A Terra gira, as estações
mudam, os costumes se transformam, a tecnologia avança, dias, meses, anos e
séculos se sucedem e apesar de tudo isso, a cada momento que passa aumenta a
necessidade de Jesus em nossas vidas. Faz dois mil anos que a sua história se
desenrolou nas terras do Oriente e nunca mais o mundo foi o mesmo. A sua
mensagem despertou as potencialidades inerentes a cada homem e tornou-se o
maior libelo de Paz e Harmonia interior, muito além do tempo cronológico.
Por
muitos séculos estivemos estagnados para a compreensão ampla do seu legado.
Aludimos aos seus pretensos milagres, discutimos as incongruências do seu
nascimento, debatemos as minúcias da sua crucificação por julgarmos esses fatos
como se fossem os mais importantes de sua romagem no planeta. Uma simples
leitura desses fatos nos mostra que nada de extraordinário poderia ser identificado
nesses relatos históricos, não passando tão somente uma biografia que se
adequaria a muitos outros missionários que passaram pelo planeta, descritos nos
diversos livros sagrados de todas as religiões. Nesse meio tempo tentamos
tornar a sua imagem exclusiva de grupos privados que se pretendiam donos de sua
marca e com isso quase perdemos o que havia de melhor da sua missão na Terra,
não fosse divino o objetivo da sua presença entre nós.
Qual seria a grande
importância de Jesus no mundo contemporâneo? A sua palavra. Aquela mesma que
Ele dissera superior à passagem do céu e da terra. Com a sua palavra Jesus
deixou um diálogo silencioso em nossas mentes. Garantiu que somos todos, parte
de um só rebanho e tranqüilizou-nos pela confirmação de que nenhum de nós se
perderia no caminho. Conseguiu de uma só vez desfazer a ilógica idéia da
salvação vinculada ao ato de apenas crer e indicou a ação em prol do outro como
única ponte entre o homem e Deus quando nos fala da Parábola do Bom Samaritano.
Jamais abonou a idéia de crenças e crendices e convidou-nos à reflexão profunda
de cada atitude ao afirmar que o Pai jamais parou de trabalhar.
Não
é de admirar que os Espíritos Superiores, que trouxeram o grande debate da vida
espiritual para o exame magistral de Allan Kardec, tenham tido o cuidado de
erigir os alicerces da nova doutrina consolidados pela genuína tradução da
mensagem do Mestre da Galiléia. Entendiam eles que não importaria iniciar a
discussão em torno da mediunidade e da reencarnação se não conseguissem
sensibilizar as inteligências encarnadas ao cultivo da prática do Bem e da
compreensão do exercício e da socialização do Amor.
Essa
a principal razão pela qual o Espiritismo não busca a hegemonia entre as
diversas crenças e não objetiva provar-se superior a qualquer outro sistema de
idéias espirituais, tampouco se propõe como tábua de salvação para quem quer
que seja. Os mentores da espiritualidade sabem que a mensagem de Jesus é aquela
mesma que foi divulgada no mundo em todos os tempos por diversos mensageiros
que trouxeram luz ao mundo designados e conhecidos com nomes respeitáveis. A
Doutrina Espírita simplesmente tem o papel de tornar claros os fatos da vida
espiritual para que mais pessoas, independente de suas afeições religiosas e de
maneira particular, possam colocar as palavras de Jesus em sua prática
cotidiana como a maior receita para a aquisição de sucesso nas atividades
humanas e conquista da própria evolução espiritual.
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editorial do programa Antena Espírita de 25.09.2016
Caro amigo Roberto Caldas,
ResponderExcluirBelo editorial. Tomar Jesus como "salvador" da Humanidade pelas religiões tradicionais, foi e é o maior equívoco cometido. Ante essa constatação, cada qual tentou adaptar melhor a sua mensagem aos seus interesses mesquinhos. Allan Kardec, partindo dessa compreensão, em o E.S.E., na Introdução, aborda essa questão e demonstra que se as religiões se prendessem aos ensinos morais do Cristo não havia a divisão que há. Jesus trouxe uma nova forma de relacionamento entre os homens. Somente isso e nada mais que isso. Simples, demasiadamente, simples. O homem complicou tudo pelo egoísmo.