Pular para o conteúdo principal

"ESPÍRITAS, AMAI-VOS..."


 
 
“Espíritas, amai-vos...”

Em 31 de março de 1869, retorna à Pátria Espiritual o magnânimo codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec. Na Sociedade de Paris, em sessão de 30 de abril de 1869, um mês após o desenlace, manifestou-se em um dos médiuns e deixou uma marcante mensagem.
Antes de iniciarmos a apresentação do seu conteúdo, urge-nos refletir sobre a importância dessa comunicação, desde que, certamente, muita coisa ele poderia dizer a respeito da doutrina que ajudou a edificar, ainda mais que teve a oportunidade gloriosa de se manifestar em tão pouco tempo decorrido de sua desencarnação. Contudo, seu trabalho específico de elaboração da parte intelectual doutrinária já tinha sido realizado com sucesso e ele precisava ressaltar, agora que se encontrava na Espiritualidade, o que é mais essencial de tudo que ajudou a trazer a lume dos sublimes ensinamentos da excelsa Doutrina do Consolador Prometida por Jesus.


Comunicação póstuma de Kardec após um mês da sua desencarnação

Vamos, então, retirar das páginas da Revista Espírita de 1969 (1) esse importante recado para conhecimento dos que ainda o desconhecem. Disse Kardec: “Venho esta noite, meus amigos, falar-vos por alguns instantes. Na última sessão não respondi; estava ocupado alhures. Nossos trabalhos como Espíritos são muito mais extensos do que podeis supor e os instrumentos de nossos pensamentos nem sempre estão disponíveis. Tenho ainda alguns conselhos a vos dar quanto à marcha que deveis seguir perante o público, com o objetivo de fazer progredir a obra a que devotei a minha vida corporal, e cujo aperfeiçoamento acompanho na erraticidade.

O que vos recomendo principalmente e antes de tudo, é a tolerância, a afeição, a simpatia de uns para com os outros e para com os incrédulos.

Quando vedes um cego na rua, o primeiro sentimento que se impõe é a compaixão. Que assim seja, também, para com os vossos irmãos cujos olhos estão velados pelas trevas da ignorância ou da incredulidade; lamentai-os, em vez de os censurar. Mostrai, por vossa doçura, a vossa resignação em suportar os males desta vida, a vossa humildade em meio às satisfações vantagens e alegrias que Deus vos envia; mostrai que há em vós um princípio superior, uma alma obediente a uma lei, a uma verdade também superior: o Espiritismo.

As brochuras, os jornais, os livros, as publicações de toda sorte são meios poderosos de introduzir a luz por toda parte, mas o mais seguro, o mais íntimo e o mais acessível a todos é o exemplo na caridade, a doçura e o amor.

Agradeço à Sociedade por ajudar os verdadeiros infortunados que lhe são indicados. Eis o bom Espiritismo, eis a verdadeira fraternidade. Ser irmãos: é ter os mesmos interesses, os mesmos pensamentos, o mesmo coração!

Espíritas, sois todos irmãos na mais santa acepção do termo. Pedindo que vos ameis uns aos outros, não faço senão lembrar a divina palavra daquele que, há mil e oitocentos anos, trouxe à Terra pela primeira vez o gérmen da igualdade. Segui a sua lei: ela é a vossa; nada fiz do que tornar mais palpáveis alguns de seus ensinamentos. Obscuro operário daquele mestre, daquele Espírito superior emanado da fonte de luz, refleti essa luz como o pirilampo reflete a claridade de uma estrela. Mas a estrela brilha nos céus e o pirilampo brilha na Terra, nas trevas. Tal é a diferença” (...).

