quinta-feira, 27 de junho de 2013

RELIGIÃO: NEUROSE OBSESSIVA?





“(...) retornemos agora à questão das doutrinas religiosas.
Podemos agora repetir que todas elas são ilusões e insuscetíveis
de prova.
(...) Assim, a religião seria a neurose obsessiva
universal da humanidade.(...)”
(Sigmund Freud)


           


Em ensaio publicado com o título “O Futuro de uma Ilusão” Sigmund Freud, pai da psicanálise, tenta demonstrar que a religião não passa de uma ilusão; uma neurose obsessiva da Humanidade.

A publicação provocou questionamentos e levou o pastor e psicanalista Oskar Pfister à discordância, também dentro do âmbito psicanalítico – “A ilusão do futuro”-, que se desenvolveu em um embate amigável, publicado no Brasil sob o título de Cartas entre Freud & Pfister.
         Interessante notar que Freud define ilusão diferente do usual – conotações de engano ou invalidade -, mas da seguinte forma: “Uma ilusão não é a mesma coisa que um erro: tampouco é necessariamente um erro. (...) Podemos, portanto, chamar uma crença de ilusão quando uma realização de desejo constitui fator proeminentemente em sua motivação e, assim procedendo, desprezamos suas relações com a realidade, tal como a própria ilusão não dá valor à verificação.

terça-feira, 25 de junho de 2013

HUMILDADE, A CHAVE DO APRIMORAMENTO





 Por Gilberto Veras (*)



O projeto divino da vida tem um fim esplendoroso, a felicidade da criatura, construída pela força vitoriosa do amor, após incalculáveis desafios, provas, aprovações e reprovações educativos e com propósitos de aperfeiçoamento do ser perfectível que, passo a passo (em velocidades variáveis) avança na marcha evolutiva ao desenvolver, de forma   harmoniosa, recursos do bem, concedidos pelo Criador em providência soberanamente igualitária, inteligente e justa.
O posicionamento superior do princípio inteligente ocorre na espécie humana, quando adquire inteligência racional, livre-arbítrio e capacidade de desenvolvimento do conteúdo moralizante (virtudes seminais disponibilizadas pelo Pai da vida).

segunda-feira, 24 de junho de 2013

ESQUECENDO A TIMIDEZ ¹







 Por Roberto Caldas (*)


Quando Charles Chaplin produziu a obra Tempos Modernos  não fazia a menor ideia ao que chegaríamos em matéria de robotização em tão curto tempo depois de lançada a sua visão da escalada industrial. Menos de um século depois do mundo se encantar com a sua visão que misturava poesia e crítica, sintetizada pela frase emblemática “não sois máquina homem é que sois”, precisamos resistir como nunca ao apelo quase selvagem da atualidade que intenta pasteurizar o pensamento e uniformizar as condutas, como se formássemos uma coletividade amorfa, destituída de inteligências individuais. A literatura, a arte, a política, a medicina, a sociologia, a religião se debatem sufocadas numa camisa de força imposta por uma conjuntura hipócrita que esconde as ambições humanas espúrias enquanto fabrica fantasias descartáveis, completamente voláteis e falsas.  
A velocidade que se impõe às decisões e exigências do cotidiano quase nos impede de olharmos a nossa face no espelho da própria consciência. Não é raro, depois de concretizada uma circunstância, que se perceba o quanto faltou aprofundamento e reflexão diante da pressa proposital determinada pelos sistemas de crenças que objetivam dilapidar a inteligência espiritual inerente aos homens e mulheres de boa vontade. Para competir com essa onda nefasta e destruidora da arte de pensar é fundamental que a expressão “boa vontade” deixe de significar “ingenuidade que se deixa manipular” para se tornar um estado de entrega que sabe expurgar os vendilhões do templo que encontramos travestidos de salvadores da pátria.

domingo, 23 de junho de 2013

A INDIVIDUALIZAÇÃO DA CRENÇA



"O Espiritismo será o que dele fizerem os homens."
(Léon Denis)





Por Jorge Luiz (*)




            As manifestações pacíficas que ocorrem em diversas cidades brasileiras trazem em seu bojo característica marcante: o individualismo. Não há conotação institucional de qualquer ordem na sua organização. Um exemplo disso são cartazes vistos com a seguinte frase: “ninguém me representa.
 O individualista tem noção clara de seus limites e a fronteira que separa os direitos alheios dos seus. Em razão disso, constato que as insatisfações são as mais variadas e unem grupos ideológicos díspares em busca de uma unidade: o combate à corrupção.
             O individualismo é um conceito de afirmação do indivíduo frente às questões sociais, políticas e morais. O indivíduo passa a ser o agente legítimo nos processos de mudanças. O individualismo a que me refiro é oposto ao egoísmo.
            A este respeito, o Espírito Emmanuel afirma que na marcha diária da evolução o homem chega à conclusão de que o individualismo ajustado aos princípios inelutáveis do bem é a base do engrandecimento da coletividade.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

CONTROLE UNIVERSAL HOJE?






