sexta-feira, 25 de maio de 2012

REDIMENSIONAMENTO DOS ÓRGÃOS INFORMAIS DE EXTENSÃO (OIE)

Por Jorge Luiz

As primeiras providências para o ideal de Unificação foram dadas por Allan Kardec em suas viagens iniciadas em 19 de setembro de 1860, em Lyon. Naquela oportunidade Kardec é recebido no Centro Espírita de Broteaux, o único existente naquela cidade. Portanto, este foi, na História, o primeiro encontro de dirigentes espíritas. 
Outras viagens se sucederam. A mais longa delas ocorreu no outono de 1862, quando Kardec visitou mais de 20 cidades e promoveu cerca de cinquenta reuniões. Os relatos dessa viagem foram editados pela Gráfica “O Clarim”, de Matão (SP), com o título “Viagem Espírita em 1862.”
   Com a edição do “Pacto Áureo” em 1949, a Estrutura do Trabalho de Unificação do Movimento Espírita Brasileiro ficou assim delineada:

   FEB(CFN)  
                   } Comissões Regionais
Entidades Federativas 
             } OIE (ARES e UDES)
Centro Espírita

sexta-feira, 18 de maio de 2012

SÓCIO FEDERATIVO


Por Jorge Luiz

Allan Kardec ao elaborar as diretrizes do Projeto – 1868, publicado após a sua morte em Obras Póstumas, assevera que a falta de unidade (grifos nossos) seria um dos maiores obstáculos para retardar a propagação do Espiritismo. Por isso, na parte que lhe coube ele o formulou em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com precisão e clareza, que impossível se tornasse qualquer interpretação divergente. Sua mesma expectativa projetava-se ao futuro.
Os esforços nessa direção, de uma forma sistematizada, vieram com a Grande Conferência Espírita realizada no Rio de Janeiro, no dia 05.10.1949, que passou a ser chamado de “Pacto Áureo”, derivado do que o jornal “Mundo Espírita” acertadamente chamou de “Dia Áureo da Confraternização” dado ao entusiasmo pelo grande acontecimento pela Unificação, que foi levado a todos os recantos da Pátria.

domingo, 13 de maio de 2012

LEVANTAMENTO CENSITÁRIO



“Que intensifiquem os esforços para a integração dos Centros Espíritas ainda não adesos ao trabalho de Unificação.” (Diretrizes das Dinamizações das Atividades Espíritas – Cap. II, alínea “i” – CFN) 
      
Por Jorge Luiz


     Dou sequência aos comentários do último “canteiro”, quando abordei o Centro Espírita como “pedra angular” que equilibra toda a estrutura de uma edificação doutrinária segura, tendo como argamassa a Doutrina Espírita e suas atividades práticas.
     Portanto, comentarei sobre mais uma diretriz do 3º PILAR – MUDANÇAS CONJUNTURAIS, que se interrelaciona diretamente com aquela, agora tendo como parâmetro a orientação do Conselho Federativo Nacional, citada na abertura:

·         FAZER UM LEVANTAMENTO CENSITÁRIO DE TODAS AS CASAS ESPÍRITAS DO ESTADO DO CEARÁ

     A execução de um “Levantamento Censitário” no universo espírita cearense carece de urgência. Não há uma estatística oficial de quantas Instituições espíritas existem em todo o Estado do Ceará.
     Para a realização dessa diretriz há a imperiosa necessidade de se estabelecer uma metodologia – quantitativa e qualitativa - para atender às exigências do processo e seus naturais desdobramentos: criação da categoria de Sócio Federativo e redimensionamento dos órgãos de extensão (AREs e UDEs), que serão comentados nos próximos “canteiros”.

O CENTRO ESPÍRITA


                      “Se os espíritas soubessem o que é o centro espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra.” 
          (J. Herculano Pires)

Com frequência, nossa capacidade de explorar um assunto, evento ou problema sob diferentes ângulos é prejudicada pelo que se passou a designar “visão de túnel”. A “visão de túnel” é uma condição que ocorre quando a pessoa perde a sua visão periférica e só consegue ver o que está diretamente à sua frente. Ela enxerga apenas uma imagem limitada que está no final do túnel.
          Esse comentário inicial tem o propósito de criar um ponto de convergência com o texto de abertura, do Prof. J. Herculano Pires e a reflexão em texto (Trocando a Unificação pela Arrecadação, de 29.04.2012), articulada pelo confrade Castro quando aborda a alteração efetivada no Estatuto da Federação Espírita do Estado do Ceará (FEEC), onde modifica a exigência para a casa espírita participar das assembleias de “obrigações sociais”, para “obrigações financeiras mensais”. A decisão não fortalece a tarefa de difusão do Espiritismo e da mesma forma, os ideais de união e unificação do movimento espírita, objetivos fundamentais de qualquer órgão federativo.
        Essa foi uma inequívoca decisão fundamentada em “visão de túnel.”

