segunda-feira, 11 de maio de 2020

COMO DIFERENCIAR DELÍRIOS DE ALUCINAÇÕES - FENÔMENOS MEDIÚNICOS - PARTE II


 
O Pensamento

Para os estudiosos vinculados às escolas mecanicistas, que conceberam o cérebro como uma máquina complexa, dotada de estados internos, o pensamento seria um desses estados semelhantes aos sentimentos. As diversas justaposições desses estados, produzidas pela ação de um estímulo específico, provocariam as mais variadas possibilidades de atuação humana; o livre-arbítrio, nessa teoria, seria uma simples ilusão.

As informações da jornalista Rita Carter, no livro já anteriormente citado, faz entender a mecânica do pensamento dentro da moderna visão da neurociência:

“Pensar não é apenas um termo genérico para o conjunto de aptidões abrigadas no cérebro. Envolve muitas delas: recordar e imaginar, em particular. Mas inclui algo que não faz parte de nenhuma outra função: o autoconhecimento. Tal aspecto do pensamento é capturado na palavra que é muitas vezes usada paro o descrever: reflexão.


 “O processamento de pensamentos é de uma certa maneira como os estágios posteriores do processamento sensorial. Assim como as várias partes de uma imagem – local, cor, formato, tamanho e assim por diante – são reunidas e integradas num todo, também nós reunimos diversas memórias e imagens e as colocamos juntas para criar um novo conceito. A grande diferença é que, enquanto a construção sensorial é inconsciente, o processamento de pensamentos é feito conscientemente. Quando o córtex frontal realiza suas tarefas, ele monitora o que está fazendo. Portanto, enquanto uma imagem simplesmente ‘chega à consciência, um conceito traz consigo o conhecimento de como veio a ser’”.

Segundo os estudos mais recentes, o pensamento, nos seus aspectos práticos, que são a manutenção de ideias e a suas manipulação, ocorrem em uma região do córtex pré-frontal dorsolateral (lado superior), que é também a região da chamada memória operacional. Nesta área são feitos os planejamentos e as escolhas das várias ações possíveis da criatura.

Dentro da abordagem espírita, o pensamento é um atributo do espírito (“O Livro dos Espíritos”, perg 89), sendo, portanto, uma ação da própria essência do ser.

Ainda do ponto de vista espiritista, o pensamento é um tipo de matéria formada por partículas de características próprias, modificando-se de conformidade com a sua individualidade, quantidade, tipo, qualidade e aplicação. É responsável pela psicosfera que envolve o espírito, interferindo no corpo físico. Portanto, teria uma expressão mais material do que se consegue perceber, sendo o agente criador de uma dimensão diferente da que trata a Física, expressando ao redor da criatura aquilo que habita em sua intimidade.

Essas partículas são manipuláveis e, de acordo com a inteligência que as conduz, podem se comportar e se direcionar de formas diversas.

O pensamento se encontra sujeito à vontade daquele que o origina. André Luiz, no livro “Evolução em Dois Mundos”, afirma:

 “A partícula do pensamento, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do espírito que a produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem e o mal”.

O pensamento emitido pode vibrar em diferentes faixas, dependendo do sentimento que o gerou. Os de vibrações mais elevadas são de alta frequência, mais etéricos, energéticos, de pequeno comprimento de onda e são originários de sentimentos derivados do amor verdadeiro, produzindo criações de expressão superior. Os de baixo padrão vibratório são mais densos, com menor teor de energia, de grande comprimento de onda e estão ligados aos sentimentos vinculados aos vícios e à matéria, presentes na maioria dos encarnados e daqueles que, desencarnados, comungam dessa esfera, mantendo uma realidade mais sombria e, provavelmente ligada ao surgimento das chamadas formas alucinatórias, observadas pelos portadores de transtornos mentais.

Segundo os estudos da Teosofia, os pensamentos criam uma série de vibrações na substância do corpo mental. Este, por sua vez, exterioriza uma fração de si mesmo, o qual vai atrair, no meio etéreo, substâncias semelhantes a si.

Quando emitem pensamentos, as estruturas sutis do espírito, em especial o corpo mental, utilizam forças, as quais demandam maior ou menor esforço, segundo as suas naturezas mais intrínsecas, produzindo resíduos de partículas mentais. Esses resíduos vão atuar tanto no próprio perispírito quanto no ambiente e nas individualidades que o sentirem. Se eles são de maior densidade, portanto, vinculados às questões mais materiais apresentarão resíduos mais tóxicos, provocando alterações ao nível do perispírito ou materializando formas-pensamentos que, pela sua inferioridade, atingirão as estruturas mais densificadas do próprio espírito ou de terceiros sintonizados com os mesmos princípios morais.

Os pensamentos de alto teor vibratório, por sua leveza e superioridade, atuam como higienizadores, causando harmonização, podendo levar à renovação do próprio perispírito, reestruturando-lhe as áreas comprometidas, proporcionando maior estado de saúde e sentimento de bem-estar.

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