Por Sérgio Aleixo (*)



Os reivindicadores de uma novíssima aplicação deste método esquecem que Kardec disse que o controle universal do ensino dos espíritos serviu para estabelecer os princípios mesmos do Espiritismo, e não se aplicava a “interesses secundários”.

Uma só garantia séria existe para o ensino dos espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. Vê-se bem que não se trata aqui das comunicações referentes a interesses secundários, mas do que respeita aos princípios mesmos da Doutrina. Prova a experiência que, quando um princípio novo tem de ser enunciado, isso se dá espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de modo idêntico, senão quanto à forma, quanto ao fundo.[1]

No século 19 foi assim. Poderia sê-lo hoje? Não sei. O problema para uma nova aplicação desse controle seria a “espontaneidade”. Com a Doutrina já amplamente difundida no mundo e a comunicação instantânea entre os habitantes do planeta, essa “espontaneidade” seria confiável? Haveria nos médiuns atuais a mesma isenção de ânimo anterior ao assentamento dos princípios da Doutrina por Kardec? Tem-se visto os próprios médiuns psicografando e defendendo o que eles mesmos pensam sobre os assuntos tratados nos livros que recebem dos espíritos... E será coincidência que muitos deles conflitem frontalmente a Obra de Kardec, enquanto outros a contrariem ao mesmo tempo em que a aclamem? E mesmo supondo que novos princípios fossem transmitidos por um virtual novo controle, estes poderiam contradizer o controle kardeciano? Tão prevenido e perspicaz foi Kardec que, de revés, respondeu negativamente a isso, deixando claro, além de tudo, que os ensinos dos espíritos, ainda que majoritários e concordantes, não dispensavam o julgamento incansável de sua razão. Se não, vejamos:

Essa coletividade concordante da opinião dos espíritos, passada, ao demais, pelo critério da lógica, é que constitui a força da Doutrina Espírita e lhe assegura a perpetuidade. Para que ela mudasse, fora mister que a universalidade dos espíritos mudasse de opinião e viesse um dia dizer o contrário do que dissera.[2]

A opinião da maioria dos espíritos é um poderoso controle para o valor dos princípios da Doutrina, mas não exclui o do julgamento e da razão, cujo uso incessante todos os espíritos sérios recomendam.[3]

quarta-feira, 19 de junho de 2013

RELIGIÃO: ÓPIO DO POVO?




“A ideia que fazemos da felicidade e da desgraça, da alegria e da dor, varia ao infinito segundo a evolução individual.”
(Léon Denis)





Por Jorge Luiz (*)




"A religião é o suspiro do oprimido, o coração de um mundo insensível, a alma de situações desalmadas. É o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real."
            Isolada do contexto acima, a citação “a religião é o ópio do povo” sempre colocou Karl  Marx como um inimigo da religião. Preso às suas convicções ideológicas, temos que admitir que a sua opinião apresentou visão horizontal do que sugere às questões sociais, sugerindo uma revolução centrada no homem para extirpar dos mundos todas as desigualdades e assim todos teriam acesso à “felicidade real”. A religião, no seu entendimento, dificultava essa revolução. Até mesmo seus biógrafos não se arvoraram em afirmar qual foi realmente o seu propósito.
            Quanto ao ópio, é um suco extraído da flor da papoila e é utilizada na atualidade como narcótico. Até o século XIX o ópio era comercializado livremente, pois era considerada substância benéfica que aliviava dores e sofrimentos.
            Homero (932 a 928 a.C), poeta épico da Grécia clássica, em sua obra Odisséia, descreve os efeitos do ópio – conhecido como planta da alegria – e de seu uso amplo na medicina.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

EDUCAÇÃO COM ESPIRITUALIDADE ¹






 Por Roberto Caldas (*)



