quarta-feira, 31 de julho de 2013

EDYNARDO WEYNE






 Por Luciano Klein (*)




Nasceu em Fortaleza, a 9 de janeiro de 1911, sendo seus pais Álvaro Nunes Weyne (prefeito de Fortaleza em duas gestões) e Maria José Rodrigues Weyne, primeira pessoa escolhida para exercer, em nosso Estado, as funções de presidenta da LBA - Legião Brasileira de Assistência.
Estudou no Colégio Militar do Ceará. Ainda tenente, assumiu as tribunas publicas no momento em que o mundo vivia a tragédia da 2.ª Guerra Mundial. Ao lado de Perboyre e Silva e Madaleno Girão Barroso, formou o conselho deliberativo da Sociedade Amigos da América, empolgando o público com sua oratória na sessão cívica de instalação no Teatro José de Alencar. Em outra vibrante alocução, na Praça do Ferreira, conclamou a todos para a luta contra o fascismo e a Quinta Coluna.
O General Euclides Zenóbio da Costa, comandante das tropas expedicionárias brasileiras, em sua passagem por Fortaleza, no ano de 1943, hospedou-se na residência de Álvaro Weyne, o que ensejou ao tenente Edynardo solicitar-lhe sua inclusão como voluntário.  Segundo anotações do confrade e pesquisador Ary Bezerra Leite, ao partir para a Itália, foi exaltado na imprensa, por Aníbal Bonavides, como intrépido lutador democrata, que conquistara o direito dessa homenagem na praça pública e na trincheira jornalística. Em pleno Atlântico, a bordo do navio “General Meigs”, Edynardo anotaria em seu diário: O fim do fascismo só será proveitoso para a humanidade se marcar o início de uma nova era onde os homens pratiquem, de coração e não obrigados por leis draconianas, a fraternidade e a tolerância, sem as peias das fronteiras nacionais e os entraves das igrejas...

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A SOLUÇÃO ESTÁ EM NÓS¹



            



 Por Roberto Caldas (*)


Há muita pressa e desencontros puxando-nos para o desespero das ruas. A multidão caminha meio sonâmbula, semi-inconsciente pelos corredores alvoroçados dos escritórios, centros comerciais e avenidas numa busca frenética de consumismo, perfilada como os antigos matadouros dispunham o gado pouco tempo antes do golpe final. Instalou-se nas mentes 
das pessoas um estado de confusão que impõe barreiras para escolher entre o supérfluo e o essencial, daí vivemos uma época que tornou todas as coisas relativas demais gerando uma labilidade de caráter que põe em perigo os mais profundos conceitos de ética da convivência. A convulsão social, filha da desigualdade de oportunidades, foge do controle e impõe derrotas diárias em todos os grandes centros urbanos, tomadas pela criminalidade que a polícia persegue, mas retrata tão somente aquela outra forma de delinquir que se veste de paletó e gravata e frequenta os grandes salões repletos de holofotes da vida pública.  Crianças e adolescentes, antes protegidos pelos esforços dos pais e da sociedade, se encontram expostos à escalada vertiginosa da ambição que corrompe e mata pelas mãos dos que traficam drogas que abatem o corpo, além daquelas que danificam pela bestialização intelectual patrocinada pelos meios de comunicação. Testemunhamos exemplos de altos graus de estresse e suicídios acontecendo em faixas etárias cada vez menores, em parte pela crença de que é preciso abrir o ser humano ainda criança ao carrossel de informações, antes filtradas pelo adulto em sua defesa.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

NOVOS MÉDIUNS






Por Alkíndar de Oliveira (*)




I - A ÁGUA, O FILTRO E OS COPOS

     A água é um elemento da natureza que nos surpreende. Por exemplo, seu poder energético-vibracional é digno de pesquisa: tomamos banho para nos relaxarmos, assim como tomamos banho para nos despertarmos. Veja só, dois objetivos totalmente opostos e, numa situação ou outra, o elemento gerador do “relaxar” ou do “despertar” é o mesmo: a água. É como se fosse possível o sal servir ao mesmo tempo para salgar e para adoçar!
     Parece até que nessas circunstâncias a água lê nossos pensamentos e obedece nossa vontade. É nossa escrava. Engano. Somos escravos dela. Sem água não vivemos.
     A água destrói e constrói. A água mata e vivifica. A água que faz uma árvore crescer altaneira e bela é a mesma água que, numa tempestade, derruba-a brutalmente ao solo.

