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NEM SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM¹







Devidamente documentada em Lucas (IV; 04) a ocasião em que Jesus adverte aos circunstantes: “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Há de se intuir das palavras do Mensageiro da Paz a importância do alimento do corpo sem que perdesse a oportunidade para ressaltar a essencialidade da nutrição para a alma.
À parte a questão da manutenção do corpo, assaz importante, compete que se considerem os caminhos que conduzem à descoberta dos nutrientes que saciam o apetite de espiritualidade presente em cada elemento humano, o qual se apresenta de forma diversificada entre os que creem e os que buscam algo para crer. Justamente em Genesis (II: 17) se encontra a indicação dessa fonte: “... Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

É exatamente o conhecimento que possibilita ao homem a grande viagem da simplicidade aos altos investimentos do burilamento do Espírito Imortal. Foi necessário que o Ser recém promovido à condição humana saísse da comodidade que permite a ignorância para o risco da prática do livre arbítrio, jamais experimentado nos ciclos anteriormente vividos, com a amplificação de todas as possibilidades de cometimentos. Se Jesus sentenciou que “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João – VIII; 32), sendo a verdade uma busca lógica do conhecimento, eis que é dessa forma que a alma se alimenta. 
A Doutrina Espírita considera que a evolução espiritual é consequência da excursão obrigatória do Espírito pela fieira da ignorância e opcional pela fieira do mal, salientando que essa última uma vez percorrida é passageira por mais que demore a ser transformada. O processo de evolução se garante pela aquisição de duas asas a intelectual (o conhecimento) e a moral (o que fazer desse conhecimento). Sumariamente encarnamos para aprender e aprendemos para crescer espiritualmente, sendo a aquisição do amor a Deus, a si mesmo e ao próximo o coroamento desse aprendizado.
Decorre daí a extrema urgência de propalar mundo afora a mensagem progressiva e progressista dos arautos da Codificação de Allan Kardec. Importante que não se perca uma única oportunidade de brandir além das instituições, para que o mundo escute, veja e leia por todos os meios de comunicação os ensinamentos de Jesus transmudados e ampliados pela Universalidade do Ensino dos Espíritos que sem prepotência ou propriedade exclusiva da verdade retira o véu de temas que sempre confundiram a humanidade, impedindo-a de ver todas as possibilidades das leis naturais.
Aplausos a toda forma de divulgação do bem, mormente quando o planeta passa por período de convulsão intensa e mergulha num processo de arrumação moral que haverá de ser precedido, como já se percebe, por dor e pranto pelo protagonismo do mal predominante, o qual estertora seus momentos de batida em retirada do ambiente humano pela evocação do Mundo de Regeneração que se desenha no horizonte do planeta.
Comunicar o Bem é a única arma possível para que a Verdade, representando o conhecimento que venceu o mal, seja a nossa bandeira, como assim prenunciou Jesus. Divulgue-se a Doutrina espírita. Evangelize-se o mundo.  

¹ editorial do programa Antena Espírita de 11.09.2016

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