terça-feira, 25 de abril de 2017

FALAR DE JESUS É FÁCIL¹



Falar de Jesus é fácil. Para o bem ou para o mal, pois havemos de convir que haja quem discorde da sua importância no mundo, o que de forma alguma vai nos ocupar nessa abordagem de momento. O que chama a atenção para a ocasião é o fato do alcance de sua mensagem depois de tantos anos passados. Até mesmo as controvérsias que provoca deveria ser alvo de estudos nas mais ilustres academias do pensamento.
Os próprios seguidores, dependendo de suas escolas, divergem quanto à forma de aceitação do que está definido nos livros que retratam a sua passagem e que foram escritos depois de sua partida, por pessoas que interpretaram os fatos de sua vida, reconhecidos como evangelistas e em número de quatro. Evangelhos é o termo como ficaram conhecidos tais relatos e compõem a segunda parte de um livro considerado sagrado pela maioria dos cristãos que é a Bíblia. O texto ainda traz os escritos de Paulo de Tarso e Atos dos apóstolos.
          Quando Allan Kardec se defrontou com o fato de ser a Doutrina Espírita o retorno ao cristianismo através das vozes do além sob a tutela do Espírito da Verdade, codinome de Jesus com a finalidade de transcender pela mensagem antes do que pelo reconhecimento de sua identidade, o Codificador trouxe as luzes do Evangelho para o norteamento da ação espírita. Tratou de selecionar, para a finalidade que se propôs o aspecto moral da mensagem do Mestre, enquanto assegurou que os demais aspectos discutíveis de sua existência seriam analisados sob outros padrões de abordagem nas demais obras do Pentateuco Kardeciano. Por essa razão o Espírito que nos foi designado “como guia e modelo na Terra” (LE – q. 625) passaria a ser o alicerce filosófico do pensamento do Espiritismo.
          Há períodos patrocinados pelo calendário social que nos remetem a alguns momentos da vida de Jesus, como o seu nascimento e morte. Nessas ocasiões há celebrações que se compatibilizam com o modelo de crenças de cada grupamento, e isso é bastante razoável, esperado mesmo.
          Aos espíritas não cabem qualquer referência às questões relacionadas às ocorrências que consagram os conceitos de outras denominações. A nossa visão é que Jesus, nascido pelas leis biológicas como qualquer outra pessoa, reapareceu da morte em seu corpo espiritual ou perispírito para que se fortificasse na posteridade a realidade da imortalidade e apenas isso. Mais que o seu sacrifício é necessário olhar para os seus ensinamentos, pois a dor das provas compete a cada um ultrapassar e Ele o fez com sobras de dignidade, mormente a sua capacidade de suportar grandes desafios, tamanha a sua envergadura evolutiva.
          Pelo muito que nos apresentou em condição de redenção e de manutenção da firmeza diante dos apelos inferiores, Jesus é alguém de quem é muito fácil se falar. Difícil é aceitar o convite de seguir-lhe os passos. Não exatamente porque seja impossível fazê-lo, mas porque a nossa vocação à preguiça emocional nos serve de motivo para adiar o momento da mudança obrigatória a quem se considere seguidor dos seus passos. A todos que usufruímos com facilidade a palavra para falar a respeito de Jesus fica o chamado: que tal começarmos a seguir os seus passos?     

¹ editorial do programa Antena Espírita de 16.04.2017   

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