     Criado esse ponto de convergência, vamos à diretriz que norteará o comentário da semana. Encontra-se no 1º PILAR – MUDANÇAS CONCEITUAIS:

·         FOCAR AS ATIVIDADES DA FEEC NOS SEUS ASSOCIADOS, OS CENTROS ESPÍRITAS
          O Centro Espírita é a “pedra angular” que equilibra toda a estrutura de uma edificação doutrinária segura, tendo como argamassa a Doutrina Espírita e suas atividades práticas.
          Os Espíritos, segundo Allan Kardec no Projeto 1868, afirmam que a ação do Centro não será, em realidade, eficiente, senão quando ela servir de centro e de ponto de ligação donde parta um ensinamento preponderante sobre a opinião pública. (grifos nossos) Portanto, a finalidade do centro espírita antes de qualquer outra é de ESCOLA, até porque o Espiritismo é obra de EDUCAÇÃO.
        Ora, o não atendimento desse objetivo precípuo da casa espírita, descaracterizam-se as dimensões humanas e espirituais do que é ser espírita, trabalhador espírita e dirigente espírita. O processo dialético do Espiritismo com o plano social geral, espírita e não espírita, fracassa.
          Na visão do Espírito Francisco Thiesen, na obra Seara Bendita, é necessário deflagrar uma campanha para nomear o centro espírita como “célula áurea”, pois somente assim poderemos dar passos seguros nos ideais de união e unificação sonhados por Allan Kardec, Espírito Bezerra de Menezes, Espírito Emmanuel e todos os espíritas sérios e convictos.
          A estruturação dessa diretriz traz a reboque três outras que serão objetos de comentos futuros:
a.  Fazer um levantamento censitário de todas as Casas Espíritas do Estado do Ceará; (MUDANÇAS CONJUNTURAIS)
b.  Criação da categoria de “Sócio Federativo”; (MUDANÇAS ESTRUTURAIS)
c.  Redimensionar as regiões geoespíritas (ARE/UDE), adequando-as para dar maior representatividade ao Conselho Federativo Estadual (CFE). (MUDANÇAS ESTRUTURAIS)
          Tinha razões de sobras o Prof. J. Herculano Pires quando abriu a introdução de sua belíssima obra “O Centro Espírita” com esse parágrafo. Forte, contundente, viril, mas acima de tudo, verdadeiro, como foi o caráter e a personalidade do autor.
          A razão do existir de uma Federativa é a casa espírita. A falência na sua função articuladora e agregadora é a falência do movimento espírita; a falência da Casa Espírita na batalha para o restabelecimento da Verdade Cristã, para cumprir na Terra a Promessa de Jesus.
          Quando Allan Kardec aplicou a trilogia “Trabalho, Solidariedade e Tolerância” (?) adaptada à tríade educativa de Pestalozzi – Trabalho, Solidariedade e Perseverança -  ele pensou basicamente no centro Espírita como “célula viva e pulsante, lugar de trabalho (para todos), de solidariedade (entre todos) e de tolerância (para com todos).”, alerta Suely Schubert.
          O Espírito Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo P. Franco, inspirada na mesma trilogia kardeciana, propõe para o Centro Espírita a trilogia: “Espiritizar, Qualificar e Humanizar.”
          Quando o grupo “Etica, Transparência e Fidelidade Espíritas” estruturou o projeto de mudanças para o movimento espírita cearense, o fez em consonância com o Codificador, o fortalecimento da Instituição Espírita, conforme está em “O Livro dos Médiuns”:

“É com um fim providencial que devem agir todas as sociedades espíritas sérias, agrupando em seu redor todas as que têm os mesmos sentimentos.
Convidamos todas as sociedades espíritas a participarem desta grande obra. Que de um extremo a outro elas se estendam a mão fraterna e assim apanharão o mal nas malhas de uma rede inextrincável.”

         Sigo com Kardec: “Então, haverá união entre elas, simpatia e fraternidade, e nunca um vão e pueril antagonismo provocado pelo amor-próprio, mais de palavras que de razões.”

