sexta-feira, 24 de outubro de 2014

TRADUTOR, TRAIDOR

             


         
Fiel à sua condição estatutária de integrante da “escola” rustenista e demonstrando concordar com o opúsculo Os Quatro Evangelhos de J.-B. Roustaing — Resposta a seus Críticos e a seus Adversários (1883), a Federação Espírita Brasileira ousou contrariar o Codificador neste ponto de A Gênese: cap. XV, n. 66. Fez registrar em nota de rodapé à tradução de G. Ribeiro os seguintes dizeres, ainda dados a público em novas edições:

            (1) Nota da Editora: Diante das comunicações e dos fenômenos surgidos após a partida de Kardec, concluiu-se que não houve realmente vão simulacro, como igualmente não houve simulacro de Jesus, após a sua morte, ao pronunciar as palavras que foram registradas por Lucas (24:39): — “Sou eu mesmo, apalpai-me e vede, porque um Espírito não tem carne nem osso, como vedes que eu tenho.”

            Os inimigos de Kardec sempre insistem em que logo após a sua morte algo de revolucionário apareceu em termos de fenômenos e de comunicações mediúnicas. Todavia, para qualquer estudioso da codificação kardeciana e, sobretudo, do vasto acervo enfeixado nos tomos da Revista Espírita, isto não é uma verdade absoluta.
            A F.E.B. não hesitou em usar o seu parque editorial para contestar o pensamento de Kardec, e sucessivas diretorias hão dado aval a este acinte, pois, como já disse, a contestação há sido reeditada. O texto consignado em Lucas 24:39 não há de ser fiel. Em nada se assemelha aos demais relatos da ressurreição de Jesus. Mesmo assim, a F.E.B. o ressalta para repreender Kardec. Trata-se da antilógica rustenista de que as Escrituras seriam infalíveis. Sob este império, os adeptos de Roustaing rejeitaram também, ainda no século 19, a tese dos espíritas para explicar o desaparecimento do corpo físico de Jesus no sepulcro:

            O corpo de Jesus era um corpo terrestre qual os nossos e, como tal, produzido pelo concurso dos dois sexos; os anjos ou espíritos superiores, tornando-o invisível, podiam subtraí-lo e o subtraíram do sepulcro no momento preciso em que, despedaçados os selos que lhe tinham sido apostos, a pedra que o fechava fora atirada para o lado. [1]

