Pular para o conteúdo principal

ALLAN KARDEC: HUMANISTA E HUMANITARISTA








No período denominado por alguns historiadores de Alta Idade Média, situado entre os séculos XIV e XV, teve início, na Itália, um movimento filosófico-cultural que objetivava mudar os valores patrocinados pelo domínio da Igreja.
O Humanismo, como foi conhecido no século XVII, apesar de desenvolver-se em várias direções e tendências, apresentava em comum o respeito à individualidade e o reconhecimento do ser humano como dotado de potencialidades e habilidades que lhe favorecem o desenvolvimento e a condução do próprio destino.
É natural que, ao se levar em conta essas qualidades distintivas, se é levado a reconhecer um Humanismo Clássico, já encontrado na Grécia e na Roma antigas, em que se inspiraram os humanistas medievais na direção do movimento renascentista.

Ao longo dos séculos, esse movimento vem se estendendo amplamente e se revestindo de nuanças específicas, ao ponto de dificultar uma caracterização conceitual, conduzindo à formação de vários humanismos: Humanismo antigo, Humanismo cristão, Humanismo marxista, Humanismo existencialista (materialista e cristão) etc.
Os humanistas estão, assim, alinhados nas mais diversas correntes e dentre eles podemos destacar figuras respeitáveis, em todas as épocas, como Francesco Petrarca, Erasmus de Roterdam, Thomas Morus, François Rabelais, Bertrand Russel, David Hume...
*   *   *   *   *
Nascido aos três de outubro de 1804, em Lyon, na França, o Professor Denizard Hyppollite Léon Rivail[1], pedagogo e sábio francês, compõe aquela galeria de pensadores famosos, por possuir o perfil irrefutável dos que se desdobraram no afã de fazer ressaltar a personalidade humana como núcleo destacável do progresso e do desenvolvimento terrenos e de aprofundar o conhecimento sobre a criatura humana em sua epopéica trajetória pelo mundo.
A ação humanista desse Mestre Lionês deve ser dividida em duas fases distintas e complementares de sua relevante existência: a pedagógica e a espírita.
Aluno do eminente Professor Johann Pestallozzi[2], na Escola de Yverdun[3], no período compreendido entre os seus nove a dezenove anos, implantou na França a nova Pedagogia proposta por seu mestre.
A partir de então, teoriza e vivencia uma escola centrada em uma nova visão educacional e uma nova maneira de ver a criança, como educando. Seguindo essa linha, esforça-se por socializar e democratizar a educação, tomando iniciativas pessoais e por sua própria conta de ensino gratuito direcionado aos que não podiam pagar e desejavam ilustrar-se em saberes diversos.
Educador vocacional por toda a sua existência, Rivail advogava o direito à Educação para todos, bem como sua significância para a dignificação do homem e exaltava a capacidade do ser humano de construir e dirigir a própria vida. Ressaltava também a importância de se levar em consideração, no processo pedagógico, as naturais diferenças e particularidades de cada aluno, para um melhor aprendizado.
Aos cinquenta anos, em meio à onda de fenômenos psíquicos que invadiam o mundo, resolve observá-los, após convites de amigos respeitáveis e sérios. A partir de suas observações, decide estudá-los de forma mais aprofundada, pela adoção e aplicação de metodologia científica, utilizando-se do método indutivo, criado por Francis Bacon.
A pesquisa evidencia a imortalidade da alma e a real possibilidade de comunicação das consciências desencarnadas, ou seja, das pessoas tidas como mortas.
Como resultado do estudo e do debate filosófico com os Espíritos toma conhecimento da sua missão de reunir todos os princípios na forma de uma Doutrina que denomina Espiritismo, publicando várias obras, dentre as quais tem destaque a Obra Básica (designada pelos seus seguidores na posteridade de Pentateuco Kardeciano): O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).
Pelo fato de se considerar mais organizador do que autor da obra e com o cuidado de não confundi-la com a sua produção literária pedagógica, opta por assinar os livros espíritas com o pseudônimo Allan Kardec que recebera como nome em outra experiência reencarnatória, nas antigas Gálias, como sacerdote druida.
Allan Kardec organiza e dá forma aos ensinamentos dos Espíritos, franqueando-nos o entendimento e uma noção mais exata da nossa participação como seres encarnados na construção de nossa própria história e no desenvolver das nossas potencialidades.
O homem é senhor de si mesmo, pelo livre-arbítrio que recebe do Criador; é gestor de sua felicidade e de sua miséria, mas possuidor de todas as possibilidades de aperfeiçoamento; em sua perfectibilidade, caminha inexoravelmente na direção da felicidade sem mácula, utilizando-se da experiência terrena, que funciona como Escola para o Espírito.
O ser humano é, portanto, a temática central da Filosofia Kardeciana que o entende como um ser construtor do porvir, um vir-a-ser, delineando-se em um Existencialismo e um Humanismo espíritas.
Em ambos os períodos de sua vida o humanista Rivail/Kardec não se deixou levar unicamente pelos apelos intelectualistas que alimentou e deleitou tantos humanistas. Viveu intensamente as suas convicções respeitando a diversidade de pensamentos, mas defendendo firmemente as idéias e os ideais espíritas. Desdobrou-se no amparo intelectual, moral e material aos seus contemporâneos e aos que lhe buscavam o concurso fraternal, no exercício pleno da Caridade, em sua feição mais extensiva.
Sem temer a aparente redundância, podemos incluí-lo, por justiça e por dever, no rol dos mais destacados humanistas e humanitaristas, homenageando-o, aqui, no seu aniversário de duzentos e onze anos.





