domingo, 17 de março de 2013

O PROTOCOLO DAS PRÁTICAS ESPÍRITAS (*)





 Por Roberto Caldas (**)



Na Revista Espírita de abril de 1864, Allan Kardec escreve a respeito do Controle Universal dos Espíritos. No texto então publicado o Codificador demonstra onde se encontra a força da Doutrina Espírita diante dos desafios e desconfianças, ameaças e ataques que viesse a sofrer na posteridade. Ressalta a sua natureza multicêntrica relacionada com a eclosão da mensagem dos Espíritos em diversos países e através de diversos médiuns ao mesmo tempo, afirmando tratar-se de um conhecimento sem proprietários entre os encarnados, mas ao mesmo tempo referendado pela coerência dos ensinamentos exalados em uma época em que as informações demoravam a chegar de um ponto ao outro do planeta.

            A Doutrina Espírita agigantada pela autoridade dos seus signatários, habitantes do mundo espiritual, relatores das condições deste e das suas relações diretas com o mundo dos encarnados, cujos conteúdos dos relatos jamais se cogitara da forma como foram ensinados aos quatro cantos do mundo. A Revelação inédita na forma e no conteúdo trazia, na coerência e no chamado à razão dos fatos, o apelo ao bom senso como bilhete de acesso à compreensão de sua profundidade.
            Ensino reunido e detalhado a partir de milhares de comunicações recebidas por centenas de médiuns em dezenas de países diferentes, O Espiritismo explode no mundo por iniciativa dos Espíritos, independente de lideranças pessoais, alheio aos pruridos de individualidade que aqui ou ali florescem sob as cogitações apressadas de pseudo-reformadores que buscam os holofotes da notoriedade.
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (www.priberam.pt) se refere à expressão PROTOCOLO com a seguinte definição: “Acta de conferências celebradas entre ministros plenipotenciários de diferentes nações, ou entre os membros de um congresso internacional”. Sabemos que na atualidade todas as disciplinas científicas regem as suas ações através de protocolos, mesmo que alguns dos seus praticantes busquem rasgá-lo para impor as suas posições extemporâneas e suas opiniões. Diante de tal definição podemos afirmar que a Codificação da Doutrina Espírita se constitui no Protocolo das práticas espíritas, por tratar-se da síntese do pensamento de um numeroso colegiado, jamais reeditado, de seres espirituais desencarnados, em diversas categorias de evolução que utilizaram várias formas de comunicações mediúnicas (mesas, pranchetas, médiuns de diversas especialidades e idades) gerando um ensinamento que compôs um conhecimento de essência única.
Compete-nos, na qualidade de herdeiros dessa doutrina que revolucionou a visão do espiritualismo, a seriedade diante das informações que nos chegam todos os dias, algumas vezes assinadas por nomes conhecidos, com o mesmo critério que Allan Kardec utilizou em sua época. É fundamental buscar o protocolo dos Espíritos Superiores – A Codificação – para examinarmos, independente da assinatura, qual a essência da informação que nos chega às mãos, para só então aceitá-la como parte integrante do Controle Universal dos Espíritos, da forma que assinala Kardec em A Revista Espírita de abril de 1864.      

(*) edital do programa Antena Espírita de 17.03.2013
(**) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda - Fortaleza (CE)

2 comentários:

  1. A temática é sempre atual. Infelizmente, para alguns, basta leitura aligeirada para se dizer "doutor" em Espiritismo. O Espiritismo é uma doutrina que se encontra nos livros, portanto, deve ser estudada diuturnamente. Parabéns pela chamada reflexiva.

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  2. Agradeço a corroboração, especialmente vinda de quem. Considero que estamos brincando de fazer movimento espírita sem Espiritismo, ou seja, sem a base de estudos necessária à maior das funções da Doutrina Espírita que é Educar o ser humano enquanto ser imortal. Roberto Caldas

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