"CAMPO EXPERIMENTAL"


           Dou sequência aos meus comentários sobre algumas das propostas que nortearam o plano de diretrizes do grupo “ÉTICA, TRANSPARÊNCIA E FIDELIDADE DOUTRINÁRIAS”, com o fito de promover sensíveis mudanças nas estruturas do movimento espírita do Estado do Ceará, no ano de 2006. Lembro que essas mudanças foram organizadas em três pilares: mudanças conceituais, estruturais e conjunturais.
          Os comentários a seguir serão orientados por mais uma diretriz do 1º PILAR - MUDANÇAS CONCEITUAIS:

·         AMPLIAR A ABRANGÊNCIA DO CONCEITO DE “CAMPO EXPERIMENTAL”

          Por um bom tempo argumentou-se que as atividades típicas de centro espírita desenvolvidas na FEEC seriam experimentais, para que em um segundo momento, fossem replicadas no universo espírita. Nunca funcionou nem na teoria e nem na prática. E não poderia ser diferente, pois trazia consigo as virtudes e defeitos geralmente encontrados nas casas espíritas. Essas atividades hoje foram absorvidas pelo Centro Espírita Cearense.
          No entanto, nas Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas, cap. I, alínea “e” Carta aos Órgãos de Unificação do Movimento Espírita do Conselho Federativo Nacional (CFN), o processo é claro. Observem:

“Que aos órgãos de unificação do Movimento Espírita cabem, permanentemente, a responsabilidade de reunir e analisar experiências já realizadas pelos Centros Espíritas, e colocar à disposição dos mesmos as sugestões, orientações, programas e apoio de que necessitem para o pleno desenvolvimento de suas atividades doutrinárias, assistenciais e administrativas.”

          Já se possuem os instrumentos para se buscar a realização dessa diretriz: os órgãos informais de extensão – AREs e UDEs. O que faltam são atitude, planejamento, competência e boa vontade.
        O processo será similar ao benchmarking no mundo corporativo. O objectivo do benchmarking é, portanto, o de estimular e facilitar as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho através da aprendizagem com os outros. O princípio desta ferramenta é que nenhuma empresa é a melhor em todas as áreas e que, por isso, deve seguir os exemplos das que são superiores.
       No contexto espírita, buscar-se-á identificar iniciativas – cursos, metodologias pedagógicas e estratégias. Estudar, analisar e aprimorar as que forem consideradas de resultados unificadores e de caráter educativo-pedagógico-espírita. Em seguida, disponibiliza-se ao movimento, respeitando a autonomia administrativa da casa, bem como as suas peculiaridades internas e externas.
          Isso resultará em aprimoramento de processos e direcionamentos para a construção da unidade de princípios, projetada por Allan Kardec, necessária para a restauração do Cristianismo em Verdade e Espírito, fundamentais para as transições que se operam no Planeta. Os ganhos em torno dos ideais de união e unificação serão incomensuráveis.
       Naturalmente que não será tarefa fácil. Ter-se-á que lutar contra os adversários tenazes: o melindre, o personalismo, o institucionalismo e a ignorância doutrinária. No entanto, é tarefa inadiável!
          É necessário que o movimento espírita se adeque às exigências contemporâneas, mantendo-se, é claro, sempre fiel aos fundamentos básicos da Doutrina Espírita.
          Passaram-se seis anos desde que essas ideias foram lançadas e o que presenciei é que nada foi feito em direção aos objetivos que elas colimam. Só vi algumas medidas paliativas, tíbias e sem resultados de profundidade.
          As ideias em comento são totalmente pragmáticas e nada tem de utópico, e caso alguém assim entender, fico com Allan Kardec nas orientações contidas em “Dos cismas”, em Obras Póstumas:

“O segundo ponto está em não se sair do âmbito das idéias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos.”

          Cri. E creio!

ATIVIDADES FEDERATIVAS


                  “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?”
          Paulo (I Coríntios, 14:8)
 

       Sequenciando meus comentários, fundamentados em algumas das diretrizes da proposta de mudanças construída pelo grupo “Ética, Transparência e Fidelidade Espíritas”, em prol do movimento espírita cearense, no ano de 2006.
        Abordarei mais uma das diretrizes inseridas no contexto do 1º PILAR – MUDANÇAS CONCEITUAIS:
·         DESVINCULAR DA FEEC AS ATIVIDADES TÍPICAS DE UM CENTRO ESPÍRITA

          O saudoso irmão Benvindo Melo esforçando-se para que a Federação Espírita do Estado do Ceará (FEEC) granjeasse a sua sede, propôs a sua fusão com a Comunhão Espírita Cearense (resultado da fusão em 1974 do Centro Espírita Meimei com o Centro Espírita Cearense), proprietária do imóvel localizado na Rua Princesa Isabel, 255. Essa fusão ocorreu no ano de 1996.
          A ideia do irmão Benvindo era de que a FEEC prestasse a assistência aos necessitados 24h/dia. “Obreiros federativos” assim o irmão Benvindo designou os trabalhadores que desenvolveriam essas atividades.

