terça-feira, 25 de junho de 2013

HUMILDADE, A CHAVE DO APRIMORAMENTO





 Por Gilberto Veras (*)



O projeto divino da vida tem um fim esplendoroso, a felicidade da criatura, construída pela força vitoriosa do amor, após incalculáveis desafios, provas, aprovações e reprovações educativos e com propósitos de aperfeiçoamento do ser perfectível que, passo a passo (em velocidades variáveis) avança na marcha evolutiva ao desenvolver, de forma   harmoniosa, recursos do bem, concedidos pelo Criador em providência soberanamente igualitária, inteligente e justa.
O posicionamento superior do princípio inteligente ocorre na espécie humana, quando adquire inteligência racional, livre-arbítrio e capacidade de desenvolvimento do conteúdo moralizante (virtudes seminais disponibilizadas pelo Pai da vida).

O exercício da moralidade no homem é produto da força motora do amor e se realiza no mundo de relacionamento entre as pessoas, a Bondade Amorosa do Pai Todo-Poderoso sempre é intermediada por emissários que nada mais são do que instrumentos divinos com deveres inalienáveis de amarem-se e se instruírem uns aos outros, não há outro meio de progresso, nada cai do céu diretamente em benefício ou malefício de determinado filho, pois, afinal de contas, todos guardam na consciência as leis de Deus, de comando, orientação e acompanhamento, necessárias ao nosso crescimento espiritual, somos, todos, artífices de nosso destino, em trabalho recíproco de auxilio fraternal, com o mais adiantado num aspecto ensinando o de retaguarda e este àquele no que está mais a frente, e todos se amando incondicionalmente, em cadeia solidária na qual não há quem não possa auxiliar e, ao mesmo tempo, ser auxiliado, o posicionamento é sempre relativo, estamos à frente de uns e atrás de outros (em função do talento observado), o que invalida qualquer sentimento vaidoso de superioridade, nosso dever em ponte direta com o divino é amar, amar sempre, esse sentimento áureo é o carro-chefe da prosperidade. O modelo e guia da humanidade, o Mestre dos mestres, foi categórico, Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. A Doutrina Espírita é conclusiva ao estabelecer o lema, Fora da caridade não há salvação. Nosso dever de amar em ação se expressa na prática da caridade, cuja identificação é autenticada apenas, e tão somente, pelo selo do amor. Nossa potencialidade moral é representada pelo conjunto de virtudes latentes que intrinsecamente são, todas, alimentadas e movidas pela força do sentimento original provindo da Inteligência Suprema.
Lógico e fácil o epílogo, não caminharemos, assumiremos comportamento estático, se não adotarmos como leme de movimento da vida a humildade (submissão inteligente e nobre às leis superiores, estabelecidas pelo Todo-Amor e gravadas na consciência humana), essa virtude é fundamental, pois através dela recebemos o referendo divino para exercitar as demais, que são interativas, e imprescindíveis ao aprimoramento individual. Não confundir, no entanto, humildade, feliz conscientização espiritual, com subserviência, neutralização da personalidade ou complexo de inferioridade, lamentável posição de aviltamento escolhida pelo homem distante do autoconhecimento.   

(*) poeta e escritor espírita.

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