema de tia Grace:  Florescer onde estou plantada.
Acrescentaríamos outra expressão sábia da tia Grace:
— É preciso sair do sarcófago do egoísmo.
Deixar a exacerbada preocupação com nosso bem-estar, conscientes de que estaremos bem sempre que nos mantivermos em movimento, jamais esmorecendo, em face dos desafios da existência humana.
Adaptado do livro Uma Receita de Vida, de Richard Simonetti
***
Um dos mais potentes antídotos para a depressão é ver as coisas de uma maneira bem diferente, procurando fugir das atitudes de auto piedade, exercitando boas ações, que melhoram a saúde, aumentam a felicidade e preenchem as vidas vazias e sem sentido.

Comentários

  1. Desde que ouvi Richard Simone narrar esta estória me encantei, quantos não se beneficiaram desta receita. Jesus te fortaleça Richard Simonet por ter tido a sensibilidade de compartilhar conosco . Que você receba nosso carinho onde estiver .

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.