Por Ana Cláudia Laurindo
Coisas que passam despercebidas podem falar muito sobre o presente instante. E a neurociência mostra que não é obsoleta, mas é pouco ouvida pelo mundo.
O que está sendo criado neste tempo, será um exército de não-pensantes?
Um tipo comum de gente zumbizada se divertindo com vídeos curtos, conteúdos inúteis, sem encarar o que lhe exige atenção ou desagrada, levou a debates sobre o futuro do cérebro da pessoa pobre.
Parece chocante? Todos acreditam que o efeito “celular” afeta de igual maneira todas as classes?
Mas também se prevê que isso não seja verdade, pois as classes abastadas seguem oferecendo conteúdos instigantes e livros para os seus rebentos garantirem um desenvolvimento neurológico e cognitivo considerado bom ou ótimo.
O brasileiro médio já foi convencido que não precisava discutir futebol, religião e política. O resultado disso estamos vendo bem rente ao rosto: uma nação despolitizada, comovida, que não problematiza com maturidade sobre questões que lhe dizem respeito coletivo, social, cultural e muitas vezes, até individual.
O avanço das bigtechs como coordenadora das vidas e dos lares, alcança a casa da família trabalhadora, oferecendo lazer via tela, onde se pode passar o que parece sério, exigente ou desagradável, e entre estes, estão os conteúdos com teor político, cultural, sociológico ou filosófico.
Passar rápido, jogando para longe dos olhos o que exige atenção, foco e análise, irá transformando estes cérebros em incapazes de pensar, assim pensam neurocientistas que puxam esse debate.
Você concorda?
O ponto crucial paira sobre as classes empobrecidas.
Voltando o olhar para o currículo brasileiro, por exemplo, os conteúdos referentes a disciplinas que puxam pelo pensamento estão cada vez mais deixados de lado, convidando o aluno a um ativismo mais envolvente, onde é permitido galgar pelos anos escolares com desempenhos menos pensantes.
O alvo é o pensamento. O desmantelamento da capacidade cognitiva através de vícios de convívio eletrônico.
Nos adaptaremos a isso ou estaremos a lutar em vão contra isso?
Aqui também não temos respostas, mas como somos pensantes, problematizamos e elencamos desafios.
A entrada e a saída sempre serão política.
COMENTÁRIO ELABORADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA (GEMINI)
ResponderExcluirO Perigo da "Geração Zumbizada": Um Alerta sobre Tecnologia e Desigualdade
O texto levanta uma preocupação séria: a tecnologia, com seu fluxo constante de conteúdo superficial, pode estar embotando a capacidade de pensamento da sociedade. Neurocientistas alertam para a criação de um "exército de não-pensantes", viciado em vídeos curtos e incapaz de lidar com assuntos complexos.
O ponto central, no entanto, é a desigualdade. O autor sugere que esse problema não afeta a todos da mesma forma. Enquanto classes mais abastadas investem em educação de qualidade e livros para seus filhos, as classes empobrecidas, dependentes do entretenimento digital, estariam mais vulneráveis a essa "atrofia cognitiva".
A crítica se aprofunda na realidade brasileira, apontando para a despolitização da nação e o crescente desinteresse por temas sérios, como política e filosofia. A facilidade de "jogar para longe dos olhos" conteúdos que exigem foco e análise, facilitada pelas bigtechs, está transformando cérebros em incapazes de pensar.
O texto conclui que a luta contra essa tendência não é apenas pessoal, mas fundamentalmente política. A solução, portanto, deve ser coletiva, exigindo uma reavaliação dos currículos escolares e um debate maduro sobre o papel da tecnologia e da educação na formação de cidadãos pensantes.