sábado, 15 de abril de 2017

A GRANDE ALAVANCA DE TRANSFORMAÇÃO DA HUMANIDADE







Há uma questão sobre a qual, em nossas reflexões, temos nos detido com bastante frequência, e que gostaríamos de compartilhar com os nossos leitores, trata-se da destinação do Espiritismo.

Identificamos algumas expressões de O Livro dos Espíritos, ora usada por Allan Kardec, ora pelos próprios espíritos superiores, que tratam do assunto e as reproduziremos da forma como as encontramos na obra basilar da Doutrina Espírita:



Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceitas pelas massas humanas” (Kardec - L.E. – introdução, item VII);

“Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade (L.E. – Prolegômenos);

“Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade (L.E. – Q 798);
Por meio do Espiritismo, a humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável” (Kardec - L.E. – Conclusão, item V).


Como se pode ver pelos trechos que grifamos, tanto os espíritos como Allan kardec sinalizavam, primeiro, para a universalização da Doutrina, e, segundo, que dessa universalização adviria uma nova fase para a humanidade.
Alguma coisa fazia crer que isso de fato aconteceria, até de forma bastante rápida, haja vista que o livro dos espíritos rapidamente atingiu várias edições, cerca de 16 (dezesseis) edições até o desencarne de Kardec.
O número de espíritas crescia rapidamente, Camille Flamarion em seu famoso discurso por ocasião do sepultamento de Kardec fala de “milhões de criaturas que na Europa e no Novo Mundo têm se ocupado com o problema ainda misterioso dos fenômenos chamados espíritas”.
Leon Denis em seu livro “Depois da Morte”, capítulo XIX, dá conta de 11 milhões de adeptos só nos Estados Unidos, representados por uma imprensa numerosa (22 jornais e revistas).
Não temos registros da população espírita brasileira no final do século XIX, mas a julgar pelos centros por onde o Espiritismo aportou no Brasil, Bahia e Rio de Janeiro, e pela repercussão das ideias espíritas nesses meios, tudo levaria a imaginar um rápido crescimento.
Sem dúvida a população espírita brasileira cresceu, segundo o IBGE hoje somos algo em torno de 3 milhões de espíritas; como também é fora de dúvida que a população espírita mundial involuiu.
Só por curiosidade, se fizermos uma projeção da população espírita dos Estados Unidos, conforme citado por Leon Denis, considerando-se, apenas, um crescimento igual ao da população mundial, que cresceu 405% no mesmo período, teríamos hoje uma população de espíritas americanos em torno de 47 milhões.
Decorridos quase 160 anos do advento do Espiritismo, observa-se que o processo de difusão da Doutrina Espírita sofreu algum tipo de retardamento.
Quanto à universalização da Doutrina Espírita, não é difícil se chegar à conclusão de que ainda teremos que esperar muitos séculos.
Quanto aos seus efeitos na melhoria da humanidade? Será que já se pode notar alguma diferença? Mesmo no Brasil onde se concentra a maior população espírita do planeta, será que já se pode observar alguma melhora? Penso que não.
A grande questão que colocamos é a seguinte: Não seria uma tarefa dessa população espírita atual, se tornar o braço dessa “grande alavanca da transformação da humanidade”, da qual nos fala Allan Kardec em Obras Póstumas, no capítulo “Projeto 1868?” Somos de opinião que sim e até nos aventuramos a dar algumas sugestões:

(1) Tornar os espíritas, verdadeiramente espíritas, através do estudo sério da Doutrina Espírita, especialmente da Codificação;
(2) Ensinar a Doutrina aos filhos dos espíritas, crianças e jovens, através da Evangelização Espírita;
(3) simplesmente colocar o Espiritismo ao alcance das pessoas.

Para que essas sugestões possam ser operacionalizadas é preciso se colocar em prática os seguintes cursos de ação:
Sobre o item (1) investir na valorização da população espírita feminina devido ao seu grande efeito multiplicador, a mulher educa os filhos, aconselha os parentes e ainda pode redirecionar o marido. A porta de entrada das instituições espíritas deve ser o estudo da Doutrina, não se pode conceber Centro Espírita sem o estudo sistemático da Doutrina.
Quanto ao item (2) é muito comum encontrarmos as salas de estudos da Doutrina lotadas, e as da Evangelização Infantil vazias, porque os espíritas não estão persuadidos de oferecerem o estudo da Doutrina Espírita para seus filhos.
Finalmente, em relação ao item (3) em primeiro lugar é essencial acabar com o preconceito de que os espíritas não devem fazer proselitismo.
Kardec pensava de forma diferente, veja-se o que ele mesmo afirma em O Livro dos Médiuns, 1ª parte, capítulo III, nº 18:

Muito natural e louvável é, em todos os adeptos, o desejo, que nunca é demais animar, de fazer prosélitos”

Posteriormente em Obras Póstumas quando diz no Projeto 1868:


“Uma publicidade em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das idéias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral”.



Dentre outras ações ainda podemos citar as seguintes:



(a) As obras espíritas serem publicadas em edições populares para venda em bancas de revistas, lanchonetes e pontos de ônibus;

(b) Os eventos espíritas serem massivamente divulgados para o grande público;

(c) As obras básicas serem colocadas nas bibliotecas das Escolas e Universidades públicas e particulares de todo o país; (d) Os espíritas se mobilizarem para aquisição de uma rede de rádio e TV, de alcance nacional, para divulgação da Doutrina Espírita.



Em resumo, vejamos o que disse Leon Denis, palavras perfeitamente aplicáveis aos dias de hoje:



“A hora presente é de crise e de renovação. O mundo está em fermentação, a corrupção se acresce, a noite estende-se, o perigo é grande, mas, por detrás da sombra vemos a luz, por detrás do perigo a salvação. Uma sociedade não pode perecer. Se traz em si elementos de decomposição, também possui germes de transformação e de ressurgimento. A decomposição anuncia a morte, mas também precede o renascimento. Pode ser o prelúdio duma nova vida”.



E finalizaremos com as alentadoras palavras de Allan Kardec:



“Somente o Espiritismo, bem entendido e bem compreendido, pode remediar esse estado de coisas e tornar-se, conforme disseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação da humanidade”.


2 comentários:

  1. Caro amigo,
    Entendo a sua inquietação pois é minha também.Na condição de movimento, estamos distantes de realizarmos uma proposta robusta de divulgação do Espiritismo. Não se concebe que na realização de um evento espírita em Fortaleza, seja de que molde se realize,não estejam representadas todas as casas aqui localizadas. Ouvimos as mais díspares justificativas: hoje temos mediúnica; temos evangelização; temos a distribuição de sopa. Enfim, nós como movimento, somos uma lástima.

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  2. Quando as partes não sabem ou não reconhecem o seu papel fica muito difícil a caravana andar. Não há ação coordenada, não há plano de ação, não existe meta de longo prazo.Nenhuma reação ocorre sem um catalisador que facilite os processos e interações. Liderança é confundida com mando e ordenação, serve para status, mas não passa disso. Uma pena que as expectativas de futuro tenham uma "barriga imensa" para as empurrar. Roberto Caldas

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