Não é novidade para inteligência alguma que a única saída para todos os problemas humanos se encontra na educação. A frase que, parece chavão de tão repetida, e a repetição é decorrente justamente da falta de atenção que continuamente lhe damos, é parte da prática de escalada social na atualidade. O investimento em educação fez países destruídos pelas guerras catapultarem o seu desenvolvimento em poucas décadas, como aconteceu à Alemanha, Japão e Coréia do Sul. A educação formal, tecnológica, é o grande portal para outras aquisições como a igualdade de oportunidades e justa divisão de renda, o que explica a situação vexatória do nosso país quando avaliamos a condição de vida do povo brasileiro.
            Quando extrapolamos a compreensão do processo de educação para a formação humana e espiritual facilmente compreendemos a situação do mundo em que vivemos. A educação formal das letras confere dignidade ao cidadão. A educação espiritual confere senso de justiça e solidariedade. Quando geramos capacidades obrigatórias da alfabetização geramos pessoas que fazem história, mas quando batalhamos por capacitação de superação humana vemos florescer almas que mudam a história do mundo. O gênio da matemática destituído de amor ao próximo propõe equações que constroem bombas destrutivas e o poeta que perdeu o rumo vê os seus heróis morrendo de over dose. Homens e mulheres ungidos ao poder, pela excelência dos seus dotes intelectuais e políticos, são capazes de condenar durante séculos o povo nordestino ao flagelo da seca, quando possuem em mãos as soluções para tão antigo problema.

domingo, 16 de junho de 2013

FRANCISCO PEIXOTO LINS (PEIXOTINHO)









Natural de Pacatuba, Ceará, nasceu no dia 1.º de fevereiro de 1905. Foram seus pais Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Cedo ficou órfão de pai e mãe, passando a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, onde fez o curso primário. Em seguida, matriculou-se no Seminário da Prainha, atendendo a solicitação de seus tios, desejosos de vê-lo seguir carreira eclesiástica. Entretanto, em face dos questionamentos que dirigia aos padres e as respostas insatisfatórias dadas pelos mesmos, a respeito de questões transcendentais da vida, terminou por desistir da vida religiosa e, aos 14 anos, transferiu-se para o Amazonas, onde trabalhou arduamente nos seringais. Após dois anos na peleja, regressou a Fortaleza.
Nesse tempo, manifestaram-se-lhe os primeiros sinais de sua extraordinária mediunidade, através de terrível obsessão. Sob a influência de inimigos desencarnados, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino. Esse estado anômalo acontecia com frequência e Peixotinho (nome com o qual seria conhecido) temendo sequelas mais graves, decidiu não mais sair de casa. Ali sob influência dos obsessores, ficou desprendido do corpo físico por aproximadamente 20 horas, num estado cataléptico.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A VERDADE SOBRE O ESPIRITISMO







 Por Francisco Castro (*)



Atualmente cresce, de forma bastante acentuada, o interesse das pessoas pelas ideias espíritas. Essa popularidade do termo Espiritismo nem sempre lhe é benéfica, sendo muito comum encontrar-se a palavra espírita associada a práticas de outras correntes espiritualistas que nada têm de comum com o Espiritismo, a não ser o fato de que, eventualmente, obtêm comunicações com espíritos. 
Suas práticas são de natureza exterior, ao contrário do Espiritismo cujo culto é feito no próprio coração; é o culto do sentimento puro do amor ao semelhante, do trabalho constante em favor do próximo.
A mensagem espírita objetiva o esclarecimento, a orientação e o conforto dos corações angustiados pelas tribulações e conflitos do cotidiano. O Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus na sua simplicidade e sinceridade, sem luxo, sem convencionalismos sociais, sem pompas e sem grandezas.
O Espiritismo surgiu de forma organizada a partir de 18 de abril de 1857, com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, por Allan Kardec, pseudônimo de Hipolyte Leon Denizard Rivail, pensador francês, discípulo de Pestalozzi. Apresenta um tríplice aspecto, é ao mesmo tempo Filosofia, Ciência e Religião.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

GRANDE PESSOAS PARA AS CRIANÇAS






 Por Dora Incontri (*)








Uma das propostas em que mais acredito para se trabalhar na formação ética das crianças e adolescentes é fazer com que eles conheçam biografias de personalidades que deram exemplos elevados. Por isso, em nossa coleção Todos os Jeitos de Crer, temos um volume inteiro com o título Vidas. Nele, há as histórias de Sócrates, Jesus, Buda, Gandhi, Francisco de Assis, Martin Luther King, entre outros… Por isso, também temos uma série de livros, da qual lançamos há 10 anos o primeiro volume: Francisco, o pobre rico de Assis. E só agora, por incrível que pareça, estamos publicando o segundo, Pestalozzi e a escola num castelo. São ambos pela Editora Comenius e não lançamos outros (já há mais de 10 volumes escritos por diferentes autores), por falta de recursos financeiros. (Bem-vindas parcerias!! Esse de Pestalozzi contou com o apoio da Fundação Pestalozzi de Franca.)