            O fato, entretanto, é que esta hipótese decorre do verdadeiro n. 67 do cap. XV de A Gênese. Kardec, ali, falou de fenômenos de transporte e de invisibilidade. E quando recomenda, já em 1869, a leitura deste seu livro para contra-argumentar a tese do corpo fluídico de Jesus, diz claramente no seu Catálogo Racional das Obras para se Fundar uma Biblioteca Espírita: “Sobre essa teoria, vide A Gênese segundo o Espiritismo, capítulo XV, ns. 64 a 68”. [2] Kardec menciona, portanto, para o capítulo XV de sua obra, a existência dos números 64 a 68. Por que a quase totalidade das traduções registra apenas os ns. 64 a 67? Curiosamente, a nova edição febiana de A Gênese, [3] assinada pelo mesmo tradutor do Catálogo supracitado, também só inclui os ns. 64 a 67.
            Em 1884, na Revista Espiritismo, de Gabriel Delanne, o biógrafo Henri Sausse já lançara questionamentos acerca da não coincidência de duas edições que cotejara de A Gênese.
Leymarie disse apenas que o fato se verificou por Sausse haver-se baseado numa edição anterior à definitiva.[4] O incontestável, no exemplo aqui tomado, é que o verdadeiro n. 67 foi retirado e o n. 68, renumerado. Por isso, não creio também na explicação do antigo secretário de Kardec, A. Desliens, [5] que atribui ao próprio mestre lionês, já quinze anos após a morte deste, essas alterações cirúrgicas em A Gênese.
            Como quer que haja sido, isto demonstra que, se não foi G. Ribeiro o mentor de tais modificações, outro decerto as fez bem antes dele. Consta que a 4.ª edição de A Gênese teve sua distribuição impedida pela morte repentina de Kardec em 31 de março, acabando a cargo da Livraria Espírita e das Ciências Psicológicas. Esta edição, revisada, corrigida e aumentada pelo autor, é que contém o texto definitivo. Impressa nas oficinas gráficas de Rouge Fréres e Cie., foi entregue em abril de 1869. Segundo F. Barrera, “uns meses mais tarde sai à venda, sob a responsabilidade de M. A. Desliens, diretor da Revista Espírita”, de comum acordo com “M. Bittard, gerente da livraria, e M. Tailleur”.[6]
            Desliens, em 1885, estava pressionado, decerto, não só por H. Sausse (1884), mas também pela ambiência de francos dissabores causados pelo cisma rustenista, declarado abertamente em 1883, na obra Os Quatro Evangelhos de J.-B. Roustaing — Resposta a seus Críticos e a seus adversários, e que abrigava as mais ferinas ofensas e desleais críticas ao fundador da filosofia espírita, a quem nunca Roustaing se dirigiu senão por escrito.
            O próprio Desliens confessa ao final de seu texto que, ali, quer “eliminar da família espírita uma causa de desunião”. [7] Só não nos explica por que as alterações identificadas em A Gênese têm tanto em comum com o rustenismo. No que concerne ao exemplo aqui tomado, Kardec não
poderia eliminar justamente a explicação a que se propôs sobre o desaparecimento do corpo de Jesus no túmulo, até porque o mestre a menciona como integrante de sua obra, ao indicar a leitura contra argumentativa dos números 64 a 68 do cap. XV de A Gênese. F. Barrera, no sumário referente a este livro kardeciano, registra sem equívoco: “Desaparição do corpo de Jesus, 64-68”. [8]
            Quanto à nova edição febiana desta obra (10 mil exemplares, 02/2009), por Evandro Noleto Bezerra, cujo nome estampa mesmo a primeira capa, simplesmente não se sabe que edição francesa lhe serviu de base. Nada se diz ali a este respeito. Também não registra, insisto, o verdadeiro n. 67 do cap. XV de A Gênese, no que só seguiu a cartilha de G. Ribeiro. Isto, porém, não é de admirar, pois E. Bezerra considera os trabalhos deste último “irrepreensíveis”, como diz na introdução da sua Revista Espírita. Por que então os corrigiu nisto que naquilo? Qual dos dois é mais irrepreensível?
            A edição comemorativa dos 150 anos de O Livro dos Espíritos, aliás, no seu índice geral, consegue até relacionar a palavra “colônia”, inexistente na obra; remete, porém, o leitor aos ns. 234 a 236, que disto em absoluto não falam, e sim de mundos, sem vida física, servindo de habitação transitória a espíritos errantes. Intenta-se forçar a confirmação da existência, incerta para muitos, das “colônias espirituais”, como “Nosso Lar”, por exemplo.
            O Espírito São Luís referiu-se a algo que encontra um análogo nas “colônias espirituais”. Reportou-se a “mundos intermediários”, que não se confundem com os “transitórios” aqui acima comentados, porque são, segundo o presidente espiritual da S.P.E.E., “viveiros da vida eterna”, de onde os espíritos vêm à Terra para progredirem. Por sinal, o tradutor febiano E. N. Bezerra preferiu registrar “centros de formação”, ainda que “pépinières” signifique literalmente “viveiros”. [9]
            O mesmo esforço inglório se verifica no atinente à expressão “centros de força”, listada como referente ao n. 140 de O Livro dos Espíritos, onde Kardec só se reporta ao fluido vital repartido entre os órgãos físicos, havendo mais nos que são “centros ou focos de movimento” [centres ou foyers dumouvement]. Onde a locução “de força”? Ora! André Luiz, por duvidosa analogia aos chacras hindus, fala de “centros de força” no perispírito, mas isto absolutamente não corresponde ao assunto em tela.
            Na Revista Espírita de março de 1868, Instruções dos Espíritos, a consoladora exortação que um Espírito pôs nos lábios espirituais de Jesus foi alterada de “Bem-aventurados os que conhecerem meu novo nome!” para “Bem-aventurados os que conhecerem meu nome de novo!” Sempre advoguei a tese de que esse “novo nome” de Jesus é “O Espírito de Verdade”. Terá ocorrido na tradução febiana algum erro material? O fato é que “mon nouveau nom” nunca será “meu nome de novo”.
            Tradutor, traidor. Já era a antiga dita latina.
            Eis aqui abaixo, então, o verdadeiro n. 67 do cap. XV de A Gênese, desde sempre ausente das edições da F.E.B. e das demais que, em vez de traduções dos originais franceses, mais parecem ter oferecido ao rentável mercado meras versões das publicações febianas, exceção feita a esta honrosa citação:

            67. A que se reduziu o corpo carnal? Este é um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, exceto por hipóteses, pela falta de elementos suficientes para firmar uma convicção. Essa solução, aliás, é de uma importância secundária e não acrescentaria nada aos méritos do Cristo, nem aos fatos que atestam, de uma maneira bem peremptória, sua superioridade e sua missão divina. Não pode, pois, haver mais que opiniões pessoais sobre a forma como esse desaparecimento se realizou, opiniões que só teriam valor se fossem sancionadas por uma lógica rigorosa, e pelo ensino geral dos espíritos; ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção desse duplo controle. Se os espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade dos seus ensinamentos, é porque certamente ainda não chegou o momento de fazê-lo, ou porque ainda faltam conhecimentos com a ajuda dos quais se poderá resolvê-la pessoalmente. Entretanto, se a hipótese de um roubo clandestino for afastada, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade. (O Livro dos Médiuns, caps. IV e V).[10]

