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DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO


“Senhor Jesus! (...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos de evolução de maneira diferente.” (Espírito Emmanuel)

        Como deixei bem claro em meu último artigo, estou resgatando algumas das diretrizes que formataram o projeto do grupo “Ética, Transparência e Fidelidade Espíritas”, que postulou à Diretoria da Federação Espírita do Estado do Ceará – FEEC, em 2006.
        É importante que fique bem claro que não há de minha parte nenhum sentimento de jactância ou coisa parecida, mas apenas o desejo de semear ideias, e que elas sejam discutidas, amplificadas e possam, em momento certo, produzir os resultados expectados.
        As reflexões de hoje serão estimuladas por uma diretriz do 3º PILAR – MUDANÇAS CONJUNTURAIS:

·         REALIZAR UM DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO MOVIMENTO ESPÍRITA

        Essa diretriz foi inspirada no Fórum Gestão de Pessoas, realizado pelo Banco do Brasil em 2006, que tinha como lema “Uma Construção Compartilhada.” O resultado desse Fórum promoveu mudanças significativas na Gestão de Pessoas daquela Instituição.
     Espiriticamente, a diretriz atende ao chamamento do Espírito Ermance Dufaux, inserido no capítulo 14 da obra “Seara Bendita”:
“O contexto administrativo de nossa Seara, com raras exceções, tem agasalhado soluções e decisões que priorizam benefícios para a Doutrina e as Instituições, desconsiderando o trabalhador com suas ideias, sacrifícios, sentimentos e carências, criando inúmeras situações de indiferença e sensibilidade afetiva.”
        O diagnóstico tem o objetivo de sistematizar processos de escuta institucional, estimulando a participação dos trabalhadores para a construção de estratégias voltadas para definir ações dentro dos pilares de mudanças conceituais, conjunturais e estruturais.
      Dar-se-á em três etapas: institucional (Centro Espírita), extensional (Órgão de Extensão) e federativo (Federação). A etapa institucional, sendo a mais importante, contempla a realização de reunião com os trabalhadores onde serão acolhidas as contribuições individuais e enriquecidas com a discussão em grupo. Em cada um desses encontros haverá a eleição de um representante do grupo, que levará as críticas e sugestões de sua Casa para a etapa extensional.
        Na etapa extensional, serão compiladas, agrupadas e aprimoradas o material da etapa anterior, sem exclusões e descartes. Serão eleitos dois representantes de cada órgão informal, que entregarão os documentos que balizarão as discussões da etapa seguinte.
        Na etapa federativa, a reunião dos documentos extensionais consolidará as novas diretrizes que nortearão as ações dentro dos pilares já anunciados.
        A realização dessa metodologia, além de ser pioneira, promoveria um avanço considerável no processo de União e Unificação no movimento espírita do nosso Estado.
       Pensar estrategicamente o movimento espírita é também criar “janelas de ventilação” para arejar os atuais modelos, quase sesquicentenários de organização e gestão espíritas, adequando-os às necessidades da sociedade contemporânea e suas macrotendências, presentes na visão vanguardista de Allan Kardec em “A Gênese”, ao afirmar que “O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.”
        É preciso enxergar isso ou tornaremos o Espiritismo no Brasil numa seita estanque, em prejuízo do seu caráter evolucionista, fazendo com que o Centro Espírita não cumpra o seu papel na grande obra de restauração do Cristianismo em Espírito e Verdade.

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