Os últimos dias nos permitiram festejar, em
datas inesquecíveis no calendário do movimento espírita, duas efemérides da
maior importância.
O
dia 02/03 celebra a data de nascimento de Francisco Candido Xavier, imortalizado
pelo codinome de Chico Xavier e considerado o maior médium de todos os tempos,
cuja produção literária é de uma grandiosidade inalcançável, resultado que o
próprio atribuía ao esforço da espiritualidade, aceitando apenas o papel de
coadjuvante imperfeito do plano invisível, o qual para ele era tão concreto
quanto a matéria é para os demais encarnados. Homem de escassa cultura escolar
alcançou com rara inteligência espiritual o domínio de temas complexos a ponto
de possibilitar aos Espíritos amplo arquivo de conhecimentos inconscientes para
que cumprissem as suas finalidades de orientar a humanidade nos caminhos da
ciência e da ética, com enfoque na renovação da alma.
O
dia 31/03 traz à memória a desencarnação do Codificador, Allan Kardec. Homem de
intelectualidade incontestável e magistral capacidade de síntese, laureado
pelas academias do saber pelo seu contributo no campo do ensino enquanto
Hippolyte Léon, consagrado pedagogo, tradutor e estudioso das ciências sendo
aclamado por todo o território francês. Chamado ao estudo da ciência do
imponderável soube enxergar muito além do que podiam a diversidade de pessoas
que corriam aos salões para se divertir com os fenômenos físicos e inteligentes
protagonizados pelas cestas e pranchetas às assembléias de curiosos. Daqueles
acontecimentos, como garimpeiro experiente, Allan Kardec extraiu a essência dos
conhecimentos da espiritualidade e revolucionou o mundo com o lançamento do
maior tratado de filosofia espiritualista, obra sem precedente nem sucedânea
nos quesitos em que se aprofunda, cuja mais importante finalidade foi trazer ao
mundo o sentido de espiritualidade inaugurado por Jesus e que havia se perdido
ao longo do tempo, passados dezenove séculos de sua vinda ao planeta.
Homens
diferentes, com papéis diferentes, desempenharam duas entre as muitas
importantes missões em prol da mensagem transformadora da Doutrina Espírita. O
Codificador com inigualável desempenho na tessitura do corpo doutrinário com
maestria digna dos grandes missionários planetários, obedecendo a ordem de
Jesus para colocar a luz no velador para que se fizesse luz para o mundo. O
médium como uma lâmpada de vigorosa claridade que chamou a atenção do Brasil e
do mundo para a aceitação crescente da mediunidade como o mais incontestável
caminho de consagração da imortalidade até então aceita apenas na condição de
dogma e agora comprovada pelas vozes do além, que tornavam para comprovar a
realidade da continuidade da existência.
Para
o movimento espírita haverá de ser sempre uma honra fazer um tempo de silêncio
e reflexão para homenagear tais memórias. Certamente o mundo não seria o mesmo
se por essas paragens não tivéssemos contado com as existências de
personalidades encarnadas, tais quanto foram Chico Xavier e Allan Kardec, aos
quais rendemos nossos mais profundos agradecimentos pelo bem que fizeram e
continuam fazendo à humanidade.
¹ editorial do programa Antena Espírita de
04.04.2016
(*) escritor espírita, editorialista do
programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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