Muito se há escrito sobre tantas coisas. Há
especialistas versados em matérias tão variadas que seria impossível uma só
pessoa deter os conhecimentos enciclopédicos que permeiam os segredos da
observação dos diferentes núcleos da inteligência. Estuda-se desde os temas associados
com as necessidades mais prementes da humanidade quanto a importância dos
alimentos para a boa nutrição até a respeito dos micro-organismos que digerem a
celulose nos intestinos dos cupins. Há tratados de grande profundidade a pretexto
de qualquer tema. Há sabedorias para todos os gostos e não adianta querer saber
tudo, pois isso é impossível, pelo menos considerando uma única existência por
mais longa que fosse.
O
fato de alguém se substabelecer como grande conhecedor de um campo específico
de estudos não lhe garante autoridade intelectual de opinião em outras
temáticas estranhas ao seu campo de pesquisas. O matemático experiente terá
domínio sobre teorias e abstrações de suas teses, mas deverá ter atitude de
leigo ao discutir questões atinentes à Biologia e à Sociologia, de cujas
ciências não detém igual profundidade. A maneira mais adequada de apreender
novas informações é a admissão de desconhecimento daquilo que, de fato, não se
conhece. Intentar trazer autoridade acadêmica de um campo conquistado para
teses que pouco conhece é pedantice.
Infelizmente
temos que assistir, por canais diferentes, muitas pessoas exibindo opiniões a
respeito do Espiritismo sem que jamais tenham gasto sequer um minuto na
observação séria de seus postulados. Muitos se valem da consideração que
usufruem dos estudos que realiza nos campos da Ciência, da Filosofia ou mesmo
da Religião, onde possuem relevância e respeito, para assumirem papel de
críticos à Doutrina dos Espíritos como se fosse possível simplificar a crítica
apenas pela expertise que aqueles outros conhecimentos lhes conferem. Não é bem assim que a banda toca.
O
Espiritismo não resume os seus conhecimentos apenas no crer ou não crer e
reserva liberdade intelectual para aquele que se digne estudá-lo, pelo chamado
que faz à razão e ao bom senso. Possui uma trilha de formação denominada de
Codificação Kardeciana, cuja base se respalda na Universalidade do Ensino dos
Espíritos Superiores. Admite como sua baliza, nas palavras do Espírito Erasto (O
Livro dos Médiuns – Cap.XX) “rejeitar dez verdades que admitir uma só mentira,
uma só teoria falsa”. Muitas vezes se vê acossado pela falta de estudos
daqueles que perambulam nas casas espíritas sem o devido estudo e com isso
servindo para tornar maior a ala dos detratores, com a implicação de que
parecem representar uma opinião espírita quando a desconhecem, pela preguiça
mental em fazer as leituras necessárias. Não há receita para aprender, senão
estudar e experimentar as idéias.
Todo
conhecimento importa e é útil, se aplicado em áreas afins. O conhecimento nos
diversos campos não dá necessariamente a capacidade de analisar o Espiritismo,
doutrina que respeita todas as formas de pensar e incentiva o livre pensamento
e aceita toda forma de lógica responsável que leve à liberdade de escolha. O
conteúdo que contém ainda não foi alcançado pelas conjecturas meramente
materiais, pois a mensagem que traz sinaliza para o transcendental que ainda
estamos longe de alcançar em sua magnitude. Estude o Espiritismo.
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