quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

NA BERLINDA: O ESTADO LAICO. DESPERTEMOS!

 


Entre tantas valas e caminhos sinuosos abertos pela força das lágrimas, uma preocupação segue sem balançar neste mar de coisas levadas pelas intencionalidades e circunstâncias, é o temor desse avanço comprovado do fundamentalismo religioso como plataforma política partidária e cenário de acordos institucionais.

No ano de 2021 poucas coisas nos faltaram acontecer com teor de amargura, e fazer este balanço requer suave brisa de esperança, porque não conseguimos viver sem perspectivas mínimas e não temos o direito de apagar a luz na jornada de ninguém. Mas também compreendemos a reflexão analítica como foco de iluminação planetária, portanto, não consideramos o pensar algo pesaroso, mas ao contrário, se mostra cada vez mais necessário para mobilizar as ações renovadoras na face do globo.

A inter-religiosidade é plataforma de ações humanitárias urgentíssimas!

A raiz nazista arrancada do hades histórico consumado passeia pelo Brasil de hoje em narrativas territorialistas referentes à sobrevivência dos escolhidos.

Algo mais concreto politicamente do que o ufanismo evangélico, estamos diante de amplo balcão de votos sustentados sob a égide do evangelismo, mobilizando multidões.

No interior do estado de Alagoas, uma cooperativa formada por quase 100% de evangélicos todos os dias louva ao Senhor pela vitória.

Vitória sobre quem?

Sobre as diferenças provocadas pelo capitalismo?

Não. Sobre a imagem mítica do diabo que rouba oportunidades e dilacera a casa do crente.

Uma bolha existencial onde o poder tem coroa de rei e a força está no acesso ao dinheiro, elege vereadores, que sendo os mais votados negociam larga margem de cargos, sendo estes distribuídos entre eleitores evangélicos, torna a procura pela “salvação” um caminho de empregabilidade através do fortalecimento de líderes religiosos para cargos públicos e participações em espaços de decisão.

Não temos apenas um ministro terrivelmente evangélico fazendo rir os interesseiros, temos milhares de pequenos líderes locais trabalhando esta perspectiva de beneficiamento dos seus em acordos eleitoreiros.

Ganham espaços nos átrios dos poderes e maldizem a diversidade religiosa, a liberdade de expressão, a diversidade sexual e de gênero, assim como demonizam o espiritismo e todas as práticas espiritualistas com rigor temível.

Não há amor na narrativa fundamentalista, haja vista, sirva como antídoto apenas para os escolhidos, os ungidos, os libertos do mundo, ou seja, os que pensam igual a eles.

Que possamos parar e pensar nesta questão ameaçadora que ganha corpos partidários nos rincões do Brasil.

O amanhã pertence aos filhos e filhas do tempo histórico, sendo todas expressões da mesma liberdade no direito ao trabalho, moradia, educação integral, saúde, alimentação, crença religiosa e felicidade.

Precisamos fortalecer o Estado Laico no Brasil!

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