[1] (1804-1869).
[2] (1746-1827) – Nascido em Zurique, na Suíça.
[3] Suíça.



Comentários

  1. Francisco Castro de Sousa3 de outubro de 2015 às 13:38

    Meu Caro Cajazeiras, o que o levou a grafar o nome de Kardec como Denizard Hyppollite Léon Rivail,
    quando autores como Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, Evandro Noleto e Marcel Souto Maior o fazem de forma diferente: Hypollite Léon Denizard Rivail? Seu esclarecimento se faz necessário para que os nossos leitores conheçam as razões que o motivaram. Com a admiração de sempre.

    ResponderExcluir
  2. Castro,
    Embora Allan Kardec seja conhecido pelo nome de Hippolyte León Denizard Rivail, o nome constante em seu registro de nascimento é Denizard Hippolyte-Léon Rivail.As duas grafias são aceitas.

    ResponderExcluir
  3. Francisco Castro de Sousa3 de outubro de 2015 às 21:47

    Jorge, que tal publicar, se for possível, um fac-símile da certidão de nascimento dele para tirar essa dúvida, porque a própria Revista Espírita de Allan Kardec publicada pela FEB e Marcel Souto Maior que publicou recentemente "Kardec a Biografia", trazem grafado da forma como citei acima! Penso que seja importante que essa dúvida seja definitivamente esclarecida.

    ResponderExcluir
  4. FRANCISCO CAJAZEIRAS4 de outubro de 2015 às 01:37

    DENIZARD HYPPOLITE LÉON RIVAIL

    Caros amigos,

    Paz e luz!

    Estudando a obra do Prof. Herculano Pires, grande conhecedor e defensor do Espiritismo no Brasil, notei sua preferência em grafar o nome do Allan Kardec na forma como se encontra no meu artigo. Sabendo de sua seriedade e sapiência, logo imaginei que ele deveria ter forte razão para assim proceder.
    Depois, lendo o discurso proferido por Henri Sausse, um dos principais biógrafos do Mestre Lionês, na cidade de Lyon, em 1996, por ocasião das homenagens alusivas aos 27 anos de sua desencarnação, deparei-me com a sua citação de trecho da certidão de nascimento de Rivail, em que seu nome se encontra na mesma ordem.
    Outro biógrafo do Codificador, André Moreil, em livro de sua autoria, traduzido do francês para o português com o título “Vida e obra de Allan Kardec” (EDICEL), grafa seu nome da mesma forma.
    Dada a escassez documental e biográfica de Kardec, descobri que havia algumas polêmicas e imprecisões acerca de seu nome e até mesmo da data do seu nascimento.
    Há alguns anos, porém, o capitão Waldyr de Souza presenteou-me com um exemplar da obra “Allan Kadec – Análise de documentos biográficos” (LACHATRE), de Jorge Damas Martins e Stenio Monteiro de Barros, em que os autores, após esforços e pesquisas, conseguiram e publicaram cópia da certidão de nascimento em que o nome se encontra assim escrito (é bem verdade que com algumas diferenças em algumas letras!!).
    O fato é que o registro de nascimento foi feito no dia seguinte ao nascimento (4 de outubro) e o batismo só foi realizado em junho do ano seguinte. É, pois, no batistério que o nome se encontra de outra maneira.
    Contra fatos não há argumentos! Sendo assim, o nome civil de Kardec se inicia com Denizard, não com Hyppolite.
    Parece-me ser, portanto, uma questão de gosto grafar de uma ou de outra maneira.
    Com grande atenção e amizade,
    Francisco Cajazeiras.

