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A TAL DA CONSCIÊNCIA DE CLASSE

 


Nesse fragmento de texto mostrado na postagem, Wilhelm Reich, no seu livro "Psicologia de massas do fascismo", toca num dos pontos mais intrigantes dos estudos sociais: a razão da falta de consciência de classe da maioria dos trabalhadores.

É surpreendente que o trabalhador, mesmo explorado, depauperado e humilhado, não reaja contra a opressão sofrida do capital e, ainda mais surpreendente, é ver que esse trabalhador elegerá seus algozes e defenderá o capital em detrimento dos direitos da sua classe social.

Onde está o problema? A explicação do estranho fenômeno é até bem conhecida nas obras clássicas do marxismo: a ideologia dominante numa sociedade de classes como a nossa impõe, quando não por meio da persuasão da comunicação de massa, por meio da violência do estado, uma forma única de pensamento e ação. Louis Althusser, em seu livro "Aparelhos ideológicos de estado", trata de forma clara dessa questão: como a ideologia da classe prevalente na sociedade se impõe por meio dos aparelhos repressivos e ideológicos.

Mas apenas explicar o problema não o resolve. Como superar, então, a dificuldade da classe oprimida em se reconhecer como tal? Vladimir Lênin, Leon Trótski, Rosa Luxemburgo, Alexandra Kollontai etc., por terem vivido a experiência militante e revolucionária, trouxeram importantes contribuições nesse aspecto, pois relatam em seus textos as estratégias e as táticas cotidianas usadas para auxiliar o proletariado na construção de sua consciência de classe.

Porque, afinal, um trabalhador consciente de sua situação de explorado não se submete tão facilmente à opressão do capital. Por isso o capital odeia a ideia de o povo ter acesso ao pensamento reflexivo e ao conhecimento crítico.

Nosso papel, como ensinava Lênin em seus textos, é levar a possibilidade do despertar da consciência de classe ao trabalhador, pois essa consciência é por si revolucionária.

 

 

publicado originalmente https://www.facebook.com/espiritasaesquerda

Comentários

  1. É importantíssimo despertar essa consciência nas classes populares. Isso não é estimular a rebeldia, mas colocar as coisas no devido lugar.

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