        Esses trabalhadores também promoveriam cursos e reciclagens, bem como o ESDE e o TE.
     Com o passar do tempo essas atividades vieram a compor o que se passou a chamar “campo experimental”, tema que será comentado na próxima semana. Esse “campo experimental” deveria servir como um laboratório de atividades com propósito de replicá-las nas casas filiadas, o que nunca funcionou.
       A atual diretoria promoveu teoricamente essa desvinculação ao “ressuscitar” o Centro Espírita Cearense, absorvendo as atividades inerentes ao “campo experimental”. Digo teoricamente uma vez que na prática consumou-se uma simbiose física terminando por criar uma confusão patrimonial que ainda não se solucionou.
       Essa desvinculação deve ocorrer em todos os níveis. A convivência será como a de bons vizinhos.
          Um órgão federativo tem que diligenciar ações e providências com vistas a adequar o centro espírita para o melhor atendimento de suas finalidades.
          De forma substancial, uma Federação tem que ter um planejamento direcionado para que suas atividades busquem realizar e manter permanentemente, o trabalho de unificação do Movimento Espírita, através da união das sociedades e dos próprios espíritas.
          Portanto, a finalidade federativa precípua é a de agregar e não dispersar; é ter contato permanente com as casas de sua área de atuação objetivando conhecer suas atividades, suas realidades e necessidades; promover e ajudar na criação, na formação e na organização de novos núcleos espíritas; promover a união das sociedades espíritas sob sua jurisdição, propiciando a troca de informações e experiências relacionadas com suas atividades.
          Por fim, um convite do Espírito Emmanuel:

“Trabalhar pela Unificação dos órgãos doutrinários do Espiritismo no Brasil é prestar relevante serviço à causa do Evangelho Redentor junto à Humanidade. Reunir elementos dispersos, concatená-los e estruturar-lhes o plano de ação, na ordem superior que nos orienta o idealismo, é serviço de indiscutível benemerência porque demanda sacrifício pessoal, oração e vigilância na fé renovadora e, sobretudo, elevada capacidade de renunciação.”
          
        Avancemos!

DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO


“Senhor Jesus! (...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos de evolução de maneira diferente.” (Espírito Emmanuel)

        Como deixei bem claro em meu último artigo, estou resgatando algumas das diretrizes que formataram o projeto do grupo “Ética, Transparência e Fidelidade Espíritas”, que postulou à Diretoria da Federação Espírita do Estado do Ceará – FEEC, em 2006.
        É importante que fique bem claro que não há de minha parte nenhum sentimento de jactância ou coisa parecida, mas apenas o desejo de semear ideias, e que elas sejam discutidas, amplificadas e possam, em momento certo, produzir os resultados expectados.
        As reflexões de hoje serão estimuladas por uma diretriz do 3º PILAR – MUDANÇAS CONJUNTURAIS:

·         REALIZAR UM DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO MOVIMENTO ESPÍRITA

        Essa diretriz foi inspirada no Fórum Gestão de Pessoas, realizado pelo Banco do Brasil em 2006, que tinha como lema “Uma Construção Compartilhada.” O resultado desse Fórum promoveu mudanças significativas na Gestão de Pessoas daquela Instituição.
     Espiriticamente, a diretriz atende ao chamamento do Espírito Ermance Dufaux, inserido no capítulo 14 da obra “Seara Bendita”:
“O contexto administrativo de nossa Seara, com raras exceções, tem agasalhado soluções e decisões que priorizam benefícios para a Doutrina e as Instituições, desconsiderando o trabalhador com suas ideias, sacrifícios, sentimentos e carências, criando inúmeras situações de indiferença e sensibilidade afetiva.”
        O diagnóstico tem o objetivo de sistematizar processos de escuta institucional, estimulando a participação dos trabalhadores para a construção de estratégias voltadas para definir ações dentro dos pilares de mudanças conceituais, conjunturais e estruturais.
      Dar-se-á em três etapas: institucional (Centro Espírita), extensional (Órgão de Extensão) e federativo (Federação). A etapa institucional, sendo a mais importante, contempla a realização de reunião com os trabalhadores onde serão acolhidas as contribuições individuais e enriquecidas com a discussão em grupo. Em cada um desses encontros haverá a eleição de um representante do grupo, que levará as críticas e sugestões de sua Casa para a etapa extensional.
        Na etapa extensional, serão compiladas, agrupadas e aprimoradas o material da etapa anterior, sem exclusões e descartes. Serão eleitos dois representantes de cada órgão informal, que entregarão os documentos que balizarão as discussões da etapa seguinte.
        Na etapa federativa, a reunião dos documentos extensionais consolidará as novas diretrizes que nortearão as ações dentro dos pilares já anunciados.
        A realização dessa metodologia, além de ser pioneira, promoveria um avanço considerável no processo de União e Unificação no movimento espírita do nosso Estado.
       Pensar estrategicamente o movimento espírita é também criar “janelas de ventilação” para arejar os atuais modelos, quase sesquicentenários de organização e gestão espíritas, adequando-os às necessidades da sociedade contemporânea e suas macrotendências, presentes na visão vanguardista de Allan Kardec em “A Gênese”, ao afirmar que “O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.”
        É preciso enxergar isso ou tornaremos o Espiritismo no Brasil numa seita estanque, em prejuízo do seu caráter evolucionista, fazendo com que o Centro Espírita não cumpra o seu papel na grande obra de restauração do Cristianismo em Espírito e Verdade.