            Este número de A Gênese consta igualmente de sua primeira edição, como pode ser verificado em fotocópia do original, disponível na internet.[11]
            Nada disto, porém, inocenta Guillon Ribeiro, porquanto ousou, sim, em função do rustenismo, suas próprias alterações à obra de Kardec.
            1 - Registrou, em A Gênese, I, 56, que os ensinos espíritas “completam as noções
vagas que SE tinham da alma”, pois, como rustenista, era bibliólatra, e lhe pareceu errada e injusta a expressão original de Kardec, que não tinha os mesmos pruridos, afinal, as noções dadas por Jesus sobre a alma foram vagas mesmo, em função de não poderem ser de outra forma. O fato é que “complètent les notions vagues qu'IL avait données de l'âme” jamais poderá ser traduzido de forma indeterminada.

[“ELE”, e não “SE”.]

            2 - Chamou Jesus de “Senhor” e “Salvador” pelo mesmo motivo acima aduzido, distorcendo a postura kardeciana nos textos de A Gênese XV, 61; em XVII, 37, e no n. 671 de O Livro dos Espíritos. Eu não confiaria tanto num tradutor que registra “voyaient JÉSUS et le touchaient” como “viam o SENHOR e o tocavam”...  “le sens de SES paroles” como “o sentido das palavras DO SENHOR”... ou “SA doctrine” como “doutrina DO SALVADOR”...

            [“Jesus”, e não “Senhor”; “suas palavras”, e não “as palavras do Senhor”; “sua doutrina”, e não “a doutrina do Salvador”.]

            3 - Acrescentou a inexistente palavra “moral” à expressão “absoluta perfeição”, no item VI da Introdução de O Livro dos Espíritos, porquanto o rustenismo assegura que só a absoluta perfeição moral pode ser atingida, não ocorrendo o mesmo, segundo ele, com a perfeição intelectual. G. Ribeiro quis, portanto, corrigir Kardec. A nova tradução de Evandro Bezerra acertou isso, apesar de este dizer, na Introdução da Revista Espírita, que o trabalho de Guillon é irrepreensível.

            [la perfection absolue: “a perfeição absoluta”, e não “a absoluta perfeição MORAL”.]

            4 - Registrou que o arcanjo começou “por ser átomo”, e não “pelo átomo”, no n. 540 de O Livro dos Espíritos, para acomodar o texto à noção monista substancial da queda angélica, de P. Ubaldi, do qual G. Ribeiro foi tradutor e adepto entusiasta. Ora! Se digo que o arcanjo começou PELO átomo, sou dualista. O arcanjo, princípio inteligente, é espírito, e o átomo é matéria. Se digo que o arcanjo começou por SER átomo, sou monista substancialista, e creio que o arcanjo, o princípio inteligente, congelou-se no evento da queda, e passou a ser o próprio átomo, a própria matéria mais não seria, assim, que o espírito condensado pela queda. Alguns ubaldistas modernos já citam essa tradução tendenciosa de Guillon para fundamentar o ubaldismo e suas teses como compatíveis com o Espiritismo. De mais a mais, por que traduzir “par l´atome” como “por ser átomo”?

            [“começou PELO átomo”, e não “começou por SER átomo”.]

            5 - Em O Evang. Seg. o Espiritismo, XX, 5, a informação precisa de que “CHEGASTES ao tempo” se tornou em “APROXIMA-SE o tempo” porque o rustenismo defende o “final de ciclo” por catástrofes anunciadoras da volta de Cristo. Como “nada” assim tinha ocorrido, Ribeiro quis corrigir agora o Espírito de Verdade. “Vous touchez au temps” jamais poderá ser traduzido por “Aproxima-se o tempo”.

            [“atingistes, ou chegastes ao tempo”, e não “Aproxima-se o tempo”.]

