domingo, 29 de setembro de 2013

PRINCÍPIO BÁSICO


 Por Gilberto Veras(*)
Allan Kardek, pseudônimo do francês de Lyon, mestre incumbido de organizar a doutrina espírita revelada mediunicamente por espíritos superiores, e de conteúdo filosófico, científico e religioso, propiciou ao mundo espírita, por sua obra, a frase “amai-vos e instruí-vos”, amplamente divulgada e oriunda de apelo do Espírito da Verdade, registrado no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo VI, item 5) com absoluta clareza assim “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento, instruí-vos, eis o segundo.” Ao analisar esse princípio educativo, é dever nosso buscar raciocínio e sensibilidade compatíveis com a autoridade moral e sapiência do autor. Certamente, não foi o acaso que estabeleceu a ordem dos dois verbos, determinante na recomendação construída pelo amparo da moralidade e da intelectualidade (amar, primeiro, e instruir, depois). Inteligências atuantes solicitam esclarecimentos, e não me furto a dá-los, o que farei aqui, neste espaço literário.   

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

COMUNICANDO O MUNDO ESPIRITUAL¹






 Por Roberto Caldas (*)

Desde que os primeiros grupamentos humanos se estabeleceram no solo do planeta, passado todo o imenso período de preparação para a encarnação humana, que se intentou através de formas e sinais buscar uma maneira de nos comunicarmos uns com os outros. Foram utilizados sinais de fumaça, riscos e caracteres, muitos tipos de percussão, sons e grunhidos. O advento da escrita, talvez a maior das conquistas evolucionais de todos os tempos, foi o grande salto para que a informação pudesse ser repassada através dos tempos.
            O século XIX foi pródigo em inventos de comunicação de longa distância começando em idos de 1844 com o advento da Telegrafia pela genialidade de Samuel Morse, mas foi no final deste século que a comunicação em massa teria a sua primeira grande vitória com o surgimento do Rádio, um sistema de transmissão da voz através de ondas eletromagnéticas propagadas no espaço, que teve a sua primeira transmissão por Marconi utilizando várias patentes de Nikola Tesla.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A DIFERENÇA QUE FAZ A DIFERENÇA DA DOUTRINA ESPÍRITA






 Por Francisco Castro (*)



No mundo empresarial quando um produto incomoda muito e começa a ganhar mercado, os concorrentes usam uma ferramenta chamada benchmarking que, em suma, significa procurar incorporar o que de melhor esse concorrente tem.
O Espiritismo, sem dúvida, incomoda tanto aos católicos como aos evangélicos. É o que se depreende de alguns ataques, virulentos até, que encontramos na mídia de uma maneira geral, daí a estratégia que propomos.
Pelos dados do Censo-2010, em termos numéricos, os católicos continuam em primeiro lugar, com 64,6% da população, números que no passado já chegaram aos 73,6%. Os evangélicos que se colocam em segundo lugar passaram de 15,4% para 22,2%. Os espíritas passaram apenas de 1,3% para 2,0% da população, situando-se no terceiro lugar com 3,8 milhões de adeptos.

sábado, 21 de setembro de 2013

SER ANJO É UMA META¹






 Por Roberto Caldas(*)


É inegável que o pensamento espírita desembarcou no planeta trazendo uma versão teológica que contraria a tradução adotada por muitos séculos pelas doutrinas religiosas ocidentais. À parte a questão fenomenológica da mediunidade, grande gargalho no debate com a ortodoxia, há um ponto que se torna o calcanhar de Aquiles da relação da Doutrina Espírita com as demais denominações espiritualistas, que é a discussão que envolve a existência da figura bíblica do Satanás, Lúcifer ou Diabo.
Ao tratar desse tema a linguagem espírita não poderia ser mais incisiva e direta. A pergunta 131 de O livro dos Espíritos não deixa espaços para qualquer dúvida a respeito quando questiona se “há demônios, no sentido que se dá a essa palavra?” que traz uma resposta expressa e clara, “se houvesse demônios seriam obra de Deus”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

COMPANHEIRO INSEPARÁVEL





Por Gilberto Veras (*)


Onde estiveres, aí estarei.
Em Recife, na praia de Boa Viagem,
com os pés nus,
recebendo carícias do mar e da areia fina,
molhada por cadenciadas águas
e socada por incansáveis sopros do irmão vento,
em formação de plano com horizontalidade impecável
e firmeza assaz agradável.
Se a temporada acontece em Fortaleza,
participo nos momentos renovadores de lazer, 
em estudos, conjecturas, criações mentais,
em banho de sol ameno
e passeio em praias de verdes mares
que não são de tua terra natal.
Não me separo de ti jamais,
sou parte de tua vida,
por ordem superior.
Autorizo-te chamar-me não somente de pensamento,
como também,
e acima de tudo, de amor,
porque intrínseco à tua alma estou,
pela vontade de Deus.