ESCOLA DE LÍDERES


“Você tem de jogar ideias na arena e mobilizar as pessoas. Se você não tentar, não vai chegar a lugar nenhum.”
           (Immanuel Wallerstein)

    Em 2006, integrei a chapa intitulada “Ética, Transparência e Fidelidades Espíritas”, encabeçada pelos confrades Francisco Castro e Francisco Cajazeiras, para concorrer à eleição da Federação Espírita do Estado do Ceará - FEEC, que infelizmente não saiu vitoriosa.
     O projeto do grupo, que integrou a referida chapa, contêm diretrizes norteadoras para um planejamento estratégico, que se viabilizado, promoverá sensíveis mudanças, conceituais, estruturais e doutrinárias, na dinâmica do movimento espírita cearense.
     Entendo que essas ideias não são patrimônio individual e nem do grupo, e sim do movimento espírita, pois só a ele benefícios traria. Não importa quem, mas que alguém as execute. Como afirmava Karl Max (1818-1883): "De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática."

     Portanto, decidi, a partir de hoje, semanalmente, partilhar algumas dessas ideias com outras pessoas, principalmente com os dirigentes de casas espíritas, que certamente as enriquecerão. O propósito maior é que resulte em um “canteiro de ideias” e, através dele, possamos colher diretrizes robustas para alavancar os processos de União e Unificação, fundamentais para que o Espiritismo atinja, em nosso Estado, os objetivos a que se destina: a regeneração Moral da Humanidade.
     Iniciarei com uma do 2º Pilar, de Mudanças Estruturais:

·       A FEEC COMO UMA ESCOLA DE LÍDERES
     A proposta foi ao encontro de um trecho da mensagem do Espírito Bezerra de Menezes, com o título “Atitudes de Amor”, na obra Seara Bendita, que diz o seguinte: “Os dirigentes, ricos de boa vontade e espírito cooperativo, anseiam por novos horizontes, todavia, tem faltado quem se disponha a dividir vivências ou a edificar um ambiente que se constitua verdadeira oficina de idéias e diálogo para a criação de caminhos novos.”
     A iniciativa era em um primeiro momento ampliar o número de membros da Diretoria para nove, inclusive contemplando uma Vice-Presidência para o interior do Estado e uma Diretoria para as Uniões Distritais Espíritas – UDEs.
     Estudar-se-ia, juntamente com as Instituições, a implantação de comissões doutrinárias dentro dos órgãos de extensão, buscando um estreitamento no processo de comunicação entre a Federação e as Casas Espíritas. Esse constante intercâmbio amadureceria seus integrantes, possibilitando-lhes vivências enriquecedoras que os habilitariam ao exercício de funções de direção, principalmente os da própria Federação.
     Buscar-se-ia parcerias com Instituições que desenvolvem processos na área de liderança e gestão de pessoas, para formação de expertises-multiplicadores.
     A expectativa era a de formar, em médio prazo, um “cinturão de líderes” em torno da FEEC, fazendo-a forte, coesa, representativa, legítima e acima de tudo, fraterna. Paulatinamente, iríamos adequando-a ao modelo de gestão concebido por Allan Kardec.
     Os desdobramentos dessa diretriz combateria o personalismo, o institucionalismo, o profissionalismo religioso, aos pruridos de conquistas a poderes terrestres transitórios, principais entraves para a construção dos ideais de União e Unificação nas hostes espíritas.
     Por fim, arguindo o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, faço aos espíritas cearenses um convite poético, com versos de “Tecendo a manhã”:

“Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.”
“(...)”