sábado, 6 de setembro de 2014

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS







Q. 1 – Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. 18.04.1857.



Por  Francisco Castro (*)



O francês, Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido apenas como Montesquieu (1.689-1.755), logo no inicio da sua obra mais famosa, O Espírito das Leis (1.748), a qual levou aproximadamente vinte anos para concluir, diz o seguinte:

“Aqueles que afirmaram que uma fatalidade cega produziu todos os efeitos que observamos no mundo proferiram um grande absurdo: pois o que poderia ser mais absurdo do que uma fatalidade cega que teria produzido seres inteligentes?”


Seguindo sua linha de raciocínio, Montesquieu adiante faz a seguinte afirmação: “Existe, portanto, uma razão primitiva; e as leis são as relações que se encontram entre ela e os diferentes seres, e as relações destes diferentes seres entre si.”
Percebe-se que Montesquieu buscava a causa original, ou seja, as leis segundo as quais tudo que existe se encontra submetido, vê-se isso quando ele afirma:

“Deus possui uma relação com o universo, como criador e como conservador: as leis segundo as quais criou são aquelas segundo as quais conserva. Ele age segundo estas regras porque as conhece; conhece-as porque as fez, e as fez porque elas possuem uma relação com sua sabedoria e poder.”

No século seguinte, outro francês, Hyppolite Léon Denizard Rivail (1.804-1.869), após estudar certos fenômenos que invadiram os Estados Unidos e a Europa, mais ou menos no fim da primeira metade do Século XIX e, possivelmente, seguindo na mesma linha de raciocínio de Montesquieu, ao invés de perguntar, como normalmente se faria, quem é Deus? Rivail, na pergunta inicial da obra que publicou em Paris em 18 de abril de 1.857, sob o pseudônimo de Allan Kardec, com o título de “O Livro dos Espíritos,” ele a formulou na forma como transcrevemos acima: Que é Deus? Caso a sua pergunta tivesse sido, Quem é Deus, já estaria induzindo a resposta, ou seja, imaginado que devia se tratar de um ser humano, como nós, o que seria um verdadeiro absurdo.

Estima-se hoje, que o Universo tem algo em torno dos 13,5 bilhões de anos, que a idade da Terra gira em torno dos 4,5 bilhões de anos, e que, da mesma forma, hoje também se sabe que o ser humano, com todos os avanços científicos atingidos na época atual, não tem conseguido ultrapassar os 125 anos de idade, como se poderia atribuir a um ser, com a forma humana, de cajado na mão e de barbas tão brancas como a neve, a autoria de tamanha imensidão?

Mas essa questão, para alguns, parece não se encontrar totalmente resolvida pela ciência, é isso que concluímos da obra de um inglês, Antony Flew, cuja primeira edição é de 2007, tendo chegado no Brasil através da Ediouro em 2008, sob o título: Um Ateu Garante: DEUS EXISTE – As provas incontestáveis de um filósofo que não acreditava em nada.

Vejamos como o autor citado acima chegou a essa conclusão, diz ele no capítulo 10 –sob o título - Aberto à Onipotência, o seguinte:

“A ciência, como ciência, não pode fornecer um argumento a favor da existência de Deus. Mas as três peças de evidência que analisamos nesse livro – As leis da natureza, a vida com sua organização teleológica e a existência do universo – só podem ser explicadas à luz de uma inteligência que explica tanto sua própria existência, como a existência do mundo. A descoberta do Divino não vem através de experimentos e equações, mas por uma compreensão das estruturas que eles revelam e mapeiam.” (A parte em itálico foi grifada por mim).

Allan Kardec, na obra “A Gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo” (Paris -1.868), discorrendo sobre a Natureza Divina diz o seguinte: Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito.”

Assim, para compreendermos melhor como se processa a depuração do Espírito, é preciso que se entenda qual o objetivo da encarnação, Q.132 de O Livro dos Espíritos (Paris – 1.857): “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.”

Concluímos, com o amável convite: trabalhemos, pois dia após dia, enquanto aqui estivermos, aproveitando a oportunidade da atual existência física, para o aperfeiçoamento íntimo necessário, que nos levará a um dia podermos compreender a natureza íntima de DEUS. 

(*) escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF),  integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C. E. Grão de Mostarda.

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