Pular para o conteúdo principal

AO ESCOLHER A SEMENTE, CUIDADO!

 

  


Por Roberto Caldas        

             Foi através de parábolas que Jesus advertiu quanto ao cuidado com a qualidade do plantio. Qualquer semeador previdente terá em seu plano de resultados futuros a certeza de ter selecionado de forma adequada a espécie vegetal que lançou à terra.

            Desnecessária uma inteligência complexa para se entender que é insano plantar-se uma espécie vegetal com intenção se colher-se frutos de outra variedade. A lógica mais simples é categórica que a expectativa de quem planta sementes determinadas terá obrigatória colheita relativa à escolha.

            Assim também a regra dos plantios existenciais. Não é apenas nos conceitos da Botânica que a natureza do plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória, parafraseando pensadores que tornaram esse axioma em domínio popular.  Um simples papagaio, aquela ave que repete verbetes, se ensinada a repetir impropérios e infâmias, nada terá que repassar adiante senão tais nomenclaturas lamentáveis.

            O fato de haver uma possibilidade de a humanidade conviver em associações mentais que fogem dos contextos apenas sociais, apesar desses, cujas criações intelectuais, éticas e morais afetam indivíduos e extrapolam para os grupamentos, é motivo de reflexão. Funciona como se cada pessoa fosse emissor e receptor, ao mesmo em tempo que é semeador também é terreno. Emite sementes e as recebe.

            Quais sementes transmite, quais recebe? Entre aquelas que recebe, quais permite florescer? Seria como se perguntar: se o mundo fosse (e parece que é) um extenso campo de plantio, qual o sabor e a qualidade dos frutos derivados de um determinado plantio?

            É possível semear pensamentos de ódio e aguardar o florescimento da serenidade? Faz sentido financiar a guerra e querer parecer mensageiro da paz?

            Cuidado! A lei de causa e efeito não aceita manipulações, aliás, encontra-se muito além do controle apenas da vontade de que quer que seja. O que se ensina a uma criança provavelmente será devolvido ao mundo através de um adulto mal ou bem educado, dependendo dos estímulos dos alicerces de sua educação.

A disposição licenciosa em aceitar-se preconceitos e intolerâncias em nível de convivências particulares é ovo de serpente que eclodirá mais cedo ou mais tarde para flagelo de muitos. Conceitos e princípios estão na base do comportamento de uma sociedade.

Ensinar a desarmar as mãos e as mentes é lição que penetra aos poucos, se exercitada de forma contínua e generosa. Semente e terreno são cúmplices de uma mesma ação que elabora os frutos que se deseja produzir. Colhe-se o que se semeia.

Não por acaso, Jesus ao nos falar em sementes advertiu-nos ao perigo entre o joio e o trigo (Mateus – XIII; 24 a 30) e suscitou-nos à grandiosidade da mostarda (Idem – 13; 31 e 32). Portanto, ao escolher a semente, todo cuidado é pouco. Os frutos voltarão sempre às mãos que operaram a semeadura.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.