domingo, 6 de agosto de 2017

FATORES ESPIRITUAIS DA OBSESIDADE



  



 A obesidade ou Pimelose é doença crônica grave, caracterizada por excesso de peso corporal devido ao desequilíbrio entre as calorias ingeridas e as consumidas. É resultado do balanço energético positivo, porquanto a concentração calórica provida da ingestão alimentar é superior ao que é gasto.

   Apresenta altas taxas de mortalidade, representando, atualmente, um dos maiores problemas de saúde pública, no mundo, principalmente nos Estados Unidos. A OMS (Organização Mundial de Saúde), em 1998, considerou- como a epidemia do século.


   A obesidade está associada a graves problemas de saúde, como a doença cardiovascular, principalmente a arteriosclerose coronariana, levando ao infarto do miocárdio, hipertensão arterial, aumento significativo das taxas de colesterol, incidência de acidentes vásculo-cerebrais, o insidioso e temível Diabetes mellitus tipo 2, caracterizado por altos níveis de açúcar no sangue, presença de insulina com ação dificultada pela obesidade (resistência à insulina, não insulinodependente), apneia do sono, câncer e osteoartrite.

   Pesquisas científicas relatam que a obesidade é provocada por diversos fatores, sendo 3% os de origem genética e metabólica, o restante de grande predominância (97%), englobando as causas ambientais e comportamentais.

   Polimorfismo em diversos genes que controlam o apetite e o metabolismo é o responsável pela causa genética, enquanto o hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônios da glândula tireóide) e a síndrome de Cushing (excesso de cortisona no sangue, ocorrendo aumento de peso, depósito de gordura no tronco e pescoço denominado de "giba" ou "obesidade centrípeta") respondem pelos fatores metabólicos.

   Como a compulsão alimentar levando à obesidade pode ser regida por fatores genéticos, o indivíduo já nasce predisposto aos transtornos alimentares, os quais, certamente, tem natureza espiritual de ordem principalmente expiatória, necessitando o ser trilhar o caminho da vida com sérias restrições alimentares.

   O sedentarismo, a má alimentação (ingestão rica em carboidratos, frituras, produzindo gorduras trans, consumo alto de gorduras saturadas, alimentos preparados com a perniciosa gordura vegetal hidrogenada), bebidas alcoólicas, refrigerantes, falta de exercícios, distúrbios emocionais e culturais são importantes fatores causais de obesidade.

  Quanto aos fatores de ordem emocional e cultural, importante destacar a mãe superexigente, dominadora, levando a criança, principalmente o lactente, a se alimentar exageradamente. Alguns trabalhos científicos chamam a atenção da rejeição paterna, o pai ausente, à ausência da imagem paterna impondo limites, em concordância com os transtornos alimentares encontrados. Na Austrália, propriamente na cidade de Melbourne, foi feita uma pesquisa com cinco mil crianças entre quatro e cinco anos, apresentando alta incidência de sobrepeso e obesidade, relacionando-a com o descaso dos pais. Seria a obesidade, nesse caso, consequência de uma busca inconsciente de uma compensação psicológica?

   Corroborando essa tese, porém com outra abordagem, em São Paulo, no Centro de Pesquisas e Estudos em Psicologia, foi realizado um interessante trabalho científico, relacionando a gravidez de meninas de 15 e 16 anos com o descaso dos pais, desde que as jovens se referiam aos seus genitores, em geral, como figuras ausentes e fracas. Inconscientemente com a gravidez buscariam uma resolução para o seu desamparo. A gravidez poderia ser uma forma de compensar uma família sem a estrutura adequada, sem a atenção devida na infância.

   Muitos distúrbios emocionais são encontrados na obesidade, principalmente o de alimentar-se desbragadamente, como refúgio, válvula de escape. O indivíduo, então, afoga suas mágoas, preenchendo o grande vazio emocional, caracterizado pela baixa estima, falta de afeto ou mesmo a solidão. Muitos comem devido à ansiedade e para se acalmar. Em verdade, desde a fase neonatal, naturalmente, o bebê percebe que basta chorar que a mamada vem em seguida. Trata-se de um impulso benéfico que poderá ser perpetuado de forma inconsciente, acompanhando patologicamente o ser na fase adulta, tornando-se um hábito. Na fase adulta, desejará resolver o estresse e a ansiedade, empanturrando-se de comida.

   Os distúrbios culturais na obesidade são observados nas famílias que dão um valor extremo à alimentação. Em verdade, "vivem para comer" e não "comem para viver". Estão sempre reunidos em torno de uma farta e não saudável mesa, consumindo alimentos com excesso de gorduras, quase sempre frituras, acompanhados dos nefastos refrigerantes. São reuniões de familiares e amigos em torno de uma mesa farta, riquíssima em calorias: "pecando pela gula". Normalmente exercem, igualmente, o extremo da glutonaria, frequentando os restaurantes especializados em comida em rodízio rica em calorias.

