quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O GRANDE PASSO



          



         Os grandes princípios morais têm características de universalidade e eternidade, isto é, servem para todos os quadrantes do Universo, em todos os tempos.
         O exercício do Bem como caminho para a felicidade é um exemplo marcante, sempre evocado em todas as culturas e religiões:
         Budismo: O caminho do meio entre os conflitos e a dor está no exercício correto da compreensão, do pensamento, da palavra, da ação, da vida, do trabalho, da atenção e da meditação.
         Confucionismo: Não se importe com o fato de o povo não conhecê-lo, porém esforce-se de modo que possa ser digno de ser conhecido.
         Judaísmo: Não faça ao próximo o que não deseja para si.
         Islamismo: A verdadeira riqueza de um homem é o bem que ele faz neste mundo.
         Cristianismo: Faça ao semelhante todo bem que deseja receber.
         Espiritismo: Fora da caridade não há salvação.

         Há uma dificuldade na vivência desses princípios, caro leitor.
         Pedem divina base altruística: a disposição para cuidar dos outros. Contraria a humana base egoística: a vocação para cuidar de si mesmo. Todo o mal do mundo sustenta-se na tendência humana de cada qual resolver-se.  Quanto aos outros, que se danem!
         Corrupção, adultério, furtos, assaltos, estupros, assassinatos, guerras, massacres, conflitos e todos os demais males que afligem a Humanidade inspiram-se nessa maneira de ser.
           E mais, leitor amigo: o egoísmo individual projeta-se no comportamento das nações, que elegem por modus operandi tirar todo proveito possível nas relações internacionais, partindo, não raro, para a agressão, exercitando domínio sobre outras nações.
           A História é um suceder de guerras entre países, desde as tribos primitivas que disputavam espaço e domínio com o tacape, aos países que o fazem com sofisticados engenhos de guerra que dizimam populações e espalham o terror.
         Isso, supostamente, em nome de melhores condições de vida, em regimes totalitários, ou em nome da liberdade, em países que se dizem democráticos.
         Quando esse desvio for corrigido, invertida essa tendência, isto é, quando aprendermos a pensar nos outros e que se danem os interesses pessoais, estaremos construindo na Terra o Reino de Deus.
         Essa é a regra de ouro do Cristianismo, esse é o empenho a que somos convocados permanentemente, onde estivermos, junto à família, na vida social, na profissão, na atividade religiosa, fazendo pelo próximo todo o bem que gostaríamos nos fosse feito.
         À medida que se dissemine, esse altruísmo individual acabará se projetando na consciência das nações, favorecendo o fim dos conflitos, das loucuras da guerra.
         Então a paz reinará, finalmente, soberana no Mundo.
         Certamente, amigo leitor, isso não vai acontecer do dia para a noite. Muita água vai rolar no rio do tempo, até que o altruísmo esteja na consciência dos povos. Mas, enquanto isso não acontece em nível coletivo, podemos fazê-lo tranquilamente em nível individual, sob inspiração da Doutrina Espírita, que nos oferece uma visão muito clara dos tormentos a que estão destinados, no mundo espiritual, os egoístas.
         Conscientes de nossas responsabilidades, sejamos, amigo leitor, os vanguardeiros dessa transição do egoísmo para o altruísmo, cultivando o esforço do Bem.
         Assim, antes que o Reino de Deus se instale na Terra, haveremos de edificá-lo em nosso próprio coração.
         Antes que a paz se estenda aos homens, teremos pacificado a nós mesmos.

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