O carnaval acabou. “Bandeira branca amor, eu
peço PAZ” diz a canção que foi imortalizada pela aclamada Dalva de Oliveira em
1970, surge agora como um clamor geral. Vivemos num mundo em guerra, mesmas
aquelas nações que se dizem pacifistas. Dentro de suas instâncias geográficas
as chacinas são o recheio dos noticiários televisivos. Ora o narcotráfico, ora as
liberações das armas estão fazendo vítimas, envolvidas ou não com as suas
implicações. As ideias que deveriam funcionar como trânsito de opinião se
transformaram em petardos que agridem tanto quanto balas.
De
que lado estamos? Precisamos escolher? Certamente. Afinal somos os que
proclamam a paz ou a força? A paz ou a forca? Acreditamos que aumentar a
pressão gera sossego? Defendemos a busca da essência do mal para buscar a cura
ou apenas a colocação daquele para baixo do tapete?
No
discurso que profere em Lyon e Bordeaux, Kardec (Revista Espírita –1862)
conclama os espíritas para assumirem a postura daqueles que compreendem a
existência considerando a construção de uma nova era. Ressalta que toda muda
faz com que o mal recrudesça as suas forças e lute para imperar sob o receio de
ser derrotado pela onda inexorável do bem, aquele bem que provém da enérgica
mensagem de Jesus como governador do planeta.
A
Doutrina Espírita caminha com a humanidade adotando o conselho do Codificador,
que é o de aprender com as mudanças estruturais e sociais de cada tempo,
cuidando em avaliar a renovação dos conceitos e da ciência contemporânea. O
rumo que projeta se afiança nos Princípios Gerais descritos pela Universalidade
do Ensino dos Espíritos Superiores que estabelecem a Imortalidade, a
Comunicabilidade entre mundos, a Reencarnação, a Pluralidade dos Mundos e a
Evolução na qualidade de pilares que norteiam o rumo de nossas experiências
diante das necessidades diárias de compreender o caminhar do processo humano.
Parece
ser muito claro, aos olhos que observem sob a batuta de Allan Kardec que não há
saída possível para o drama humano, da violência explícita, senão o caminho da
saída pacificadora, aquela que avalia a comunidade humana como uma só família.
Parece nítido que enquanto houver poderosos que pisam e fragilizados que são
pisados, enquanto as pessoas não tiverem alimentos em sua mesa, faltarem
espaços públicos para lazer, inexistir programa de saúde que vise o equilíbrio
do ser, falte educação ampla e salários pagos adequadamente, além de uma
justiça que proteja o direito, a solução vai passar por antepor forças e
militarizar para silenciar, nunca para resolver.
Tenhamos
cuidado com as palavras que emitimos e os conceitos que endossamos. Há muita
reverberação do mal que se propõe como solução. Qualquer providência que
destile ódio não pode vir acoplado à mensagem de Jesus nem vinculado ao
Espiritismo. No máximo usemo-las como “pensamento pessoal” afinal todos têm o
livre direito de se expressar.
Quanto
aos ensinamentos de Jesus e da Doutrina Espírita é inequívoca a certeza de que
apontam para um mundo que haverá de se ajustar às leis do progresso e quão mais
rápido soubermos disso, mais rápido isso acontecerá. Cuidemos de crescer sob a
luz do Jesus e da sua pregação incondicional da Paz no mundo.
editorial do programa Antena Espírita de 18.02.2018
editorial do programa Antena Espírita de 18.02.2018
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