sábado, 5 de maio de 2018

CASA DE FERREIRO, ESPETO DE PAU


          



         Sabemos quem somos e o que pretendemos? Aliamos o que pensamos com a prática que exibimos durante uma existência? As nossas palavras soam como marteladas ou flocos de algodão jogados ao vento?
Longe de ser o acaso que nos dispõe diante das situações que enfrentamos. Há uma verdadeira coalizão entre as circunstâncias de nossas vidas e as reatividades que nos apontam do psiquismo quando afrontados por aquelas. A Terra é um instituto de aprendizados que submete a cada ser encarnado a um roteiro individualizado que se baseia em características próprias. Essa a razão pela qual um problema de alguém tem um peso diferente quando avaliado por outra pessoa e convenhamos que sempre seja mais fácil resolver a dificuldade que atinge a casa do vizinho.

Aquela antiga ideia que gerou a crença de que “a teoria na prática é outra” terá sido um obstáculo a mais para que houvesse uma definição capaz de consolidar a nossa capacidade de manter o curso de um trajeto quando as tempestades se aproximam. Mormente não nos preparamos para os momentos mais exigentes, até porque trafegar em via sem tráfego pesado é muito melhor e nos deixa mais tranquilos. Ocorre que não são as vitórias que definem o verdadeiro conquistador de si mesmo. Na bonança o sentimento de alegria é intenso e natural, mas o real espírito de vencedor aflora dos momentos em que bate à porta as intempéries do caminho.
O chamado para ajuste de contas e definição de crenças se dá justamente quando o tempo fecha e surgem as ondas revoltas sob as mais variadas formas de ameaças ao bem estar, à saúde, ao roteiro familiar, ao equilíbrio orçamentário. Tais ocasiões chegam sem marcar horário atingindo de forma que é necessário se busque qual o mapa e em que bússola se pode realmente confiar. Nesses momentos é que aparece o nível de preparação que cada um exercitou enquanto ajustava os planos existenciais. Essencial que os princípios apreendidos sejam alimentadores da esperança e do otimismo durante a dura passagem tanto quanto tenham sido norteadores da lucidez e disciplina quando os tempos sopravam a favor.
Revelando-nos a essência do mundo espiritual, o Espiritismo serve de fiel da balança nas incursões que nos cabem. Serve de teoria de apoio quando propõe a condição de usufruto da certeza da fruição de eternidade, em ciclos de ascensão espiritual, para a universalidade de Espíritos que povoam os espaços sem fim, o que torna qualquer embaraço por maior que pareça, uma experiência que cedo ou tarde será ultrapassada. Funciona como plataforma de apoio prático ao demonstrar pela palavra dos Espíritos que nos antecederam no sepulcro e vêm para alívio de nossas dores gritarem com a mesma legitimidade que permitiu a Jesus nos ensinar que “aquele que perseverar até o fim este será salvo” (Mateus XXIV: 13).
Fundamental saber a competência que nos investe para que seja a nossa palavra ungida pela honra de olhar a vida com olhos bem abertos, convictos de que são os nossos atos que instrumentam o caráter que havemos de constituir nos maus e nos bons momentos. Quem muda de direção com os ventos não alcança o porto que almeja.         

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