Das reencarnações atribuídas
ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido
um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é
a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as
obras espíritas, objeto de suas pesquisas.
Os registros acerca dessa
encarnação estão na magnífica obra “O
Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de
Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer
o Espiritismo.
Ilha
da Reunião
A relação do Espírito Zéfiro
com a família Baudin se iniciou quando ainda residiam na Ilha Reunião, um
pedaço da França no Oceano Índico, quase imperceptível nos mapas e que se
tornou Patrimônio da Humanidade em 2010. Conhecidíssima em nossos dias por sediar o
torneio de tênis Roland Garros. Fica longe de tudo. Atualmente, para se chegar
a Reunião, com origem nas principais capitais europeias, tem que encarar, pelo
menos, 14 horas de voo, isso partindo da África do Sul. Imaginem àquela época!
Depois de sucessivas
comunicações, inesperadamente, certa noite o Espírito Zéfiro falou:
“Vocês irão brevemente para Paris.
Baudin arrumará seus negócios; Émile entrará na Escola; Caroline e Julie
tornarão professoras mais competentes e... encontrarão seus noivos; e eu
Zéfiro, procurarei contato com um velho amigo e chefe do nosso tempo de
Druidas.”
Paris
Em casa de Madame
Plannemaison, Zéfiro se fez comunicar, embalado sob o Hino Nacional Francês,
escreveu:
“Nosso dia de glória já chegou. E
continuou: Vamos ter finalmente o
convívio com o nosso velho Chefe druídico.” Ao ser indagado se era aquele que ele
esperava encontrar em Paris, respondeu:
“Sim, ele mesmo em pessoa.”
(...) Ao ser questionado sobre o nome dele, afirmou, destacando sílaba por
sílaba, entre hiatos: “ Al-lan-Kar-dec”.
Zéfiro,
apesar de ser um bom Espírito, tinha o hábito de alfinetar e pilheriar com os
consulentes. Na noite em que o professor e Mme. Rivail se fizeram presentes, o Espírito Zéfiro o saudou
amistosamente da seguinte forma:
“Salve, caro pontífice, três vezes salve.”
Explicado
para Rivail as características do Espírito Zéfiro, ele não se agastou e
respondeu ao Guia familiar, sorrindo:
“Minha benção apostólica, prezado filho.”
O Espírito Zéfiro
explicou que fez reverência respeitosa a um verdadeiro Pontífice, pois Rivail
havia sido, no tempo do Imperador Júlio César, um chefe druídico.
Os
Celtas
“Entre os celtas e os gauleses existem
pessoas chamadas druidas ou sagradas.” (Diógenes Laércio)
Para
alguns historiadores os celtas, e especialmente os druidas, eram como seres
obscuros, sinistros e sanguinário, entretanto, a realidade é bem outra.
Para
outros, os celtas faziam parte de uma civilização, caracterizada por muita
originalidade, com criatividade artística e eram detentores de conhecimentos
avançados para a sua época em astronomia, metalurgia, engenharia e outras
ciências.
Foram
os celtas o primeiro povo da Europa Setentrional incorporado pelo Império
Romano quando este se estendeu além das fronteiras do Mediterrâneo.
As mulheres desempenhavam um
papel importante na sociedade celta. Elas podiam ter propriedades, mesmos
casadas, escolher seus maridos, se divorciar, ocupar cargos de chefia e tomar
lugar nas linhas de batalha.
Para o sistema social havia
um código legal administrado pelos druidas e transmitido de maneira verbal.
Os
Druidas
O Imperador Júlio César,
que conquistou o povo celta, contou a história ao seu bel-prazer, deixou
registrado que “os druidas se ocupavam
das coisas divinas, realizavam sacrifícios, em público e privado,
interpretavam coisas religiosas.”.
O
que é certo é que os druidas eram sacerdotes com múltiplas capacidades e um
saber universal. Diferentemente das religiões grega, romana e germânica. A
religião celta não possuía padres, mas uma classe sacerdotal hierarquizada.
A
cerimônia druida mais importante era a que colhia o visco do carvalho, sua
árvore sagrada. O carvalho era o emblema do poder divino; o visco, sempre verde,
era o da imortalidade. Para o altar, tinham montões de pedra bruta. “Toda pedra lavrada é pedra profanada.” Dessa
forma, jamais admitiam objeto algum saído da mão do homem em seus
santuários. Eram aversos aos ídolos e às formas pueris do culto romano;
Os
textos clássicos informam que os druidas dividiam-se em três classes distintas,
cada qual com as suas funções específicas, e um treinamento diversificado, sem
que isso significasse a submissão de uma classe a outra: bardos (zeladores da tradição); ovados
(detentores da compreensão); druidas (detentores da sabedoria).
Júlio
César em seus registros afirma que demorava vinte anos para se tornar um
druida. Ora, a julgar que para se tornar bardo
levava doze anos, e ovado outro
tantos, é óbvio que só se atingia a condição de druida na plenitude da madureza.
As
Tríades Druídicas
Os druidas tinham uma
predileção particular pelo número três. Portanto, as transmissões de suas
lições foram construídas em tríades. Ao todo são quatorze.
A primeira delas afirma que há três unidades primitivas e de cada uma
delas não poderia existir mais que uma: um Deus, uma verdade e um ponto de
liberdade, isto é, o ponto onde se encontra o equilíbrio de toda oposição.
