Pular para o conteúdo principal

MEDIUNIDADE PEDAGÓGICA – O CASO DA IMERSÃO MULTISSENSORIAL

 


Por Maurício Zanolini

Eu uma recente reunião do grupo de mediunidade pedagógica (saiba mais sobre o grupo aqui), conversamos sobre formas de aumentar a experiência de imersão de um espírito em sua vida passada ao conversarmos como ele. Em geral, espíritos com agendas específicas estão fixados em um determinado acontecimento, fazendo com que percam temporariamente a capacidade de olhar para os outros e para si mesmos de forma empática. Sentimentos de ódio, vingança, ciúmes, são manifestações agudas do egoísmo, e quando alimentados por muito tempo, vão endurecendo e limitando a capacidade de perceber a realidade.

Diante de um espírito agressivo, acusador, arrogante, já sabemos que qualquer fala que o diminua, como por exemplo, chama-lo de pecador, caído, listar seus erros e crimes, ou vitimizar aqueles que ele persegue, apenas tem como efeito o aumento do ódio que o espírito sente, reforçando a noção distorcida que ele tem de justiça. A abordagem terapêutica para casos assim é exatamente o oposto disso.

Direcionamos então a intervenção para um angulo mais aberto, perguntando sobre o sentido existencial, sobre onde estão agora aqueles com quem ele teve laços fortes de afeto. Muitas vezes essas memórias (que podem ou não ser de outras existências) não estão claras, já que a mente do espírito está imantada a um único acontecimento ou objetivo. Para que ele possa reviver tal experiência e se sensibilizar com ela, é preciso suporte vibratório de todos os que participam do grupo, compreensão e empatia por parte daquele que fala com o espírito, mas principalmente, que a conversa conduza a memória desse espírito para uma imersão profunda. E é aí que entram os diferentes sentidos.

Indagar sobre sons e cheiros e sensações táteis, ajudam o espírito a colocar toda sua atenção no quadro que a memória apresenta, trazendo à tona sentimentos vívidos. Perceber a diferença entre a condição na qual ele se encontra no presente e a que ele viveu no passado é suficiente para balançar suas convicções, e abrir a porta para um novo capítulo. Considerando que qualquer espírito, mesmo os mais endurecidos, têm momentos passados de amor e de aconchego. É a esses momentos que podemos apelar para fazê-lo voltar a si.

O mais interessante de experiências como essa do grupo de Mediunidade Pedagógica é perceber que, se trocarmos a relação entre espírito e doutrinador pela relação educador e educando, ou pais e filhos, ou ser humano e seu próximo, a lógica da interação é exatamente a mesma. Empatia, suporte vibratório (também conhecido como AMOR), disposição para o diálogo sem julgamentos, são a porta para aprendermos. E uma experiência de imersão, onde usamos todos os nossos sentidos e vivenciamos nossas potencialidades de forma significativa, são as ferramentas que solidificam a vontade apontada para a evolução.

Comentários

  1. COMENTÁRIO ELABORADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA
    O texto, ao abordar a mediunidade pedagógica, oferece um guia essencial para lidar com espíritos em sofrimento, mas sua mensagem principal ressoa universalmente. Ele destaca a ineficácia de julgar e confrontar, propondo a empatia e a compreensão como chaves para a superação de fixações emocionais. A técnica de imersão sensorial, ao apelar para memórias de afeto, é um método engenhoso para "desbloquear" o sofrimento. A analogia final, que estende esses princípios para todas as relações humanas, solidifica a ideia de que o amor e o diálogo sem julgamentos são os pilares para o aprendizado e a evolução, tanto no plano espiritual quanto no cotidiano.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.