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CRIMES HEDIONDOS E PENA DE MORTE




 
A sociedade moderna vive em contínuo alvoroço pelas atrocidades que em seu seio ocorrem, multiplicáveis e expansivamente, em todos os níveis. Esses “escândalos”, na concepção crística (1), acontecem em resposta ao próprio estado de imperfeição em que nos encontramos e, também, em função da ebulição oriunda, por sua vez, no momento de transição pelo qual passamos (Mundo de Expiações e Provas/Mundo de Regeneração).
Informam-nos os habitantes do Extrafísico, ser esta ebulição temperada pela presença na Terra, como encarnados, de Espíritos há muito radicados nas trevas e que ora recebem uma derradeira chance em solo terreno, para a conquista da própria redenção, facilitada pelo contato de companheiros mais espiritualizados e em meio a uma atmosfera mais transcendentalizada pelo “boom” mediúnico vigente decorrente da implantação da Era do Espírito.

Os crimes hediondos são, por esse motivo, explicáveis pela entrega desses Espíritos às suas paixões mais degradantes e do seu consequente desvio dos objetivos que lhes foram traçados carinhosamente, por ocasião do planejamento paligenésico, por parte dos Espíritos Superiores responsáveis por esse mister. Assim, melhor compreendemos o porquê do aumento crescente da criminalidade hedionda.
Vale salientar que a sociedade não está tão “inocente” assim como pode parecer, visto que, como se não bastasse a sua vulnerabilidade provocada pelos erros perpetrados em outras existências, hoje, ainda ela gera situações fomentadoras da sanha assassina e dos instintos bestiais naquele com maior debilidade moral. É o que se depreende da propaganda lasciva e libidinosa veiculada pelos órgãos de comunicação com o aval da comunidade; da perversão dos costumes com a inversão do certo e do errado e uma filosofia de vida sofística sobre isso; e com a sede de satisfações materiais, bem como do império do egoísmo, dilatando perversamente as diferenças sociais e econômicas, permitindo à fome e à miséria tornarem-se más conselheiras para os corações já tíbios no Bem ou à permissividade favorecida de tantas transgressões das leis naturais.
Como resultado de toda essa situação de violência, geratriz de toda a onda de pânico instalada em nosso meio, há o aceno de alguns com a solução simplista e equivocada da “pena de morte”. A Doutrina Espírita, porém, esclarece-nos de forma categórica que não compete ao homem determinar a morte do próprio homem, além do que, ao matar-se o criminoso, promove-se apenas a sua transferência para o lado invisível, continuando ele a agir por sintonia com os que se afinizar, apenas então com maior revolta e maior agressividade, e pior, sem a possibilidade de cerceamento da sua ação, agora inalcançável à lei humana. Esta a razão maior da mais completa incompetência da “pena de morte” como solução para os problemas da criminalidade.
Somente um esforço conjunto de todos no sentido de humanizar o Sistema Penitenciário, tornar educativa a penalidade e instituir o trabalho compulsório para todo detento como meio de sustento próprio – isso no período de encarceramento -; e, também, no de modificar os costumes, ao mesmo tempo em que criem maiores possibilidades de uma vida mais digna para a população em geral, atendendo aos requisitos básicos para estruturação de cada membro da sociedade (alimentação, educação, saúde, trabalho e espiritualização) poderá agir decisivamente na solução de problema de tal magnitude.
Vê-se, pois, ser indispensável a adoção de uma política inspirada pelos ideais de fraternidade, igualdade e liberdade e, conseguintemente, regida pelo amor pregado por Jesus a todos os povos, para a solução paulatina mais definitiva de tal flagelo.
Cada um de nós é, pois, responsável, de certa forma, pelo estado de degradação e caos a que chegamos como sociedade e, por isso, cabe-nos fazer a nossa parte no processo de melhoria desta mesma sociedade.
Comecemos sem erros! Comecemos por dizer não à “pena de morte”.

(1)  Jesus. Mateus, 18:07.

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