Pular para o conteúdo principal

OBRA PRIMEIRA E SÍNTESE DA DOUTRINA ESPÍRITA¹






Por Francisco Cajazeiras (in memoriam)

18 de abril de 1857 é uma data de grande magnitude para cerca de quatro milhões de brasileiros: os seguidores do espiritismo.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando divulgou os resultados do censo de 2010, revelou que dois por cento da nossa população afirmam-se espíritas, tendo havido um crescimento de 65% em relação ao censo anterior. Porém, se forem computados os simpatizantes, esse contingente se eleva para cerca de 40 milhões.

É que naquela data vinha a lume a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, obra primeira e síntese da doutrina espírita, que franqueava à humanidade uma nova era: a era do espírito.

A partir de então, passou-se a fazer uma releitura dos ensinamentos milenares antevistos e desenvolvidos pelos grandes pensadores e teólogos da história, sem a necessidade da utilização dos recursos do místico e do sobrenatural.

“O Livro dos Espíritos” é obra para ser lida, estudada e refletida, não apenas por espíritas, mas também por livres pensadores e até por profitentes de outras religiões e filosofias.

A sua logicidade, coerência e apoio no conhecimento humano (ciência, filosofia e religião) proporcionam mais dilatada compreensão do tudo o que fora dilacerado pela ruptura entre a ciência e a religião, dogmatizando-se como ilusório, impossível e absurdo nos castelos sombrios da intolerância e do fanatismo.

Dividido em quatro partes (livros): I. Das causas primárias; II. Do mundo espírita; III. Das leis morais; e IV. Das esperanças e consolações, e estruturado na forma da filosofia clássica (perguntas se respostas), analisa e discorre sobre as grandes questões existenciais: da vida e da morte, da matéria e da consciência, das diferenças e similitudes, da justiça e da injustiça, do amor e do ódio, da paz e da guerra, dos significados e objetivos.

Obra para se ler sem açodamento, para se degustar e se embevecer com o seu humanismo.

Não é sem motivos que atrai pessoas de todos os perfis e classes, inclusive intelectuais e profissionais de nível superior (médicos, advogados, engenheiros, professores, físicos, filósofos, jornalistas etc).

Alívio para o cotidiano, pelas explicações que fornece. Consolo para os aflitos, pela esperança viva que difunde. Revigorante para o ânimo pelo futuro ponderável que vislumbra. Fomento à alegria, pela justificativa para o enfrentamento das provas necessárias para o aprimoramento humano e anímico...

São 168 anos semeando a paz, a concórdia, o entendimento, a tolerância, o amor e a caridade a expensas da moral contida nos evangelhos.

¹fonte:  http://www.opovo.com.br/opinião

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.