segunda-feira, 23 de junho de 2014

INFLUÊNCIAS





Por Gilberto Veras(*)


Em nosso planeta, recebemos influências do bem e do mal, com maior intensidade deste do que daquele, pois, sendo de categoria inferior nossa morada, as investidas maléficas são fartas, e todo cuidado é pouco para nos protegermos dos disfarces e artifícios com que elas se apresentam através dos espíritos na carne ou dos desencarnados, variadas são as formas, seduções tentadoras, promessas desejadas e perspectivas de realizações encantadoras representam as mais comuns.
O trabalho da malevolência é esperto e só atua onde verifica vulnerabilidade caracterizada por vibrações similares (de mesma natureza e gosto), aí se instala para satisfazer propósitos escusos e nocivos. A rigor, estamos todos passíveis de investidas do mal, porque, se assim não fosse, estaríamos em atividade em outro mundo, inacessível ao impostor do bem. Cabe, então, indagar, se assim é como evitar companhia tão prejudicial?
Sabemos que nossa origem é divina, somos criações do Arquiteto Perfeito, à sua semelhança, dotados do bem em essência, portanto não nos falta o antídoto do mal, verdade luminosa que nos assegura o poder de aprimoramento, a preocupação repousa em outra verdade que é escura e decorrente de erros cometidos no passar de tempo milenar, mora também em nossa intimidade o inimigo infeliz que, ousado e pretensioso, teima contrariar leis superiores sustentadas pelo Amor, Justiça e Caridade.

No mundo anímico, a lei de atração/rejeição vibratórias funciona pela similitude/dessemelhança de sentimentos. Os bons se atraem, os maus também se somam, e no encontro das duas energias assimétricas ocorre a repelência com o mal sendo rechaçado pela força poderosa do amor. Nosso dever com o Todo-Poderoso consiste em nos posicionar em campo benévolo para receber por atração as benesses divinas, pois o projeto da Inteligência Suprema em sua magnitude infinita não impede nossas escolhas enganosas, já que nos foi concedido potencial de aperfeiçoamento e o livre-arbítrio de ação que, direcionado conforme leis supinas, seguramente nos colocará na rota esplendente da felicidade. Por nossas imperfeições, somos suscetíveis às investidas de entidades malfeitoras, felizmente consola-nos de esperança saber que o mal não é páreo para o bem. Se buscarmos sempre ativar nosso potencial benevolente, somatório de virtudes componentes de nossa realidade espiritual, certamente ataques malévolos serão repudiados, e o pobre antagônico perderá força por escassez de alimento, até extinguir-se de todo e para sempre.
Não devemos subestimar o mal no seu poder de realização, é necessário combate perseverante e incisivo para escorraçá-lo porque o trapaceiro não se revela com clareza e muito menos com sinceridade, veste-se ele de aparências escolhidas por pesquisas inteligentes para enganar incautos. É preciso muita atenção e perspicácia para ativar virtudes amorosas em dose certa e cabível, trabalho do amor racional, que homogeneíza emoção e razão. Não é aconselhável a posição radical em que súperas virtudes são conduzidas apenas pelo emocional sem qualquer consideração racional que viabiliza a ação, ou pela racionalidade com ausência da emoção que identifica a natureza do sentimento atuante.

Cuidado, amigos e amigas, muito cuidado. Nosso irmão avançado na marcha evolutiva, emissário do Indefinível, já dizia, com ilibada autoridade moral e intelectual, “orai e vigiai”.

(*) poeta e escritor espírita.

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