    ResponderExcluir
  5. Francisco Castro de Sousa4 de outubro de 2015 às 09:59

    Caro Confrade Cajazeiras são muito bons os seus esclarecimentos, me parece que ainda não há consenso sobre essa questão, isso porque Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, no Vol. I da obra em 3 volumes com o título, Allan Kardec (Meticulosa Pesquisa Biobibliográfica) na qual se propuseram esclarecer essa questão em um apêndice da obra citada, após relacionarem documentos que ocupam quase todo o nosso alfabeto, mais precisamente de "a ... o", concluem assim: "(...) E como Hippolyte aparece à frente no registro de batismo e no de casamento, em todas as obras pedagógicas que publicou, na maioria dos volumes acima relacionados (vários deles impressos quando Kardec ainda estava encarnado) e dos documentos públicos, quando ai lançava - segundo o Dr. Canuto - o nome por extenso ou abreviado, deve-se, por conseguinte, colocá-lo no princípio. Dessa forma, à vista de tudo que expusemos, nada obsta continuemos a escrever, e acreditamos que bem acertadamente: HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL." Para mim, como essa obra a 1ª edição data de 1973 e se propôs esclarecer essa questão a qual, pelas fontes por você citadas, é bastante antiga, e ainda, como a obra mais recente que pretende ser KARDEC a biografia, encontramos a grafia do nome civil do Codificador, como se encontra nesse texto em caixa alta, podemos deixar para o leitor a possibilidade de tirar as suas próprias conclusões! Com a admiração e o respeito de sempre. Francisco Castro de Sousa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. FRANCISCO CAJAZEIRAS4 de outubro de 2015 às 23:27

      Sim, meu amigo. Como disse, acho que as duas formas são uma questão de gosto.
      Lembro, porém, que o livro com o fac-símile da certidão de nascimento que citei teve a sua 1a; edição em 1999. Portanto, mais recente que as outras obras, incusive a do Wantuil.
      Mas como falei a grafia com o início Hyppolite está consagrada pelos motivos já citados por você, que eu conheço porque tenho e já li a obra citada pelo amigo.
      Só não acho que seja errado grafar da outra forma, porque, afinal de contas, é a certidão de nascimento que documenta o nome civil de alguém.
      Paz e luz!

      Excluir
  6. Boa noite, confrades.
    Que nome de autor constava nas publicações de Rivail, ainda professor??
    Fraternalmente,
    Cristiano

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

09.10 - O AUTO-DE-FÉ E A REENCARNAÇÃO DO BISPO DE BARCELONA¹ (REPOSTAGEM)

            Por Jorge Luiz     “Espíritas de todos os países! Não esqueçais esta data: 9 de outubro de 1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo!”  (Allan Kardec)                    Cento e sessenta e quatro anos passados do Auto-de-Fé de Barcelona, um dos últimos atos do Santo Ofício, na Espanha.             O episódio culminou com a apreensão e queima de 300 volumes e brochuras sobre o Espiritismo - enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurice Lachâtre - por ordem do bispo de Barcelona, D. Antonio Parlau y Termens, que assim sentenciou: “A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outr...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

A CULPA É DA JUVENTUDE?

    Por Ana Cláudia Laurindo Para os jovens deste tempo as expectativas de sucesso individual são consideradas remotas, mas não são para todos os jovens. A camada privilegiada segue assessorada por benefícios familiares, de nome, de casta, de herança política mantenedora de antigos ricos e geradora de novos ricos, no Brasil.

ÚLTIMAS INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC AOS ESPÍRITAS(*)

“Caro e venerado   Mestre, estais aqui presente, conquanto invisível para nós. Desde a vossa partida tendes sido para todos um protetor a mais, uma luz segura, e as falanges do espaço foram acrescidas de um trabalhador infatigável.” (Trecho do discurso de abertura da Sessão Anual Comemorativa aos Mortos de novembro 1869 – Revista Espírita – dez/1869)   Por Jorge Luiz   O discurso de Allan Kardec, proferido na sessão anual da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - SPEE, comemorativa aos mortos, em 1º de novembro de 1868, "O Espiritismo é uma Religião?" (leia aqui) - Revista Espírita, novembro de 1868 - contêm 3.881 palavras. Nele, Kardec discorre sobre a comunhão de pensamentos, as dimensões da caridade, o verdadeiro sentido de religião e sobre a crença espírita. Foi seu último discurso, pois cinco meses depois ocorre a sua desencarnação. Soa, portanto, como as últimas instruções aos espíritas, da mesma forma que Jesus as realizou aos...

