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PAPO RETO SOBRE "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"¹



                
 

              Não é uma novidade que O Livro dos Espíritos completa nesse mês 160 anos desde o seu lançamento em Paris, por Allan Kardec, em 18/04/1857. O caminho que percorreu até chegar a ser exposto, procurado e comprado na XII Bienal de Fortaleza, de forma livre e interessada foi uma verdadeira estrada de aventuras. No entorno de sua majestosa exposição nas estantes, dezenas, centenas, milhares de outros títulos que lhe reverenciam a primazia da mensagem imorredoura de Jesus sob a luminosa tradução dos Espíritos Superiores. É emocionante ver em meio aos milhões de obras do pensamento humano, tantos livros que, sem ostentarem denominações espíritas, sofreram a influência daquela obra que abriu alas para a eclosão do mundo espiritual na literatura, sem subterfúgios.

            Ao tempo que O livro dos Espíritos vem sendo descoberto pelos vorazes leitores contemporâneos, de todas as crenças e idiomas, vemos o quão importante aos estudiosos dessa pérola da espiritualidade a tomada de atitude frente ao ímpeto nada inteligente de uns poucos que se lançam na qualidade de reformadores do pensamento espírita. É o bom senso de Allan Kardec que nos deve nutrir as intenções tanto quanto o seu vigor em resistir aos arrastos da interpretação inconseqüente.
            O Livro dos Espíritos é fruto de um laboratório que exigiu anos de noites mal dormidas, dezenas de viagens por toda a Europa, renúncia a uma carreira sob as luzes da academia humana que projeta status, consulta a muitos médiuns espalhados por diversas cidades, debates de cada pergunta sob uma investigação judiciosa e uma capacidade de síntese que foi arduamente preparada por 50 anos com a obsequiosa contribuição do grande Johann Heinrich Pestalozzi.  Não se trata de uma obra que foi lançada sem uma pretensão. A sua chegada ao planeta faz parte da obra de transformação que o mundo necessita sob a chancela de Jesus, que nos prometeu enviar o Consolador e o fez em meio à efervescência do conhecimento humano naquela cidade que pulsava a grandiosidade da inteligência do século XVIII.
            Julgar que alguém possa, a partir de parcos estudos, alguma capacidade de interpretar textos acrescentados por um caminhão de vaidade pessoal, propor mudanças estruturais, semânticas e de conteúdo ao “maior tratado de filosofia espiritual de todos os tempos”, certamente é um dos maiores exemplos de delírio de personalidade, o qual merece tratamento urgente.
            O Livro dos Espíritos foi a grande inspiração de grandes pensadores, dentro e fora dos grupos de espíritas convictos. Entre milhares de personalidades é fácil lembrar-se de: Leon Denis, Flammarion, Aksákow, Bozzano, Crookes, Crawford, Dellane, de Rochas,  Ochorowicz, Geley, Jung, Lombroso, Chico Xavier, Divaldo franco, Hernani Andrade, Herculano Pires. Todos esses e uma multidão inumerável disseram SIM a essa magnífica enciclopédia do pensamento.
            Sem papas na língua. É fundamental que brademos alto e bom som que a Doutrina Espírita veio para iluminar a Terra e  O Livro dos Espíritos é a grande ferramenta que, de forma sutil, abriu os caminhos da compreensão para que a humanidade descobrisse a sua destinação eterna de evolução. Papo reto, isso é tudo.


editorial do programa Antena Espírita de 23.04.2017

   

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