Por que considero importante esse trabalho? Ora, porque um dos caminhos essenciais para promovermos a bondade, a fraternidade, a virtude em geral neste mundo é estarmos convencidos de que o ser humano é capaz de ser bom, fraterno, virtuoso. Uma visão pessimista da alma humana nos leva à descrença em nossa própria capacidade de sermos melhores. A amargura é a raiz de todo mal.

Por outro lado, em nossa sociedade capitalista, os vencedores são louvados e exaltados como exemplos a serem seguidos. Que tipo de vencedores? Os que ganham guerras violentas, os que conquistam sucesso, fama e dinheiro, mesmo à custa de princípios morais, atropelando o próximo, calando a consciência.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

JUNTOS E MISTURADOS ¹







 Por Roberto Caldas (*)




Somos parte de um mundo absolutamente habitado em cada milímetro cúbico de sua superfície. O corpo que utilizamos como vestimenta é um conglomerado de trilhões de células diversamente especializadas e carrega uma população de quatrilhões de seres unicelulares entre bactérias, fungos e vírus, um verdadeiro universo ambulante. Compomos famílias que se estendem de um continente a outro, irmanados pelo tipo sanguíneo e fator Rh, extensos grupamentos que reúnem condições de doar de si em atendendo à necessidade do outro. Independente de raça, cor, grupo cultural, condição social a carta genética individual difere apenas em detalhes entre as pessoas. Passamos algo de nós na direção do semelhante no aperto de mão, afago, abraço, mas também através dos objetos que manipulamos, numa transferência que não cessa, de partes que nos compõem. Ver, ouvir, sentir, tocar os outros torna-nos possuidores de qualidades que lhes pertence.
            Se biologicamente estamos juntos e misturados, apesar das diferenças, a questão é muito mais interessante quando avaliamos as questões de natureza energética e espiritualmente. O fato de termos o corpo e o perispírito extraídos de uma mesma fonte, o fluido cósmico universal - detalhe exposto na questão 30 de O Livro dos Espíritos – e a absoluta certeza de que todos os espaços aparentemente vazios são preenchidos pelo magnetismo e pelos milhares de ondas em diferentes frequências redimensionam o nosso entendimento de tantas situações aparentemente sem explicação.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

UMA BREVE E OPORTUNA ADVERTÊNCIA







 Por Francisco Castro (*)


Nos últimos dias do segundo milênio, segundo nos conta o espírito Ermance Dufaux¹ no Livro Reforma Íntima Sem Martírio, psicografia do médium Wanderley Soares de Oliveira, alguns espíritos de escol, dentre eles, Eurípedes Barsanulfo e Bezerra de Menezes, reuniram em um Conclave mais de mil formadores de opinião no movimento espírita: “Radialistas, unificadores, médiuns, escritores, oradores, dirigentes, apresentadores, jornalistas, expositores, diretores, estudiosos e muitos presidentes de centro espírita”, todos ainda encarnados.
Esses companheiros foram levados durante o sono para participar desse evento, realizado no Hospital Esperança, de que nos fala o espírito Manoel Philomeno de Miranda, cujo principal objetivo era “uma breve e oportuna advertência”.
Segundo nosso entendimento do relatado naquela obra, a espiritualidade, empenhada em nos orientar para um correto aproveitamento da oportunidade encarnatória, visava alertar aos que participavam daquela seleta assembléia de espíritos que ainda se encontravam na veste carnal, não só dos compromissos assumidos antes da investidura no corpo, mas, principalmente, sobre os compromissos assumidos nessa atual existência, pelo conhecimento já demonstrado da Doutrina codificada por Allan Kardec.
Nossa intenção ao repercutir aquele conclave é, de alguma forma, fazer aflorar algum tipo de lembrança naqueles que integram o nosso movimento espírita e que, provavelmente, lá se encontravam.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

FLEXIBILIDADE






 Por Paulo Eduardo (*)



A arte de ser maleável. Flexível. Roteiro de simplicidade para o entendimento. Flexibilidade o desdobramento em jogo de cintura a fim de evitar arengas. Aptidão de paciência. Virtude comportamental da inteligência que nos governa. Atitude flexível tem tudo a ver com quem deseja viver em paz. Lógica espontânea dos conceitos religiosos da Doutrina Espírita.