     Outra coisa incrível: a água, um elemento mais pesado do que ar e inimiga do fogo, é a junção de dois gases mais leves do que o ar e amigos do fogo (o hidrogênio e o oxigênio). Como pode?!

     Esse misterioso e tão conhecido elemento da natureza assumiu um poder transcendental quando, há pouco mais de 2.000 anos, um homem banhou-se nas águas do rio Jordão, e foi anunciado pelo peregrino João Batista como o filho de Deus que os profetas antigos tanto anunciaram.
     Das águas do Rio Jordão “nasceu” (simbolicamente) Jesus.

     O Mestre dos mestres trouxe-nos a água da vida eterna. Em seus ensinamentos profundos sempre aparecia a palavra água, ou uma de suas funções, por exemplo, a de saciar a sede: “Vinde a mim quem tem sede da justiça”. Assegurou-nos Jesus que quem bebesse da “fonte da água cristalina” jamais teria sede.

terça-feira, 23 de julho de 2013

EVANGELIZAR E EDUCAR






Por Sérgio Aleixo (*)


Educar é processo amplo, complexo. São tantas as possibilidades... O centro espírita não consegue, hoje, sequer ensinar Espiritismo, que dirá educar em sentido mais extenso, coisa que, por sinal, nem mesmo escolas e universidades fazem a contento todo o tempo. Por que o centro espírita teria de fazê-lo? Não se trata, pois, de saber se educar é mais ou menos do que evangelizar, ou se evangelizar é palavra exclusiva da Igreja Romana. Trata-se de saber se educação, para o Espiritismo e para os espíritas, pode existir sem os evangelhos cristãos. Para Kardec, a educação moral está acima da educação intelectual.

Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.[1]

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O HOMEM DE BEM¹






 Por Roberto Caldas (*)


A crise moral que assola o nosso planeta e especificamente o nosso país é um provável resultado de termos passado muito tempo jogando para baixo do tapete as nossas sujeiras individuais enquanto bradamos exigências aos outros quanto às posturas que adotam diante das circunstâncias que escolheram. Vivemos uma época em que a palavra perdeu o seu valor e o caráter, recentemente sinônimo de honra, passou a ter outros significados mais genéricos e inexpressivos. Frequentemente vemos e ouvimos explodirem escândalos morais de todos os lados, destruindo ideais e tisnando qualquer sombra de esperança, induzindo-nos a banalizar a importância de nossa atitude, como se nada representássemos diante dos gigantes da imoralidade que ocupam todos os espaços do poder.
O Evangelho Segundo o Espiritismo em seu capítulo XVII, item 3, chama a atenção de todos nós para um tema que necessita ser mais discutido em nossa rotina. Ao estabelecer o conceito do Homem de Bem, sem obrigá-lo a ser partidário de agremiações de quaisquer naturezas, joga sobre as nossas costas uma responsabilidade imensa, a de despirmo-nos de nossas desculpas separatistas e caminharmos na direção de uma solução universal para os grandes problemas humanos representados pelo individualismo das ideologias vazias.
Darcy Ribeiro (26/10/1922 – 17/02/1997),  (foto) antropólogo, escritor, político brasileiro, provavelmente um descrente em qualquer poder superior, mas nem por isso deixou de inscrever o seu nome no rol daqueles que conseguiram dar o melhor de si em prol da humanidade. Sua biografia, talvez esquecida pelas hordas de poderosos que atropelam os princípios da solidariedade apesar de frequentarem igrejas e fingirem respeito aos cultos externos a Deus, é um dos mais belos convites a quem se perceba desejoso de engajar-se no conceito de Homem de Bem, segundo prevê o Evangelho Segundo o Espiritismo. Sabedor das muitas dificuldades que enfrentou para a semeadura do amor entre os seus semelhantes, eis que desabafa: “Fracassei em tudo que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei, mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.

sábado, 20 de julho de 2013

PSICOLOGIA DA INGRATIDÃO






 Por Dora Incontri (*)



Todas as vezes que testemunho ou sofro alguma ingratidão, lembro-me da passagem do Evangelho – aquela em que Jesus curou os dez leprosos e só um voltou para agradecer. E ele perguntou: onde estão os outros nove? Essa história nos indica que a ingratidão é algo comum, majoritário, no comportamento humano. Estatisticamente, 90% daqueles que Jesus curou, não mostraram gratidão.

