terça-feira, 18 de agosto de 2020

COM OU SEM...

 


A bela vivenda atendia às necessidades do casal.

Ampla e confortável, pintura impecável, quintal espaçoso, sortido pomar, garagem para vários automóveis…

Além do mais, uma pechincha. Segundo o corretor, o proprietário tinha urgência na venda. Fora, certamente, um golpe de sorte, concretizar tão bom negócio, antes de outro felizardo.

Após a mudança, não tardaram em perceber seu equívoco. Coisas estranhas e assustadoras aconteciam ali, envolvendo pancadas nas paredes, gritos na madrugada, portas a ranger…

Ficou evidente o porquê do suposto “bom negócio”.

A casa era habitada por fantasmas empenhados em atormentá-los, como num filme de terror.

Após algumas noites insones e apavorantes, deixaram a propriedade mal-assombrada e entraram com ação judicial para cancelar a compra.

Alegavam que fora sonegada a informação de que havia fantasmas, antigos moradores que não admitiam intrusos.

Inusitadamente, o juiz que julgou o processo deu-lhes ganho de causa, anulando a transação. Não se deu conta de que, com sua sentença, estava reconhecendo, oficialmente, a sobrevivência da Alma e a possibilidade de intercâmbio com o Além.

Essa realidade foi descortinada pela Doutrina Espírita, desde a Codificação, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em 18 de abril de 1857.

Multidões de Espíritos nos rodeiam. São as almas dos mortos, a agir entre nós, de conformidade com suas tendências, interesses e necessidades.

O plano espiritual não está em compartimento estanque, à distância das misérias humanas.

É tão-somente uma projeção do plano físico. Começa exatamente onde estamos. E aqui ficam todos aqueles que, libertando-se dos laços da matéria, pelo fenômeno da morte, permanecem ligados aos interesses humanos.

 

 

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Nas reuniões mediúnicas, de assistência espiritual, é comum nos depararmos com Espíritos em tal situação.

Perturbam-se e perturbam os familiares, porque não lhes dão atenção, algo óbvio, já que ninguém os vê.

Pode acontecer, também, que a família venha a mudar-se. O desencarnado permanece apegado ao imóvel. Exaspera-se quando surgem inquilinos, imaginando estar às voltas com uma invasão de propriedade.

E se, entre os novos moradores, há alguém dotado de sensibilidade psíquica, fatalmente sentirá algo dessa influência a incomodá-lo.

Trata-se do que chamaríamos “obsessão pacífica”, porquanto não há a intenção de prejudicar. É apenas a reação de alguém perplexo, diante de algo que escapa à sua compreensão. Não há por que nos sentirmos constrangidos a deixar a residência.

Basta buscar auxílio no Centro Espírita, onde há serviços de assistência espiritual para solução desses problemas.

Atraídas às reuniões mediúnicas, as entidades serão esclarecidas e encaminhadas a instituições socorristas do plano espiritual, com o que desaparecerão os fenômenos perturbadores, provocados por sua presença.

 

 

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Se a moda pega, se prospera o exemplo da família que se sentiu lesada por comprar uma casa habitada por fantasmas, teremos uma alteração substancial nos anúncios de venda ou locação de imóveis.

Será indispensável a observação “com” ou “sem” fantasmas, para evitar indesejáveis processos judiciais de anulação.

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