Por Ana Cláudia Laurindo
O fundamentalismo religioso tenta reconfigurar no Brasil, um país elaborado a partir de projetos de intolerância que grassam em pequenos blocos, mas de maneira contínua, em cada situação cotidiana, e por isso mesmo, tais ações passam despercebidas.
Eles estão multiplicando, por isso precisamos conhecer a maneira com estas interferências culturais estão atuando sobre as novas gerações.
De modo particular, fazemos um recorte sobre as festas juninas, que tradicionalmente se referem aos santos católicos Antônio, João e Pedro.
Movimentos culturais nas escolas foram boicotados por muitas famílias evangélicas, impedindo vivências tradicionais dos pequenos por causa da raiz católica das festividades.
No paralelo, tivemos participação dos alunos evangélicos nas festas após denominá-las de “festas do milho”.
Se não estivéssemos em um contexto político gravemente insuflado pelas distinções separatistas com ganchos fascistas apoiados na religião, talvez o fato pudesse ser compreendido como isolado. No entanto, vamos percebendo o desmonte das tradições com o intuito de colocar no lugar referências absolutistas, intolerantes à diversidade, que ainda caracteriza o país.
Defendemos um estado laico e defensor das memórias culturais, prevendo que neste contexto de tensões políticas, o apagamento de referências arraigadas pode ser mais nocivo do que benéfico ao quadro geral.
No interior nordestino a diminuição da quantidade de fogueiras nas portas se deve muito menos a uma ideia de preservação das árvores do que ao elemento religioso, que nas asas das fake news divulgaram que nelas são assadas a cabeça de João Batista, gerando asco pelo lume que de acordo com as narrativas do Evangelho serviu para anunciar o nascimento do precursor que batizaria o nazareno.
A crítica continua sendo um mecanismo importante para fazer leituras das minúcias sociológicas. Estas minúcias servem para construir grandes marchas sob a égide assustadora da intolerância religiosa contra tudo o que não se encaixa em seus propósitos de pureza autoritária.
COMENTÁRIO ELABORADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA
ResponderExcluirO texto analisa como o fundamentalismo religioso está reconfigurando o Brasil através de intolerância sutil e contínua, impactando especialmente as novas gerações. Exemplifica com o boicote a festas juninas por famílias evangélicas, que só participam se rebatizadas como "festas do milho". O autor contextualiza isso num cenário político polarizado, vendo como um desmonte das tradições em favor de referências absolutistas. Defende o estado laico e as memórias culturais, alertando para os perigos do apagamento cultural, como a diminuição de fogueiras juninas no Nordeste devido a fake news religiosas. Conclui que a crítica é vital para expor essas ações, que visam impor uma "pureza autoritária".
Terrível o que estamos presenciando. Sigamos nos opondo a esse avanço fundamentalista.
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