Observando esse fenômeno, proponho-me aqui a examinar as motivações psicológicas da ingratidão.

Quando alguém está precisando de ajuda – seja porque está doente, com dificuldades financeiras, solitário, deprimido, em qualquer situação de crise ou mesmo que essa crise seja um status permanente, desde a infância – é um momento, uma fase, ou até uma existência inteira, até então, de fragilidade e de carência. Para o orgulho humano, precisar do outro, tem algo de humilhante – ainda que aquele que ajude (como o caso incontestável de Jesus) esteja ajudando com total desprendimento e sem nenhum desejo de recompensa. Obviamente que este estado de desprendimento e desapego dos resultados é algo bastante raro no mundo, tão raro quanto a gratidão.

Ora, quando a pessoa que recebeu a ajuda, seja em forma de dinheiro, apoio, solidariedade, incentivo, colo… – se vê numa situação melhor, de maior segurança, de retomada de sua autonomia, até de euforia, porque conquistou posições e patamares antes impensáveis (muitas vezes com o próprio esforço sim, mas a partir da ajuda recebida) – então, a pessoa não quer mais se lembrar daquele instante de fragilidade, quer negar para si mesma que precisou um dia de apoio, quer atribuir todas as suas conquistas apenas a si mesma, aos próprios méritos. Não quer dividir o sabor da vitória, relembrando um momento em que estava “por baixo”. Então, nega o benfeitor, esquece-o, até pode agredi-lo e eliminá-lo simbolicamente, porque é humilhante para o seu status atual, fazer referências a um estado anterior de carência. Então, faz aquilo que o ditado popular tão pitorescamente expressa: “cospe no prato que comeu”.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

EXCELÊNCIA DA AMIZADE





Por Gilberto Veras (*)



Amizade sincera não é conquista fácil em nossas vidas,
e o principal motivo é o egoísmo ao qual estamos todos vulneráveis
no tímido estado de adiantamento em que nos encontramos
reunidos neste planeta de pouca evolução.  
A excelência desse sentimento requer similaridade,
sintonia e disponibilidade,
respeito e desprendimento,
amor e comprometimento,
fraternidade nas ações,
propostas humildes,
empatia e simpatia nas relações,
reciprocidade é dever,
o bem é tempero indispensável
e o mal é expulso a dois,
não com a crueldade de punhal insensível
que abre espaço a lágrimas indesejadas,
mas com a firmeza da coragem
que constrói obras promotoras,
a fidelidade se impõe pela convicção da verdade clarificada.

domingo, 14 de julho de 2013

MANIFESTO PELA FÉ RACIOCINADA





 Por Jorge Luiz (*)



          Inspiro-me nas manifestações de ruas no Brasil para sugerir mobilização idêntica no meio espírita pelo resgate da fé raciocinada. Isso mesmo!
            Pode parecer meio subversiva tal proposta, no entanto, acredito que seja a única forma de sairmos do estágio de sonolência profunda em que se encontra o movimento espírita cearense, que acabou transformando o Espiritismo em um “Gigante Adormecido”, parafraseando o prof. Herculano Pires quando afirmou que o Espiritismo é uma ciência de gigantes nas mãos de pigmeus. E que pigmeus!
            É notável a riqueza da Doutrina Espírita, tanto nas obras básicas como nas obras de nomes insignes que se esmeram em torná-la acessível a todos os níveis de intelectos. As Vozes do Céu, incansavelmente, continuam a nos enviar ensinamentos para o despertar da fé espírita.
            Embora proclamada aos “quatro ventos”, o que enxergamos na maioria das instituições espíritas são iniciativas carregadas de rituais e misticismo que contrariam a própria razão.
            Ademais, enquanto algumas correntes católicas começam a suprimir os hinos de suas liturgias, elemento mais primitivo da herança teológica, algumas casas espíritas os introduzem em suas atividades, com uma nova roupagem que costumam chamar de “Hora da Prece”. Quando não, as cantigas ocorrem no início e final da atividade, em número determinado, práticas que ferem os fundamentos básicos da Lei de Adoração, lei primeira das Leis Morais, onde se lê que os cânticos não chegam a Deus senão pela porta do coração.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A CULTURA ESPÍRITA