PRÓXIMOS E DISTANTES

  Por Marcelo Henrique     Pense no trabalho que você realiza na Instituição Espírita com a qual mantém laços de afinidade. Recorde todos aqueles momentos em que, desinteressadamente, você deixou seus afazeres particulares, para realizar algo em prol dos outros – e, consequentemente, para si mesmo. Compute todas aquelas horas que você privou seus familiares e amigos mais diletos da convivência com você, por causa desta ou daquela atividade no Centro. Ainda assim, rememore quantas vezes você deixou seu bairro, sua cidade, e até seu estado ou país, para realizar alguma atividade espírita, a bem do ideal que abraçaste... Pois bem, foram vários os momentos de serviço, na messe do Senhor, não é mesmo? Quanta alegria experimentada, quanta gente nova que você conheceu, quantos “amigos” você cativou, não é assim?

JESUS E A QUESTÃO SOCIAL

              Por Jorge Luiz                       A Pobreza como Questão Social Para Hanna Arendt, filósofa alemã, uma das mais influentes do século XXI, aquilo que se convencionou chamar no século XVII de questão social, é um eufemismo para aquilo que seria mais fácil e compreensível se denominar de pobreza. A pobreza, para ela, é mais do que privação, é um estado de carência constante e miséria aguda cuja ignomínia consiste em sua força desumanizadora; a pobreza é sórdida porque coloca os homens sob o ditame absoluto de seus corpos, isto é, sob o ditame absoluto da necessidade que todos os homens conhecem pela mais íntima experiência e fora de qualquer especulação (Arendt, 1963).              A pobreza é uma das principais contradições do capitalismo e tem a sua origem na exploração do trabalho e na acumulação do capital.

O MOVIMENTO ESPÍRITA MUNDIAL É HOJE MAIS AMPLO E COMPLEXO, MAS NÃO É UM MUNDO CAÓTICO DE UMA DOUTRINA DESPEDAÇADA*

    Por Wilson Garcia Vivemos, sem dúvida, a fase do aperfeiçoamento do Espiritismo. Após sua aurora no século XIX e do esforço de sistematização realizado por Allan Kardec, coube às gerações seguintes não apenas preservar a herança recebida, mas também ampliá-la, revendo equívocos e incorporando novos horizontes de reflexão. Nosso tempo é marcado pela aceleração do conhecimento humano e pela expansão dos meios de comunicação. Nesse cenário, o Espiritismo encontra uma dupla tarefa: de um lado, retornar às fontes genuínas do pensamento kardequiano, revendo interpretações imprecisas e sedimentações religiosas que se afastaram de seu caráter filosófico-científico; de outro, abrir-se à interlocução com as descobertas contemporâneas da ciência e com os debates atuais da filosofia e da espiritualidade, como o fez com as fontes que geraram as obras clássicas do espiritismo, no pós-Kardec.

ESPIRITISMO NÃO É UM ATO DE FÉ

  Por Ana Cláudia Laurindo Amar o Espiritismo é desafiador como qualquer outro tipo de relação amorosa estabelecida sobre a gama de objetividades e subjetividades que nos mantém coesos e razoáveis, em uma manifestação corpórea que não traduz apenas matéria. Laica estou agora, em primeira pessoa afirmando viver a melhor hora dessa história contemporânea nos meandros do livre pensamento, sem mendigar qualquer validação, por não necessitar de fato dela.

DEMOCRACIA SEM ORIENTAÇÃO CRISTÃ?

  Por Orson P. Carrara Afirma o nobre Emmanuel em seu livro Sentinelas da luz (psicografia de Chico Xavier e edição conjunta CEU/ FEB), no capítulo 8 – Nas convulsões do século XX, que democracia sem orientação cristã não pode conduzir-nos à concórdia desejada. Grifos são meus, face à atualidade da afirmação. Há que se ressaltar que o livro tem Prefácio de 1990, poucas décadas após a Segunda Guerra e, como pode identificar o leitor, refere-se ao século passado, mas a atualidade do texto impressiona, face a uma realidade que se repete. O livro reúne uma seleção de mensagens, a maioria de Emmanuel.