Flexibilidade é condição que visa sustentar ideias do bem. Sustentar o princípio da compreensão e saber que é possível reparar ou retocar certos programas de vida. Discernir sem imposição. Deixar fluir realizações edificantes. Nada de rótulos incompatíveis com a harmonia de um pensamento comum voltado para o bem. Acreditar no outro e ser capaz de usar a flexibilidade para enriquecer a existência na busca da paz. É tão fácil ser flexível. Basta querer.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A PEDAGOGIA RELIGARE








“Que consequência podemos tirar do sentimento
intuitivo, que todos os homens trazem consigo,
da existência de Deus?
R. Que Deus existe; pois de onde lhes virá esse
sentimento, se ele não se apoiasse em nada? É uma
consequência do princípio de que não há efeito sem causa.”
(“O Livro dos Espíritos”, questão nº 5)



Por Jorge Luiz (*)



          


            No capítulo II – As Leis Morais – Livro III de “O Livro dos Espíritos”, os Benfeitores Celestes ampliam a definição acima, ensinando-nos que jamais houve povos ateus.
            Vê-se, portanto, que a religiosidade ou espiritualidade, é a marca do Criador na criatura. É um sentimento inato. É a Sua relação implícita no ser humano. É ele que emula a busca um sentido maior para a Vida. Todos nós possuímos este sentimento.
            A religiosidade caracteriza o homem como Ser teleológico, sempre gravitando em direção a Deus. Portanto, a existência do Espírito tem como objetivo maior a religação com o Pai Supremo.  A este respeito o Espírito Paulo, “O Apóstolo”, na questão 1009 de “O Livro dos Espíritos”, afirma: “Gravitar para a unidade divina, esse é o objetivo da Humanidade. Para atingi-lo, três coisas são necessárias: a justiça, o amor e a ciência.(...)”
            Da religiosidade é que se desenvolve o método da educação do Espírito, que designarei de Pedagogia Religare. A pedagogia como teoria da educação, ela é divinal quando tem como primeira causa o Espírito imortal, sobrevivente e comunicante, interexistencial que é. Para ele converge a sucessão de processos doutrinais que ao longo do tempo formam programa de ações naturais para a redenção espiritual do Homem, tendo como principais paradigmas o Amor e a Dor, a última pertinente ao atual estágio do Planeta.
            De acordo com a evolução do Espírito enquanto encarnado (Alma), a Pedagogia Religare ocorre em processo de relação, observada desde as manifestações primitivas totêmicas (litolatria, fitolatria, zoolatria e a antropolatria); politeísmo mitológico; monoteísmo judaico-cristão e as vidas sucessivas da Doutrina dos Espíritos. Sempre do imanente para o transcendente.

domingo, 2 de junho de 2013

VISÕES DA IMORTALIDADE ¹



        



 Por Roberto Caldas (*)



As denominações religiosas, sem exceção até então conhecida, propugnam pela imortalidade da alma como um dos seus princípios em comum. Afinal seria inútil o empenho em aprender uma ética espiritual sem que se estabelecesse a sobrevivência depois da morte como uma possibilidade que motivasse o aprendizado. Sem tal sobrevida a ética trataria de cidadania, ecologia, mas não encontraria razão para se definir uma concepção espiritual.
            Podemos afirmar que todos os religiosos do mundo têm uma ideia a respeito dos destinos do espírito depois de vencida a etapa da existência carnal. Essa ideia, no entanto depende dos conteúdos doutrinários que tiveram a oportunidade de aprender em contato com a fundamentação de seus grupamentos. Seguramente cada um vai buscar um alinhamento da sua necessidade interior com os preceitos ensinados nos diversos eventos espirituais e nas obras publicadas a respeito, de forma que cada pessoa se sinta em mais completa harmonia com os pensamentos e orientações. De toda forma é importante que se tenha em mente que cada um vai ficar vinculado àquela fundamentação que consiga atender aos anseios individuais, incluídos os aspectos familiares, culturais, intelectuais.