(*) poeta e escritor espírita.

domingo, 15 de setembro de 2013

O DESAFIO DA AME-INTERNACIONAL¹ PERANTE O MATERIALISMO EUROPEU








O público que lotou o salão do centro de convenções do Andreas Hermes Akademie, em Bonn, compunha-se de alemães, em sua maioria. Como tem ocorrido nos eventos da AME-Internacional por toda a Europa, o público local já supera em muito o de imigrantes brasileiros. Nas palestras com aspecto científico, divulgação do ideal médico-espírita, uma palavra não era bem-vinda: religião.
Se a religiosidade do povo, no Brasil e nas Américas, manifesta-se nas várias formas de expressão religiosa, com a multiplicidade de cultos, na Europa, o materialismo tornou-se o senhor das mentes, as religiões tradicionais perderam não apenas a supremacia, mas também se tornaram sinônimo de crendice e motivo de repúdio pelos homens de ciências, letras e cultura.
Na prática médica, o materialismo apresenta-se por meio da valorização da doença como soberana, em detrimento do doente subalterno ao sistema de conhecimento médico, que lhe permite focar o ser apenas como aquele que carrega um órgão, ou mais, que necessita de tratamento.
No modelo médico ocidental, que tem fundamentação baseada no modelo biomédico, materialista, o homem perdeu sua integralidade; o médico tornou-se míope; e é capaz de enxergar apenas uma parte, uma porção do todo que se apresenta.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O INSTITUCIONALISMO: "A DOENÇA" DA INSTITUIÇÃO ESPÍRITA






“Eles (egoístas) serão sempre os vermes
roedores de todas as instituições progressistas:
enquanto dominarem, ruirão aos seus golpes
os mais generosos sistemas sociais,
os mais sabiamente combinados.”
(Allan Kardec – Obras Póstumas)



               Por que nos instituímos?
            Os Reveladores Celestes no capítulo da Lei de Sociedade, questão nº 766, de “O Livro dos Espíritos” advertem-nos que a vida social é natural, e que Deus fez o homem para viver em sociedade. Allan Kardec no comentário na mesma questão acentua que não gozando nenhum homem de faculdades completas é pela união social que se completam para assegurarem o seu próprio bem-estar e progredirem.
            As instituições nascem deste sentimento, que traz em si harmoniosa garantia de ordem, a partir do próprio desejo de servir à espécie humana e ao esforço da civilização. Tudo isto, portanto, precisa ser institucionalizado.
            A partir deste escopo, as instituições são árvores cujos galhos são saberes que permitem permanentemente recompor as relações sociais, organizar espaços e recortar limites. É preciso entender ainda que elas não estão desvinculadas da práxis social.

O EXEMPLO CHAMADO BEZERRA DE MENEZES ¹









Por Roberto Caldas (*)



                O Brasil está vivendo um momento extremamente especial em sua história atual. Os donos do país resolveram cobrar a conta. Começaram a fazer isso ocupando as ruas e mostrando a sua insatisfação numa efervescência que deixou os detentores dos três poderes completamente desnorteados, diante do clamor da multidão que representava o cansaço da população com o mundo político. Esse fenômeno colocou para fora dos palácios o que já sabíamos - nunca houve um plano de longo prazo para fazer o país navegar rumo à estabilidade e ao progresso - o que justifica as atitudes de açodamento e robusteza apenas aparente que estampou por completo, de corpo e alma, a incapacidade administrativa, parlamentar e emocional dos nossos dirigentes.
            Diante de tamanho impasse gerado pela queda das máscaras ficou difícil encontrar um único personagem que pudesse ocupar, com virtuosismo e responsabilidade, honestidade e caráter, o lugar de homens que deram ao cenário político brasileiro a qualidade de honradez e respeito representados por José do Patrocínio, Ruy Barbosa e Afonso Arinos.
A ausência de biografias disponíveis no cenário nacional dos anos 2000 traz à lembrança a figura do venerando mentor espiritual Adolfo Bezerra de Menezes. Nascido em um grotão das terras cearenses, durante a sua encarnação findada no início de 1900 conseguiu ser exemplo nas suas atividades como médico, político e espiritualista que se tornou espírita depois dos 50 anos. Defendeu em todas as suas atitudes o comprometimento e a lisura com o espírito de solidariedade, a dedicação às causas sociais e humanas como as únicas formas de mudança da sociedade. Após a chegada ao mundo espiritual a sua afeição à pátria brasileira foi a motivação responsável pela sua permanência na psicosfera do planeta.  A sua visão ampliada de transformação pode servir de inspiração para o atendimento das nossas necessidades imediatas, mas principalmente para a execução de planos de médio e longo prazo no estabelecimento de uma nova ordem social e política. Adverte quanto ao imperativo da ação grupal ao assinalar que “solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.” No campo das ações entende os graves problemas, mas arremata que “a situação requer urgência, mas não demanda pressa” porque a urgência estabelece o foco de busca da solução enquanto a pressa precipita a perda do bom senso, justamente o que vemos acontecer nas respostas dos nossos representantes legislativos e administradores do executivo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PODER E DEVER