   A compulsão por comida pode ser enquadrada como um vício, causado ou estimulado por entidades inferiores, o que já é do domínio científico não espírita, tornado público pela Dra. Edith Fiore, PHD em Psicologia (EUA), em sua obra Possessão Espiritual . A terapeuta percebeu, em pacientes submetidos à hipnose e que entravam em transe profundo, comportamentos que não tinham similitude na maneira tradicional de agir, parecendo serem de outra personalidade. Fiore denominou esses espíritos invasores de "presos a terra". Os pacientes relatavam a presença de intrusos dentro deles, impedindo-lhes a vontade de abandonar, por exemplo, o fumo ou a bebida ou de fazer regime alimentar. A famosa terapeuta explica que começou a ouvir, a interpretar tais observações como indícios possíveis de possessão e enfatiza: "Desde que me dei conta desse fenômeno, descobri que pelo menos setenta por cento dos meus pacientes eram possessos e que essa situação lhes causava a moléstia". A Drª Fiore, em sua clínica de regressão terapêutica, verificou pacientes possessos com transtornos alimentares: Estímulo à compulsão pela comida (obesidade, bulimia) ou à perda de apetite (anorexia nervosa).

   É preciso considerar que a Doutrina Espírita ratifica o que foi observado pela famosa psicóloga americana e vai mais além, explicando que a viciação acontece ou é estimulada pela ação de seres obsessores desencarnados ainda presos à matéria e dependentes de uma determinada compulsão, desde que, na dimensão física, não há possibilidade de satisfação de suas necessidades viciosas, necessitando, portanto, assediar os encarnados sintonizados com eles. Na crosta terrestre há milhões de indivíduos escravizados e subjugados a essas entidades não esclarecidas, servindo-se de instrumentos passivos à ação desses seres vampirescos.

   Na introdução de O Livro dos Espíritos, o excelso Allan Kardec observa que "o Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência pela elevação e purificação de sua alma aproxima-se dos Bons Espíritos, com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando predominância à natureza animal". Na Q. 459 de OLE, o digno codificador pergunta à espiritualidade superior se "os espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?" e recebeu a seguinte resposta: "A esse respeito sua influência é maior do que credes, porque, frequentemente, são eles que vos dirigem". Ainda na Q. 469 de OLE é ensinado que se neutraliza a influência dos maus espíritos, fazendo o bem e colocando toda a confiança em Deus, destruindo o império que eles querem tomar sobre os desencarnados. Dizem os Arautos do Cristo: "Evitai escutar as sugestões dos espíritos que suscitam em vós os maus pensamentos, sopram a discórdia entre vós e vos excitam todas as más paixões" (...) "Desconfiai, sobretudo, daqueles que exaltam vosso orgulho porque vos tomam por vossa fraqueza. Eis por que Jesus nos faz dizer na oração dominical: 'Senhor! Não nos deixeis sucumbir à tentação, mas livrai-nos do mal'".

   Quando o indivíduo não consegue se livrar do vício e no caso em tela da obesidade se defrontará com as agruras de uma desencarnação precoce-suicídio involuntário, o que Allan Kardec denomina de "SUICÍDIO INCONSCIENTE" (OESE, Cap. 5:15). Os laços perispirituais são desatados paulatinamente na morte natural. Abreviando-se o decesso físico, o espírito permanece ligado ao corpo em perturbação. "O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quantose faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais." ( O Céu e o Inferno - parte 2, cap. 5, 60 - Allan Kardec). A Q. 952 de OLE: Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas? Resposta: "É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus". Continua o ensinamento na Q. 952(a) de OLE: - Será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero?Resposta: "É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, por isso que as penas são proporcionadas sempre à consciência que o culpado tem das faltas que comete".

   Portanto, o SUICÍDIO INDIRETO OU INCONSCIENTE OU MORAL acontece quando o ser dispõe da própria vida paulatinamente, prejudicando sobremaneira a saúde. Engolfado nos vícios e nas compulsões, irresponsavelmente abrevia seu programado tempo de existência. Na próxima existência física haverá a necessidade para o espírito desencarnar na infância, na idade correspondente aos anos não completados na vida anterior, devido ao suicídio indireto deflagrado por
esse ser em existência passada.

   Não existe o acaso. O gênero e a hora do desenlace fazem parte da programação da reencarnação. A morte na tenra idade tem sua devida explicação pela Doutrina Espírita, correspondendo ao tempo malbaratado pelo suicídio direto ou moral que devia ser quitado.

   Todos os seres encarnados, acometidos da compulsão alimentar e consequente obesidade, qualquer que seja sua origem, devem procurar ajuda médica, psicológica, nutricional e espiritual, porquanto estão escravizados à uma doença grave com repercussões seríssimas na saúde e no seu futuro espiritual.

FONTE: http://www.correioespirita.org.br

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