Pular para o conteúdo principal

TER SAÚDE

 

 


 Por Roberto Caldas


Inumeráveis os conceitos que fariam justiça ao que representa a condição de saúde em qualquer dos prismas a serem explorados. O termo tem importância superlativa quando alcançado em sua forma simples e desponta como modulador desejável por unanimidade quando se associa aos diversos planos da vida.

            O fato de vivermos num corpo físico por muito tempo prendeu a concepção de saúde aos estados de maior ou menor conforto diante dos fenômenos biológicos. Dessa forma, a saúde dependia da presença ou ausência de doenças do organismo. Avançando-se em mentalidade foi-se compreendendo aos poucos o seu alcance em patamares além da detecção corporal, pelo clima mental, psicológico e finalmente espiritual.

            E como a vida de cada pessoa tem inserção obrigatória em outras vidas, eis que o organismo social também passou a ser um perseguidor da saúde, muito além apenas do universo puramente individual.  Pela coletivização do conceito, com ampla importância para a manutenção do autocuidado, viu-se essa demanda se transferir para os parâmetros da proteção à Natureza, defesa da vida planetária e acesso à transcendentalidade.

            Pode-se inferir que o conceito de saúde se ampliou desde a detecção de um diagnóstico patológico até a mais profunda imersão na universalidade, passando pelos estágios da individualidade em direção aos aspectos que fundem a humanidade e o planeta num organismo muito mais complexo e completo.

            Assumir uma posição de busca de saúde se torna uma compreensão em espiral. Não apenas o órgão, sim o organismo, não apenas ele, mas a pessoa. Não só a pessoa, também os outros. Muito além dos outros, os seres que nos cercam constituindo toda a humanidade e a amplidão da fauna e da flora.  

            A expansão dos conhecimentos objetivos e subjetivos das ciências somados à obrigatória discussão dos valores que extrapolam os limites conhecidos da matéria, como a conhecemos, catapulta o nível de responsabilização com a própria saúde e com o contexto das muitas saúdes que nos cercam.  Muitas são os fatores que interferem na condição saudável de uma pessoa e de um povo.

            O reconhecimento da contribuição individual, coletiva, impõe uma verdadeira luta sem derrotados. Uma batalha sem ódios. Uma competição sem injustiças. Impõe-se buscar ações que avancem no campo da educação e da proteção dos mais frágeis com a finalidade de tornar a Caridade entre pessoas, povos, nações e meio ambiente uma doutrina social e política, com repercussões sociais e humanas de geração de bem estar, equilíbrio e pacificação.

            Definitivamente não há nenhuma fórmula capaz de produzir o sinergismo dos vários universos de saúde no seio da humanidade sem as mudanças receitadas por Jesus no início de nossa Era, ao dizer que veio para os doentes e não para os sãos. E assim fazermos parte do grupo de tratamento de Jesus, deixando aos que se jactarem em considerarem-se sãos, as suas próprias fórmulas de encontrar o seu caminho para a saúde.               

Comentários

  1. Muito interessante a amplitude e abrangência do conceito saúde desenvolvido pelo companheiro Roberto.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.