domingo, 13 de maio de 2012

ESCOLA DE LÍDERES


“Você tem de jogar ideias na arena e mobilizar as pessoas. Se você não tentar, não vai chegar a lugar nenhum.”
           (Immanuel Wallerstein)

    Em 2006, integrei a chapa intitulada “Ética, Transparência e Fidelidades Espíritas”, encabeçada pelos confrades Francisco Castro e Francisco Cajazeiras, para concorrer à eleição da Federação Espírita do Estado do Ceará - FEEC, que infelizmente não saiu vitoriosa.
     O projeto do grupo, que integrou a referida chapa, contêm diretrizes norteadoras para um planejamento estratégico, que se viabilizado, promoverá sensíveis mudanças, conceituais, estruturais e doutrinárias, na dinâmica do movimento espírita cearense.
     Entendo que essas ideias não são patrimônio individual e nem do grupo, e sim do movimento espírita, pois só a ele benefícios traria. Não importa quem, mas que alguém as execute. Como afirmava Karl Max (1818-1883): "De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática."

     Portanto, decidi, a partir de hoje, semanalmente, partilhar algumas dessas ideias com outras pessoas, principalmente com os dirigentes de casas espíritas, que certamente as enriquecerão. O propósito maior é que resulte em um “canteiro de ideias” e, através dele, possamos colher diretrizes robustas para alavancar os processos de União e Unificação, fundamentais para que o Espiritismo atinja, em nosso Estado, os objetivos a que se destina: a regeneração Moral da Humanidade.
     Iniciarei com uma do 2º Pilar, de Mudanças Estruturais:

·       A FEEC COMO UMA ESCOLA DE LÍDERES
     A proposta foi ao encontro de um trecho da mensagem do Espírito Bezerra de Menezes, com o título “Atitudes de Amor”, na obra Seara Bendita, que diz o seguinte: “Os dirigentes, ricos de boa vontade e espírito cooperativo, anseiam por novos horizontes, todavia, tem faltado quem se disponha a dividir vivências ou a edificar um ambiente que se constitua verdadeira oficina de idéias e diálogo para a criação de caminhos novos.”
     A iniciativa era em um primeiro momento ampliar o número de membros da Diretoria para nove, inclusive contemplando uma Vice-Presidência para o interior do Estado e uma Diretoria para as Uniões Distritais Espíritas – UDEs.
     Estudar-se-ia, juntamente com as Instituições, a implantação de comissões doutrinárias dentro dos órgãos de extensão, buscando um estreitamento no processo de comunicação entre a Federação e as Casas Espíritas. Esse constante intercâmbio amadureceria seus integrantes, possibilitando-lhes vivências enriquecedoras que os habilitariam ao exercício de funções de direção, principalmente os da própria Federação.
     Buscar-se-ia parcerias com Instituições que desenvolvem processos na área de liderança e gestão de pessoas, para formação de expertises-multiplicadores.
     A expectativa era a de formar, em médio prazo, um “cinturão de líderes” em torno da FEEC, fazendo-a forte, coesa, representativa, legítima e acima de tudo, fraterna. Paulatinamente, iríamos adequando-a ao modelo de gestão concebido por Allan Kardec.
     Os desdobramentos dessa diretriz combateria o personalismo, o institucionalismo, o profissionalismo religioso, aos pruridos de conquistas a poderes terrestres transitórios, principais entraves para a construção dos ideais de União e Unificação nas hostes espíritas.
     Por fim, arguindo o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, faço aos espíritas cearenses um convite poético, com versos de “Tecendo a manhã”:

“Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.”
“(...)”

2 comentários:

  1. Olá querido Mestre Jorge Luiz, quanta falta sinto de beber na fonte de sua sabedoria!! Parabéns!!

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  2. Como neófita assumida, posso não entender muito das regras da FEEC, mas este 2º PILAR é muito delicado, dá a impressão de hierarquizar o espiritismo, pois até se 'adequar ao modelo de gestão', muito da essência espírita poderia se perder.
    Vemos em alguns centros que a diretoria é vitalícia, sem haver eleições, e se tem não é divulgado, sem conhecermos os dirigentes (vice, secretários, etc), e sem prestação pública de contas. Algo parecido com um 'Papado'.
    Enquanto o que Jesus nos ensinou foi o AMOR puro e simples, sem correntes, sem dogmas, sem instituições. Somente o AMOR. Por que é tão difícil? Porque ainda precisamos de hierarquias, ainda somos rebanhos e precisamos de quem nos conduza para seus 'currais'.
    Mas o Mestre Nazareno mostrou-nos que a fórmula e simples: Amar ao próximo como a nós mesmo.

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