A segunda: “Três coisas procedem das três unidades primitivas; toda vida, todo bem
e todo o poder.” Até a décima primeira, todas são consagradas à exposição
dos atributos de Deus – Deus e o
Universo.
A
partir da décima-segunda até a décima-quarta, têm-se os três círculos, que se
inicia dessa forma: “Há três círculos de existência: o círculo da região vazia (keugant) - onde, exceto Deus – não há
nada vivo nem morto e nenhum ser que Deus possa atravessar; o círculo da migração (abred) onde todo
ser animado precede a morte, que o homem atravessou; e o círculo da felicidade (gwenved), finalizando com a
décima-quarta, que atesta: Três fazes necessárias de toda existência em relação
à vida: o começo em ankn, a
transmigração em abred e a plenitude
em gwenved; e sem estas três coisas
nada pode existir, exceto Deus.
Em
todo o desenvolvimento das tríades druidas, vê-se traços da Doutrina Espírita.
O
Espiritismo entre os Druidas
Na Revista Espírita, abril de 1858, Allan Kardec publica, na íntegra, escritos do Sr.
Edouard Fournier, publicados originalmente no jornal Siècle, sob o
título Le vieux neuf (O velho novo).
Em
seus comentários introdutórios, Allan Kardec escreve:
“Quanto a nós, não nos deixam nossas
observações pessoais nenhuma dúvida sobre a antiguidade e a universalidade da
Doutrina que os Espíritos ensinam. Essa coincidência entre o que nos dizem hoje
as crenças dos tempos mais remotos, é um fato significativo da mais alta importância.
Faremos notar, entretanto, que se por toda parte encontramos traços da Doutrina
Espírita, em parte alguma a vemos completa: tudo indica ter sido reservado à
nossa época coordenar esses fragmentos esparsos entre todos os povos, a fim de
chegar-se à unidade de princípios (...)”.
Allan
Kardec e Rivail
Espírito sóbrio,
austero, firme, determinado, pouco dado a arroubos místicos e sentimentais. Uma
biógrafa sua o definiu como sendo cético
por educação. Um homem centrado, equilibrado, seguro, ao mesmo tempo
benevolente, acolhedor, cordial. Camille Flamarion o definiu como o “bom senso encarnado.”
Professor reconhecido
pela comunidade educacional francesa, direcionava todos os seus conhecimentos
para a prática do ensino, diretor de escola e autor de livros didáticos e
pedagógicos, e com trabalhos científicos premiados.
Assim,
opta por usar o pseudônimo de Allan Kardec para autenticar as obras espíritas,
não por acovardamento com afirmam os seus detratores, mas por modéstia,
humildade e reconhecimento de que os ensinamentos espíritas não eram seus, mas sim
dos Reveladores Celestes.
Nasce
Allan Kardec para o mundo, individualidade que nesta data homenageamos.
Salve Allan Kardec, três vezes salve!
Referências
bibliográficas.
ABREU, Canuto. O Livro dos Espíritos e sua
Tradição Histórica e Lendária.
INCONTRI, Dora. Para entender Kardec
KARDEC, Allan. Revista Espírita, 1858.
MONTEIRO, Eduardo C. Allan Kardec, o Druida
Reencarnado.
Maravilha de texto. Que nosso Mestre de Lyon receba nossa gratidão.
ResponderExcluirEu os saúdo bons homens e mulheres dessa filosofia que tanto admiro, o espiritismo. Meu nome é Dórion, sou um neo-druída, sacerdote treinado nos antigos mistérios célticos viajados ao alto tempo pelos versos bárdicos, advindo desde os anos de Nymmoe, a quem não devem, meus amigos e caros autores literários, terem ouvido falar. Os pergaminhos da rosa e os vasos de Daghda. Encobertos em palavras inspiradoras e admiráveis. É triste ver nossa filosofia natural tão distorcida da realidade prática. Verdades nunca vividas por nós. Costumes nunca praticados. Divisões hierárquicas transformadas em algo que nunca vivemos. Hábitos e termos de nossa terra jamais brotado. Escrevendo e formando opinião teórica inexistente a respeito de nosso povo, que em verdade nunca a praticou. Os espíritos que nos auxiliam, nos vinham alertando a forma como nosso amor à Grande Mãe seria dissolvido, desde os mosteiros de Glastonbury. Próxima a Abadia central litorânea da amada Bretanha, onde Kardec viveu no século V. Sim, houve um grande druída chamado Allan Kardec - filho dos bosques de carvalho, amigo de animais mais do que de homens, comunicador com os primeiros homens do Faery, que ainda hoje nos auxiliam em práticas ancestrais. Tantos livros, tantos textos. No entanto, os amigos espirituais do homem moderno, escolheram privar os companheiros espíritas das maravilhas druídicas. Omitem! Omitem nossa luta para sobreviver como os Tuatha, omitem o sagrado significado da trindade rosa, desonram antigos e sábios espíritos, transformando a realidade que por eras vivemos, pela glória de Dannan. Ensinado-nos pelos primeiros Herdeiros da Mãe Sagrada. Essa difusão de mensagens distorcidas é comovente. Uma pena! Uma pena! É triste!
ResponderExcluirOnde encontro mais desse druida Allan Kardec na história druídica Dórion, muito me interessa em conhecer a verdadeira história dos sábios dos carvalhos.
ExcluirQue belo meu caro Dórion que a infina luz do criador te inspire na tua amada jornada
ResponderExcluirgostaria de ter o contato doDórion
ResponderExcluir