O
MUNDO EXIGE MUDANÇAS. As pessoas se encontram em rota de colisão num ritmo em
que todas as propensões, desde as mais embrutecidas até as mais elevadas,
dividem o mesmo espaço de criação. Barbárie se mistura com o senso de defesa da
vida e gera uma confusão de conceitos que torna a sociedade um colchão de
pólvora prestes a explodir. O termômetro das redes sociais mostra alta
temperatura e nunca foi tão explícita a insatisfação de lado a lado. Aqueles
que desejam o “quanto melhor pior” incrementam as suas práticas e a ala
comprometida com a melhoria da vida não consegue manter a serenidade e se lança
numa luta de agressões que torna o caldo da sociedade tão quente que às vezes
parece insustentável. Essa uma possível fotografia desses nossos tempos.
Permanecemos
esquecidos de que enquanto interpomos razões, o diálogo perde para a quebra de
braços. Inexiste espaço para o entendimento sempre que a vaidade e a volúpia em
derrotar o outro pelo cansaço enaltece todo tipo de comportamento e se deixa de
fazer a “mea-culpa”. Sem confissão, não há troca de atitude e a vida tende a
mostrar os mesmos resultados que entediam, aborrecem, transtornam... sem
solução, energia gasta apenas.
Atentemos, porém que esse cenário não caiu de paraquedas nessa paisagem social. Apenas sofisticamos os argumentos e armas, atidos às mesmas motivações dominadoras antes pela posse do ouro, da terra, do petróleo, da mente do outro. Mudaram os contextos, mas a usura e a cobiça ainda dão as cartas.
Nesse
turbilhão vale a pena pararmos um pouco para aprender com o exemplo da água.
Foi a principal responsável pelo resfriamento do solo planetário, antes
incompatível com a vida orgânica. Apresenta-se em diferentes estados sem perder
a natureza. Deixa-se contaminar e logo ressurge restaurada ao evaporar e descer
como chuva. Diante de obstáculos sabe que um dia vai vencê-lo, mesmo que muitas
vezes precise driblá-lo passando por cima, por baixo, pelos lados. Sofre
grandes quedas e dá lugar aos potenciais de eletricidade que movem o progresso.
Adapta-se a quaisquer recipientes aparentemente tomando-lhes a forma, enquanto
mantém a sua capacidade de nutrir a quem se aproxime mitigando-lhe a sede.
Jamais se corrompe, apesar de todos os apelos que sofre em sua jornada em
direção ao mar.
À
pergunta de Allan Kardec, “Por que a civilização não realiza imediatamente todo
o bem que ela poderia produzir? – LE 792”, os mentores da Codificação não se
intimidam; “Porque os homens ainda não se encontram em condições, nem dispostos
a obter este bem (grifo meu).” Entendemos a razão de tantas controvérsias.
Enquanto não houver a real intenção de mudança e a disposição for débil
movimento de constrangida insatisfação quando as temáticas que defendemos são
aviltadas, sem a universalização de todas as necessidades humanas sob um mesmo
princípio de defesa incondicional da vida, não passaremos de grupos
desconectados que lutam por suas razões.
A
Alquimia da Mudança é um movimento que se propõe garantir a vida do embrião ao
idoso, das plantas e dos animais, além de banir do planeta as práticas
desonestas a partir dos pequenos delitos aparentemente sem consequências.
Significa reler as ideologias e práticas para a construção de um mundo melhor à
vida de todos que habitam a Terra, em síntese o aprendermos a viver sem muros emocionais,
abertos para a Regeneração da humanidade.
¹ editorial do programa Atena Espírita de
29.05.2016.
(*) escritor espírita, editorialista do
programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.