“Temos assim uma situação calamitosa, em que o aspecto cultural da Doutrina, e particularmente o seu aspecto científico, estruturado na Ciência Espírita, com a mais brilhante tradição, vê-se relegado, como se nada representasse nessa fase de transição,”

(J. Herculano Pires – “Ciência Espírita”)



Por Jorge Luiz (*)



           
O sentido de cultura está comumente associado a estudo ou educação escolar. Quando não, refere-se unicamente às manifestações artísticas, como teatro, música, pintura. Em outras oportunidades é identificada com os meios de comunicação de massa, tais como o rádio, o cinema e a televisão.
            Talvez isto tenha feito com que ao longo do tempo a cultura espírita tenha sido pouco estudada e até rejeitada por muitos espíritas sob a alegação de elitismo. Até as instituições espíritas que a utilizam em suas denominações sofrem deste preconceito.
            O Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento humano, abordando as mais vastas matérias que influenciam todo o ambiente cultural em que se insere o homem. Negar esta dimensão é negar todo o seu vínculo com a ciência e a amplitude do seu interesse, restringindo-o às questões meramente “paranormais”.
            A palavra cultura é de origem latina, do verbo colere, que significa cultivar. Portanto, o significado original está ligado às atividades agrícolas. Submetida às influências de vários pensares, em nossos dias é compreendida como uma dimensão da realidade social, a dimensão não-material, uma dimensão totalizadora, pois entrecorta os vários aspectos dessa realidade, assevera José Luiz dos Santos, professor de antropologia na UNICAMP.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

VERSÃO DA ORAÇÃO DOMINICAL





Por Gilberto Veras (*)



Pai nosso que estais em todas as partes do universo,
bendita seja vossa lembrança.
Venha a nós vossa vibração poderosa.
Seja feito vosso determinismo,
aqui na Terra como nos outros mundos,
físicos ou espirituais.
O alimento do corpo e da alma dai-nos hoje.
Perdoai-nos ao corrigirmos nossas falhas,
para que, em crescendo,
cada vez mais perdoemos nossos ofensores.
Fortalecei-nos os valores espirituais
diante das tentações,
e livrai-nos do mal.
Assim seja!

(*) poeta e escritor espírita.

terça-feira, 9 de julho de 2013

EDUCAÇÃO ESPÍRITA ¹








Por Francisco Cajazeiras (*)


Francisco Cajazeiras Quais as relações existentes entre Educação e o Espiritismo?

Dora Incontri Muitas. Primeiro porque Kardec era um educador. Antes de se dedicar ao Espiritismo, à pesquisa das mesas girantes, depois à codificação da Doutrina Espírita, durante trinta anos, na França, exerceu a função de educador. Foi discípulo de um dos maiores educadores de todos os tempos que foi Pestalozzi.
Então o Espiritismo segue uma tradição pedagógica. E o Espiritismo, ele próprio, é uma proposta pedagógica do Espírito. O Espiritismo não é uma proposta salvacionista, ele é uma proposta que pretende que o homem assuma a sua autoeducação como aperfeiçoamento espiritual.

Francisco Cajazeiras – Então quer dizer que existe uma educação espírita e uma pedagogia espírita?

Dora Incontri Existe. Existe porque toda filosofia, toda concepção de homem, de mundo, toda cosmovisão desemboca, necessariamente, numa prática pedagógica. Se você tem uma doutrina materialista, você terá, consequentemente, uma proposta pedagógica materialista; se você tem uma visão de mundo espiritualista, também terá uma proposta espiritualista; se você terá uma proposta pedagógica coerente como os princípios da Doutrina Espírita. É isso que nós estamos tentando pesquisar, elaborar, enfim, contribuir para que pedagógica espírita seja mais sistematizada, mais conhecida e mais aplicada.

