sexta-feira, 17 de abril de 2020

DEÍSMO OU ATEÍSMO?


        

             Entre as muitas escolas do pensamento algumas há que buscam discutir questões, cujas comprovações estão muito longe de ser determinadas pela Matemática ou qualquer ciência exata. Apesar dos esforços para tornar o debate enriquecido pelas equações da Física Moderna, tais temas haverão de trazer a polêmica para o campo de uma filosofia opinativa ou de viés religioso. Assim é quando se trata da discussão quanto a existência de Deus.

            Não são exatamente as condições intelectuais que definem quem se coloca na defesa ou na acusação quanto à aceitação de uma divindade. De toda forma é possível encontrar em todos os níveis de cultura, pessoas que diferem a respeito do tema. Há intelectuais e pessoas com menos estudos em ambas as frentes, cada grupo munido de raciocínios mais ou menos complexos para definirem a sua posição a esse respeito. Há os que julgam que não tem discussão e se fechem ao diálogo, enquanto outros aceitam o debate apresentando argumentos que fazem sentido dentro de suas próprias cogitações. O fato dos dois grupos, os que defendem o ateísmo ou o deísmo, não terem elementos materiais para que se comprovar as suas teses torna muito interessante o acompanhamento da peleja para aqueles que julgam desnecessário entrar na discussão.     
            Parece-nos que a maior controvérsia reside na compreensão do binômio causalidade/casualidade, assim como na observância das questões morais com que os homens revestiram a imagem da divindade. É comum que se observe equívocos de interpretação que acabam por gerar a formação desses grupos de crenças. Os espíritas não precisam comprar essa briga. Somos deístas e ponto. Apenas não discutimos o nome que se dá a Deus, haja vista que a convicção de que “não há efeito sem causa” torna infrutífero permanecer na querela. De certa forma, as discussões que rolam mundo afora parecem debater apenas uma maneira original em que cada grupo deseja carimbar a sua visão acerca de um Poder que desconhece, mas está indiscutivelmente acima da condição humana.
            Seguramente que a visão descrita pela ortodoxia religiosa quanto à imagem de Deus é apavorante aos olhos dos que querem ampliar o nível da discussão. Todos os conceitos teológicos provêm da interpretação humana e logo são passíveis de reparos. Somos incompetentes para definir Deus e estaremos cometendo erros repetidos quando o tentarmos fazer seja por qual ângulo de visão que seja adotado.
            Todos os conhecimentos são fundamentais para que se amplie o nosso ensejo de compreender a complexidade que nos envolve. A resenha em torno da existência de Deus é ferramenta de evolução. O aprendizado indireto que surge através dos passos da Ciência e da Filosofia são degraus que conduzem a raça humana à ampliação de suas possibilidades de leitura do Universo. Precisamos priorizar o debate sem sectarismo estabelecendo critérios de respeito ao livre pensamento, enquanto aprimoramos a nossa capacidade de convivência pacífica em relação ao direito de escolha do outro. Afinal Deus, O Universo, A Energia Cósmica, Alá, Javé, seja lá que nome se lhe dê e independente de que creia ou não em sua existência, nos permite a vida em abundância para que possamos desvendar o que está por trás de todo esse espetáculo que é o viver.

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