Tomás de Aquino (1225-1274), filósofo e
teólogo italiano, é considerado a figura mais importante da filosofia
escolástica e um dos teólogos mais notáveis do Catolicismo. Foi canonizado pelo
Papa João XXII, em 1323; em 1567, o Papa Pio V proclamou-o Doutor da Igreja.
Pois entre os pensamentos do grande Tomás de
Aquino, figura a ideia que ele qualificou de Amor Natural e Amor Intelectual,
para definir e estudar o Amor.
Essa divisão em dois pontos, segundo o
filósofo, surge, no primeiro caso, do amor natural, da capacidade inata de todo
ser humano na busca do afeto, na tendência ou aptidão natural na conquista do
amor. Já no caso do amor intelectual, a questão se volta para a vontade de
amar, para o querer ir em busca do amor. Notem a diferença: no primeiro caso,
aptidão natural; no segundo, a iniciativa de ir em busca.
A aptidão natural já está no ser. No desejo e
vontade, que requer a iniciativa e esforço, a situação é outra. Ocorre que na
aptidão natural pode haver acomodação, preguiça; no segundo caso, porque
intelectual, há movimentação de ideias e forças para alcance do objetivo.
O amor, por sua vez, confundido em todas as
épocas com visões distintas (a depender do estágio moral e intelectual em que
se coloca a pessoa), transcende o aspecto sensual, físico, de aparência, de
tempo, espaço ou lugar. Ele está muito acima das precárias e temporárias
condições humanas, para situar-se realmente no amor em sua verdadeira natureza:
o amor ao próximo. Sim, porque somente amando ao próximo alcançaremos o sentido
autêntico da vida.
O amor é confundido com paixão, que passa com
o tempo, a idade ou outras condições. Se sofre abalos com os melindres, orgulho
ferido, traições, já não é amor… Se chega a abater-se diante da ingratidão, do
abandono, ainda não é amor. O amor verdadeiro aceita o outro como ele é, porque
o compreende, o aceita, justamente porque se ama. Isto é o amor, que vai
socorrer a necessidade do outro, que solidariza-se com a dificuldade alheia. Se
é um sentimento que fica bem somente quando não nos contraria, já não é amor,
mas egoísmo.
Por isso, o amor transcende a relação
homem-mulher, situando-se além desta condição, já que não distingue diferenças,
simplesmente ama. E quem ama, compreende, perdoa, aceita. E, curiosamente,
embora o amor transcenda a relação homem-mulher, também pode ser exercitado
entre cônjuges, amigos, irmãos, em família, ou entre quaisquer seres humanos,
já que todos nascemos com uma aptidão natural para amar, mas que o amor
intelectual pode desenvolver.
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