Francisco Cajazeiras O que você acha da criação de escolas espíritas? Como é que o movimento espírita tem se comportado com relação a isso?

domingo, 7 de julho de 2013

A RELIGIÃO ESPÍRITA






 Por Sérgio Aleixo (*)


Kardec sempre disse que o Espiritismo não era uma religião. Todo estudioso de suas obras bem o sabe. Contudo, uma única vez, nem por isso menos determinante, acabou assegurando que, sim, o Espiritismo era uma religião, embora sem sacrificá-lo ao sentido usual do termo. Vejamos:

[...] o verdadeiro objetivo das assembleias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção larga e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças [...] O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião da família.
Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.
Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.[1]

sexta-feira, 5 de julho de 2013

CROMOTERAPIA, FLORAIS DE BACH... NOS CENTROS ESPÍRITAS?





          

            Nós espíritas sabemos que existem Centros Espíritas (que assim auto denominam-se) que trabalham com cromoterapia, florais de Bach, etc. e que conseguem bons resultados de curas. Fazem os doentes saírem física e mentalmente recuperados. Cabe a nós, espíritas, respeitar as mais diversas modalidades e formas de cura. São meios úteis de minimizar o sofrimento alheio.

            Se temos por obrigação respeitar a forma dos outros agirem (não devemos respeitar o livre arbítrio?) e, até elogiar por estarem aplicando mais uma maneira de ajudar a quem precisa, temos, por outro o lado, o direito de pedir ao líderes dessas instituições para não denominá-las de Centros Espíritas.
            Releia Kardec.
            Você, caro irmão, assim agindo, com o nobre propósito de ajudar o próximo, prejudica o foco do Espiritismo.
           O bom líder sabe que determinar o foco é o passo fundamental para conseguir sucesso em sua empreitada.
           Agindo assim, meu irmão, vão confundir Espiritismo com Casa de Recuperação, aonde o doente vai com um mal do corpo ou do espírito, cura-se, e depois volta para sua residência esquecendo-se completamente da importância do Centro Espírita em sua vida, ou mesmo não tendo – esse doente recém curado - acesso à profundidade da Doutrina Espírita, que é o que ocorre na maioria das vezes.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O DIA EM QUE O GIGANTE ACORDOU





 Por Dora Incontri (*)



Num momento em que explodem as insatisfações seculares de um povo, que já não aguenta mais o cinismo das classes dominantes, apenas podemos manifestar melhor nossa adesão, através de um poema, que grite na internet, como nas ruas está gritando o povo!

Não são os vinte centavos
Que movem as multidões
E assombram nosso congresso
e assolam os corações!

São séculos de opressão
Inesgotáveis impostos
Corrupção sem fronteiras
E cínicos sempre a postos!

É nosso trabalho escravo
Sustentando vis Sarneys
É nossa descrença crônica
Na equidade das leis!

terça-feira, 2 de julho de 2013

PAUTA POLÍTICA





 Por Paulo Eduardo (*)


Na feitura de um jornal há sempre uma pauta. Trabalha-se num cronograma de ideias. Detalha-se a ocorrência merecedora das atenções gerais. Hoje, nesta crônica, um roteiro de analogia entre religião e política.
Nenhuma vontade de ser político na fiel acepção do termo. Apenas contribuir, filosoficamente, para afirmar a inteligência do que se contém na obra básica de Kardec, por exemplo, quando analisa 405 questões abordando as “Leis de Adoração, Trabalho, Reprodução, Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade, Liberdade e Justiça, Amor e Caridade.”
Questões objetivas. Envolvem o homem no seu relacionamento com “o Criador da vida, com o planeta em que vive, com seus semelhantes, com as sociedades de que participa”. Em síntese, sob o aspecto filosófico que o Espiritismo nos apresenta como normas políticas. Regras de moral. Princípios éticos que alcança a todos.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

BRASIL VENCEDOR




 Por Gilberto Veras (*)


70.000 pessoas reunidas cantam o hino nacional.
Abraçados,
jogadores da seleção de futebol do Brasil,
circunspectos e emocionados, também cantam.
vibração intensa espalha-se no ar do Maracanã
e alcança milhões de brasileiros,
corações,
feridos de injustiça, desrespeito e discriminação,
recebem alento e esperança da arte,
o futebol  mágico, vitorioso,
produzido por pernas e mentes sintonizadas com
dribles, passes e chutes concatenados,
o trabalho é de equipe e cada peça,
com função própria,
conduz a bola,
desvencilhando-se dos adversários,
em direção à trave protegida pelo goleiro do time atacado.