INÊS
SABINO Pinho Maia *
1.Agradeço, meu filho, a glória que me
deste,
O mármore custoso, o
imponente jazigo,
A legenda piedosa, as flores
que bendigo,
A oração da saudade, a
sombra do cipreste...
Mas afasta de nós a pompa
que me veste!
6.Este luxo no chão é miséria comigo...
Quero apenas o amor por
sacrossanto abrigo,
Dá-me teu coração por
tesouro celeste.
Não me busques, em vão, na
gelidez das lousas!
Transfunde-me a lembrança em
pão que reconforte
A quem viva de fel na
aflição que te espia...
Procura-me na dor do caminho
em que pousas
E esparze em tudo o bem,
porque a bênção da morte,
14.Que me acordou na luz, há-de acordar-me
um dia...
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(*) Poetisa, jornalista e romancista.
Domingos Carvalho da Silva, em sua obra Vozes Fem. da Poesia Brás., pág.
22, considerou-a merecedora de figurar num seleto grupo de poetisas da fase
pós-romântica e parnasiana. Iniciou a sua educação literária na Inglaterra.
Regressando ao Brasil ainda bem jovem, pouco depois dava a público as suas
primeiras poesias e traduzia, para o português, contos, novelas e pequenos
romances ingleses e franceses. Foi uma das escritoras que no Nordeste , em fins
do século XIX, lutou pela participação da mulher nas lides literárias, contra
um meio adverso nesse sentido. No prefácio à sua obra Impressões, Inês
Sabino Pinho Maia fez esta judiciosa observação: “Retirem-se do manto estrelado
da poesia os salpicos do ideal, que um livro de versos não passará de um
compêndio enjoativo das verdades amargas que nos rodeiam acremente por todas a
parte”. O Jornal do Commércio, do Rio, em seu úmero de 14 de setembro de
1911, destacou-lhe a “grande nobreza de sentimento”, o “espírito caridoso e
esmoler” e a real educação”. (Bahia (**), 31 de dezembro de 1853 – Rio de
Janeiro, GB, 13 de setembro de 1911).
BIBLIOGRAFIA; Ave Libertas,
poemeto; Rosas Pálidas, versos (1ª série): Impressões, versos (2ª
série); Contos e Lapidações; etc.
____
(**) Affonso Costa em “Poetas de outro
Sexo”, p. III, afirma ter ela nascido na Bahia e não em Pernambuco.
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1.
Enumeração
6.
Antítese
14.
Poliptoto: “Que me acordou..., há de acordar-te...”
Livro: “Antologia dos Imortais” -
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
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