 Por Gilberto Veras (*)


São duas providências divinas que orientam o homem na marcha evolutiva da vida, precisam, por isso mesmo, ser muito bem entendidas e aplicadas, para que não sejamos retardados em nossa caminhada, com reações desagradáveis (de caráter educativo), respostas automáticas a imprevidências, pela necessidade do aprendizado ditado pelas leis superiores, comandos e determinismos do Todo-Poderoso. Fomos criados pelo Pai da Vida com finalidade muito bem definida, soberanamente inteligente e amorosa, com consequências assaz motivadoras pela satisfação crescente que proporcionam em nossa intimidade, e nos impelem ao estado de felicidade plena, no final da jornada de aperfeiçoamento, com o espírito dispensado de provas e expiações. É interessante e primordial observar a imprescindibilidade e o inter-relacionamento do binômio poder-dever no processo de aprimoramento da alma humana.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A PAZ E A PÁTRIA¹



                                               


 Por Roberto Caldas (*)


A verdadeira Pátria é a espiritual. No mundo dos encarnados vivemos dispostos geograficamente em nações que dispõem de limites que tornam estrangeiro qualquer elemento que os transponha tão simplesmente. Enquanto isso o mundo espiritual é apenas um vão posicionado no espaço universal infinito, onde guardamos absoluta condição e igualdade e jamais podemos ser vistos como estranho ao ambiente. Lógico que nesse mundo os limites e barreiras se fazem presentes, porém é cada habitante que estabelece as regras limitantes. Terra de um só idioma, o pensamento.
            O pensamento em sendo a matéria que cria todas as condições desse espaço, é ele que produz as sintonias que aglomeram pela identificação e similaridade as populações que se dividem, parcial e temporariamente, em grupamentos aqueles que se alimentam mutuamente pelas mesmas emanações formando assim os planos que recebem os que deixam o corpo físico pelo fenômeno da desencarnação ou ainda pela libertação momentânea do sono.          O domínio em que se encontra o mundo dos encarnados pode ser estabelecido pela compreensão de ele é uma pequena zona contida na área infinita do mundo invisível que, aliás, não é visível apenas pela torpeza de sentidos que o corpo físico confere à alma que se encontra nele instalada. Significa que o mundo material faz parte do mundo espiritual e logo estamos todos os habitantes da Terra em uma mesma pátria, apesar dos limites geográficos e de idiomas que nos separam, tanto quanto as diferenças sociais e raciais.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

APÓS A HOMILIA PAPAL



Por Sérgio Aleixo (*)




            “[...] caros discípulos, aquele que foi sagrado por São Paulo vem dizer-vos que vossa missão é sempre a mesma, porquanto O PAGANISMO ROMANO, SEMPRE DE PÉ, SEMPRE VIVAZ, AINDA ENLAÇA O MUNDO, como a hera enleia o carvalho. Deveis, pois, espalhar entre os vossos irmãos infelizes, escravos de suas paixões ou das paixões alheias, a sã e consoladora doutrina que meus amigos e eu viemos vos revelar, por nossos médiuns de todos os países.” [Revista Espírita. Out/1861. Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses. F.E.B., p. 440.]

Deixemos de mimos ecumênicos. Deixemos isso ao Papa e seu séquito, a esse paganismo litúrgico da Roma imperial, até hoje incrivelmente mal disfarçado de Cristianismo, que só quer a nossa servidão. Ecumenismo? Talvez haja sido, isto sim, o que Kardec viu quando entre os espíritas de sua querida Lyon, assim descrito pelo citado guia espiritual:

“Não podeis acreditar quanto nos é doce e agradável presidir ao vosso banquete, onde o rico e o artesão se acotovelam, brindando à fraternidade; onde O JUDEU, O CATÓLICO e O PROTESTANTE podem sentar-se à mesma comunhão pascal. Não podeis imaginar quanto me sinto orgulhoso de distribuir a cada um de vós os elogios e o encorajamento que O ESPÍRITO DE VERDADE, NOSSO BEM-AMADO MESTRE, ordenou-me conferisse às vossas piedosas coortes.” [Revista Espírita. Out/1861. Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses. F.E.B., p. 442.]

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

ÉTICA






Por Paulo Eduardo (*)




A ciência da moral. Estudo profundo dos nossos deveres para com Deus e a sociedade. Há uma ética comportamental para tudo o que se possa imaginar. Ética. Apenas uma parte da filosofia referente aos costumes. Deontologia. O certo é que não podemos fugir ao comportamento ético. Estamos atravessando uma fase de difícil assimilação para vivenciar regras morais. Homens e mulheres disputando um direito de igualdade que a rigor é próprio do ser humano. O sexo não vai definir quem é o melhor. Todos são iguais na conceituação da moral. Cinco letrinhas mágicas e de muita vibração para firmar um caráter forte. Como na canção popular do adeus. "Adeus, adeus cinco letras que choram". Será que vamos ter que prantear à falta de ética? Onde a nossa natureza voltada para o bem?