O dinâmico processo de viver, aprender,
progredir e especialmente aprimorar-se no intelecto e na moralidade,
estabeleceu valiosas experiências nos relacionamentos com terceiros e, claro,
consigo mesmo, na individualidade. Afinal, o amadurecimento psicológico-emocional
é fator preponderante para o equilíbrio diante dos gigantescos desafios de
viver em harmonia. Especialmente se pensarmos na velha questão do auto
encontro, pois que muitos de nós nos esmeramos em diversas atividades para além
da própria intimidade, auxiliando muita gente, distribuindo conhecimento, e nos
esquecemos de auxiliar a nós mesmos.
A maior tarefa é da auto educação, do auto
aprimoramento. Somos pródigos no aconselhamento para terceiros e nos debatemos
em aflições quando as adversidades nos atingem diretamente, esquecendo-nos de
que o que falamos deveríamos usar primeiro em favor próprio, equilibrando as
próprias emoções.
Dentre os fatores do dinamismo da vida está a
transformação trazida pelo fenômeno biológico da morte. É um fenômeno natural,
integrante desse processo todo, uma vez que somos mortais apenas no corpo, pois
que imortais como seres inteligentes. As conquistas e dificuldades continuam,
pois. ela, a morte, não anula, nem simplifica as dificuldades, uma vez que
levamos o equilíbrio ou a desarmonia interior, conosco. Uma vida moral e
emocionalmente equilibrada desde já resultará num futuro também equilibrado,
como espírito livre da matéria. Uma mente, por sua vez, emocional e moralmente
desequilibrada, levará para a vida espiritual um indivíduo desequilibrado,
requerendo as mesmas providências que nos são exigidas continuamente durante a
vida corpórea.
Tais reflexões são resultantes da leitura do
capítulo 15 – Os inimigos desencarnados, constante do livro Tramas do Destino,
edição FEB, na psicografia de Divaldo Franco e de autoria do Espírito Manoel
Philomeno de Miranda. Afirma o autor no citado capítulo:
“(…) Não sendo a morte outra coisa senão um
instrumento da vida estuante em toda parte, a desencarnação não anula, nem
simplifica as dificuldades. Cada um se desenovela dos liames físicos consoante
a força vitalizadora de que se utilizava na sua sustentação. Transferem-se de
uma para a outra posição da realidade espiritual os sentimentos cultivados, as
aspirações irrealizadas, as fixações, os resíduos morais. (…) Cada um
desencarna conforme se encontra reencarnado. Os conflitos não equacionados,
como os ódios e os amores, prosseguem com maior volúpia. (…)”.
Por isso é importante o esforço desde já no
equacionamento dos conflitos que ainda trazemos, nos distúrbios emocionais e
psicológicos, arejando a mente com os recursos valiosos da alegria de viver, da
confiança em Deus, da resignação ativa e do trabalho no bem. E isso pode
começar com uma virtude sempre esquecida: a gratidão. Sim, a gratidão, que é
valioso ponto de apoio ou alavanca incomparável para início dessa trajetória de
progresso. Aprendermos a agradecer. Há muitas razões para isso, basta parar
para pensar um pouco…
Por isso, a valiosa informação no mesmo
capítulo: “(…) O conhecimento da vida espiritual representa valiosa aquisição
para a responsabilidade e a ascensão do indivíduo (…)”.
A ascensão e a responsabilidade individuais
são conquistas da alma, determinadas pela Sabedoria Divina, por meio da Lei do
Progresso.
Viver é, pois, prosseguir aprendendo. Muitos,
diante dos desafios, desejam fugir da vida e dos desafios. Alguns se entregam
ao equívoco do suicídio ou à perda do encantamento pelas maravilhas da vida e
suas riquezas. Não adianta. A lei da vida é dinâmica e nos determina o
progresso contínuo. Por isso, acionemos a poderosa alavanca da vontade,
levantemo-nos de nossas fraquezas e sigamos adiante. A morte não muda o que
somos, e como diz o autor espiritual na obra em referência, não anula nem
simplifica as dificuldades. Essas deverão ser superadas com o contínuo
aprendizado decorrente dos enfrentamentos inevitáveis da evolução.
Com a clareza do pensamento espírita, nossa
gratidão à fabulosa e incomparável obra da Codificação Espírita, de Allan
Kardec. Uma justa homenagem ao 3 de outubro de 1804.
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