domingo, 26 de março de 2017

ESPÍRITOS AFINS








 
Jennifer Bricker participa de espetáculos de acrobacias aéreas e fascina as plateias com sua técnica. O mais impressionante é que Jennifer não possui as duas pernas. Aos 11 anos já era uma campeã da ginástica, esporte pelo qual se apaixonou ao ver Dominique Moceanu ganhar uma medalha de ouro olímpica para os Estados Unidos em 1996.
Jennifer não sabia, porém, que as duas tinham muito mais em comum do que o talento de atleta, eram irmãs consanguíneas. Jennifer tinha poucos meses quando foi entregue para adoção porque não tinha pernas. Aos três anos recebeu próteses para as pernas, mas nunca as usava – movimentava-se melhor sem elas. Ela adorava ver a equipe de ginástica feminina dos Estados Unidos, especialmente uma atleta: Dominique Moceanu.

Aos 10 anos, ela disputou os Jogos Olímpicos da Juventude e aos 11 foi campeã de ginástica tumbling pelo Estado de Illinois. Quando completou 16 anos, Jennifer perguntou a Sharon, sua mãe adotiva, se havia algo que ela não tinha lhe contado sobre a sua família biológica. A adolescente não imaginava que a resposta fosse “sim”. Sharon revelou-lhe que o sobrenome da sua família biológica era Moceanu e Dominique era sua irmã.
Quatro anos depois, Jennifer escreveu uma carta para Moceanu contando sua história, explicando que Dominique foi seu ídolo a vida inteira a tinha inspirado a ser uma ginasta também. Ambas se encontraram e se conheceram pessoalmente. Até hoje estão unidas.
Outro caso interessante aconteceu com as irmãs gêmeas Anais Bordier e Samantha Futerman. Ambas puderam se conhecer após 25 anos de idade. Uma não sabia da existência da outra, mas um episódio da vida e a internet fizeram com que elas se reunissem. Ambas foram separadas depois do nascimento na Coréia do Sul e foram adotadas por famílias em diferentes países – Anais, em Paris, na França, e Samantha, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O reencontro começou a ser desenhado em dezembro de 2012, enquanto Anais, uma designer de moda, estava em um ônibus e recebeu de um amigo a imagem de um vídeo do YouTube onde aparecia Samantha, que é atriz. Anais diz que pensou que alguém havia postado um vídeo dela, mas percebeu que era uma garota que vivia nos Estados Unidos, muito parecida com ela.
Entrou em contato pelo Skype e ficaram por mais de três horas conversando. Posteriormente elas se conheceram pessoalmente, em maio de 2013, em Londres. Desde então, mesmo vivendo em países diferentes, comunicam-se várias vezes ao dia. Para Anais, descobrir que tem uma irmã é incrível, mas perceber que tem uma irmã gêmea é ainda mais impressionante, porque as duas têm muito em comum.
A história das irmãs foi transformada no livro “Separated @ Birth: A True Love Story of Twin Sisters Reunited”, lançado em 2014, e o interessante é que cada uma escreveu um capítulo alternadamente.
Sob o enfoque espírita, efetivamente muitas afeições terrenas são condições construídas, geralmente nas preexistências, através dos laços permanentes de afinidades espirituais, que se estabelecem entre indivíduos que comungam das mesmas inclinações psicológicas, em estado semelhante de evolução intelecto-moral.
Portanto podemos analisar o tema pelo prisma das almas “afins”, que reencarnam na mesma família. Sabemos que a reencarnação é um mecanismo extremamente complexo. Suas variáveis vinculam-se ao estágio espiritual de cada reencarnante, considerando-se as obrigações de aprendizagem de todos os espíritos envolvidos para a convivência na Terra. Quando o espírito detém boa estrutura moral, pode esquematizar sua reencarnação junto dos seres “afins”, sob a supervisão dos Benfeitores do além.
Na dimensão espiritual, estando libertos das paixões que nos ligaram na Terra, nos atraímos e nos agrupamos em famílias mais amplas, unidos por sentimentos sinceros, tendo em vista o aperfeiçoamento de todos e alegrando-nos com as conquistas de cada um dos nossos entes queridos em cada regresso ao além-túmulo, após mais uma vida na Terra, plena de lutas e provações experimentadas e ultrapassadas.
No conjunto das reencarnações, “se uns espíritos encarnam e outros permanecem no além, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam “livres” [no além] velam pelos que se acham em “cativeiro” [no corpo físico]. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. ” [1]
É bem verdade que dois Espíritos que se afeiçoam naturalmente se procuram um ao outro nas suas caminhadas. Não ignoramos que entre os seres humanos há ligações afetivas ainda indecifráveis nos seus códigos misteriosos. O espectro do magnetismo é o auxiliar destas ligações, que futuramente compreenderemos melhor.” [2]
Os personagens mencionados nesta narrativa são incontestavelmente espíritos afins, que se juntaram pelas leis da atração e amam estar juntos, não obstante nem todos os espíritos “afins” tenham necessariamente que se ter conhecido numa vida anterior, pois eles se atraem magneticamente por inclinações semelhantes, isso frequentemente acontece.
“A afeição que existe entre pessoas, especialmente parentes, são um índice da simpatia anterior que as aproximou”. [3] Dessa forma, se todas as afeições forem purificadas “acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetuará no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.”[4]

Referências bibliográficas:
[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, item 18, RJ: Ed. FEB, 1977
[2] KARDEC, Alan. O Livros dos Espíritos, questão 388, RJ: Ed. FEB, 2002
[3] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, item 19, RJ: Ed. FEB, 1977
[4] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador, questão 175, RJ: Ed. FEB, 2001
fonte: www. http://aluznamente.com.br

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