            Mas não falemos apenas dos livros com chancela da “Casa-Máter”. Também houve modificações na tradução adotada pelo I.D.E. para um texto da Revista Espírita de abril de 1869, no qual Kardec, na verdade, diz que “a alma humana, emanação divina, traz em si o germe ou princípio do bem [...]”.[12] Contudo, o Sr. Salvador Gentile se arrogou a condição de mais douto em matéria de Espiritismo do que o Codificador da doutrina e acresceu ao original três palavras, transformando a sábia instrução do mestre nesta aberração filosófica: “A alma humana, emanação divina, leva nela o germe ou princípio do bem e do mal [...]”. (Grifo meu.)
            Eis o francês: “L'âme humaine, émanation divine, porte en elle le germe ou principe du bien qui est son but final”. Ante o pensamento completo de Kardec, não há dúvidas: “A alma humana, emanação divina, traz em si o germe ou princípio do bem, que é o seu objetivo final”. Como poderia o mal ser objetivo final da alma, sendo esta proveniente de Deus?
            De tudo isto, resta o aparente bem de os originais franceses se encontrarem disponíveis em meios de acesso digital pela internet a fora e, pasmem, a F.E.B. e o I.D.E. contribuíram para tanto.
Mas estejamos atentos, pois esses “originais” não constituem imagens das edições francesas, e sim digitalizações, o que pode ensejar erro material ou até manipulação. [13]



REFERÊNCIAS
[1] Os Quatro Evangelhos. Prefácio. F.E.B., 1920, p. 66.
[2] O Espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec. F.E.B., Evandro Noleto Bezerra.
[3] 10 mil exemplares, 02/2009.
[4] Cf. BARRERA, F. Resumo Analítico das Obras de Allan Kardec. São Paulo: U.S.E./Madras, 2003, p. 81.
[5] Revista Espírita, 1885, 15 de março, n.º 6, ano 28.º, pp. 169-171.
[6] Cf. Resumo Analítico das Obras de Allan Kardec. São Paulo: U.S.E./Madras, 2003, p. 80.
[7] Revista Espírita, 1885, 15 de março, n.º 6, ano 28.º, p. 171.
[8] Resumo Analítico das Obras de Allan Kardec. São Paulo: U.S.E./Madras, 2003, p. 92.
[9] Cf. Revista Espírita. Julho/1862. Hereditariedade Moral. ALEIXO. Ensaios da Hora Extrema. Sobre André Luiz. 2.1 Aspectos Terrenais do Além-Túmulo. http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2010_09_02_archive.html.)
[10] Rio de Janeiro, Léon Denis - Gráfica e Editora, 2.ª ed., março de 2008, 1.ª tiragem, do 1.º ao 3.º milheiro. Do original francês: LA GENÈSE. Les Miracles et Les Prédictions Selon Le Spiritisme.Quatrième Édition, 1868.
[11] http://books.google.com/books?id=ehc-AAAcAAJ&dq=kardec+miracles+et+les+Productions&lr=&hl=pt-BR&source=gbs_navlinks_s
[12] EDICEL. Vol. XII. p. 102-103. Trad.: Júlio Abreu Filho.
[13] Meus cumprimentos, aqui formalmente consignados, aos bons amigos Caio Cardinot, Lair Amaro Faria, Rodrigo Luz, Tiago de Lima Castro, Luciano Ferreira e Sílvia R. O. por valiosas contribuições ao corpo de informes deste capítulo.

Fonte: O Primado de Kardec - http://oprimadodekardec.blogspot.com/2011/02/capitulo-9-tradutortraidor.html

3 comentários:

  1. Prezado Sérgio Aleixo, parabéns por suas sérias observações, por sinal muito bem fundamentadas. Na obra o Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos logo no capítulo I o seguinte: As três revelações: Moisés; Cristo; o Espiritismo. Entre cada uma dessas revelações foram decorridos mais de quinze séculos, a pergunta que eu faço é de natureza bastante elementar pela sua lógica: Por que da terceira Revelação, ou seja, do Espiritismo (1857) para a Revelação da Revelação como titulou Roustaing a sua obra (1866), foram decorridos apenas nove anos? Será que os Espíritos que orientaram o Codificador perceberam que haviam cometido algum engano? Outra questão, o que levaria os Espíritos superiores que orientaram Kardec a inserir logo na introdução de O Evangelho Segundo O Espiritismo aquela observação sobre a garantia dos ensinamentos oriundos da espiritualidade, ou seja, a concordância que haja entre seus ensinamentos, feitas espontaneamente, por diferentes médiuns, estranhos uns aos outros e em diferentes lugares, conhecida como princípio da concordância universal? Veja-se que Allan Kardec publicou A Gênese em 1868, dois anos após a publicação da obra de Roustaing, portanto teve tempo suficiente para investigar os Espíritos sobre as questões levantadas naquela obra.

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  2. Me pergunto porque nós espíritas, mesmo orientados como somos, ainda tendemos a uma perspectiva fenomenológica e/ou positiva. Acabamos refletindo sobre temáticas ficcionais e não sobre os códigos éticos, independentemente de quem os construiu. É o nosso trabalho político distorcido. Acho que deve fazer parte de nossa evolução do bem ou da ausência dele.

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