Analisando o conteúdo da sublime mensagem

Primeiramente, o afamado codificador alude ao exemplo a ser revelado pelo profitente espírita como o mais poderoso agente de propagação doutrinária. Ressalta que a conduta do espiritista deva ser calcada na tolerância, na afeição e na simpatia junto de seus companheiros de mesmo ideal, como igualmente a compaixão pelos que seguem por outras vias religiosas e pelos incrédulos.
Kardec, quando encarnado, em pleno trabalho na codificação do Espiritismo, já considerava bem essa conduta, ratificando, em O Livro dos Médiuns, a afirmação do Espírito Erasto, dizendo que as conversões à Doutrina Espírita não se verificam através dos fatos materiais como os que se processam através da mediunidade de efeitos físicos. O que atrai as pessoas ao Espiritismo é o fato de falar aos corações, caminho que conduz às conversões sérias (2).
O comportamento adotado pelo espírita ou qualquer profitente religioso, na sociedade, tem reflexo no seio doutrinário que professa. Um exemplo atual surge à tona quando a imprensa desinformada, refletindo muita ignorância, diante de um procedimento equivocado de uma famosa pessoa portadora de poderes mediúnicos de cura, a qual pode pertencer a qualquer setor espiritualista, enquadra-a como seguidora do Espiritismo, tentando difamar nossa excelsa Doutrina.
A conduta irresponsável, condenável, de alguns religiosos pode comprometer os grupos onde atuam. Podemos citar o exemplo vergonhoso da chamada “Santa Inquisição”, instituída pelo papado, um tribunal responsável pela prisão, tortura e morte na fogueira de milhares de pessoas, acusadas principalmente de heresia e bruxaria. Esse sombrio, lamentável e bárbaro sistema, com duração em torno de sete séculos, afetou seriamente a crença cristã, cuja desfiguração, aliás, já tinha sido empreendida a partir de 313 a.C., quando o Imperador Constantino constituiu o cristianismo como religião oficial do Império Romano.
Portanto, a conduta social errada de um indivíduo realmente afeta a comunidade religiosa a qual frequenta. Kardec, já desencarnado, enfatizava a importância da reforma interior do seguidor espírita, porquanto o seu procedimento sadio representa um valioso agente de divulgação da crença que professa. Afinal, “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações” (3).
O abnegado “Mestre de Lyon”, em sua mensagem mediúnica, clama aos espíritas que tenham piedade por todos os seres que jornadeiam nos caminhos da ignorância e da incredulidade, procurando assumir a postura do homem de bem que se compadece do semelhante ao invés de censurá-lo. A pessoa pode não concordar com os pontos de vista de alguém; porém, deve, em qualquer situação, sempre respeitar o seu oponente, condição importante e fundamental para uma boa convivência. Portanto, Kardec enfatiza a deferência que deve vigorar, ao lado do exercício da gentileza, em relação à opinião do próximo, evitando sempre o conflito.
O abnegado e erudito “Mestre de Lyon” exorta o espírita a cultivar a resignação diante dos embates da vida, a revelar humildade quando assistido pelas alegrias e vantagens que surjam e sempre demonstrar obediência em todas as circunstâncias em que a Lei Divina atua, considerando a Doutrina Espírita como uma verdade superior a nos exortar à caridade, à doçura e ao amor, tendo como bandeira sempre a desfraldar a verdadeira fraternidade, unindo-nos nos “mesmos interesses, os mesmos pensamentos, o mesmo coração”, isto é, “sendo-nos irmãos”.

Jesus- “o Mestre de todos nós”



Continuando na tarefa tão gratificante de analisar a comunicação mediúnica de Kardec, em Paris, um mês decorrido do seu falecimento, defrontamo-nos, no trecho a seguir com um tesouro incomensurável: O excelso codificador revela enfaticamente a aliança definitiva da Doutrina Espírita com Jesus, colocando por terra a opinião de alguns desavisados companheiros de ideal que não aceitam ser o Espiritismo uma doutrina essencialmente cristã. Afinal, Kardec vem reafirmar do Além-Túmulo o que já sabemos pelo estudo doutrinário: "O Espiritismo é obra do Cristo que o preside..." (4); "O ensino dos Espíritos é eminentemente cristão" (5); "O verdadeiro espírita como o verdadeiro cristão são a mesma coisa" (6); "O Espiritismo vem realizar no tempo certo as promessas do Cristo" (7); "A bandeira que desfraldamos, bem alto é a do ESPIRITISMO CRISTÃO e humanitário...” (8). Para finalizar, esta obra-prima que o querido e amado Kardec não propagara por ser um Espírito Superior já destituído das paixões inferiores, mas que lhe foi endereçada, guardada em uma gaveta e publicada após sua desencarnação: "Conta conosco e conta sobretudo com a grande alma do Mestre de todos nós, que TE PROTEGE DE MODO MUITO PARTICULAR” (9) (Os grifos são nossos).
       O Mestre de todos nós, certamente, é Jesus e a sua doutrina é essencialmente libertadora e misericordiosa. O glorioso codificador, em sua mensagem póstuma, ressalta: “Espíritas, sois todos irmãos na mais santa acepção do termo. Pedindo que vos ameis uns aos outros, não faço senão lembrar a divina palavra daquele que, há mil e oitocentos anos, trouxe à Terra pela primeira vez o gérmen da igualdade. Segui a sua lei: ela é a vossa; nada fiz do que tornar mais palpáveis alguns de seus ensinamentos. Obscuro operário daquele mestre, daquele Espírito superior emanado da fonte de luz, refleti essa luz como o pirilampo reflete a claridade de uma estrela. Mas a estrela brilha nos céus e o pirilampo brilha na Terra, nas trevas. Tal é a diferença”.

“-Espíritas, amai-vos...”

Reafirmando o que a Doutrina Espírita sempre evidenciou: A caridade, o amor em ação, como a mais briosa das virtudes morais - “Fora da Caridade não há Salvação” (10), Kardec finaliza sua comunicação mediúnica, exclamando: “Ah! Quando todos os homens compreenderem o que encerram as palavras amor e caridade, não mais haverá na Terra soldados e inimigos; só haverá irmãos; não mais haverá olhares irritados e selvagens; só haverá frontes inclinadas para Deus!
“Até logo, caros amigos, e ainda obrigado, em nome daquele que não esquece o copo d’água e o óbolo da viúva”.
E, nós, espíritas, temos o dever de exercer a caridade entre nós, lembrando da exortação do Espírito da Verdade: “Espíritas! Amai-vos...” (11) e sempre salientando o Evangelho do Cristo: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?  Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (12).
Paulo de Tarso corrobora o Mestre, em passagem de magistral beleza, assim iniciada: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria” (13).
Portanto, as exortações já foram feitas. Falta agora a exemplificação.

Que o nosso querido Mestre abençoe a todos os irmãos de caminhada terrestre!



Bibliografia:

    Revista Espirita de 1869 (junho), Allan Kardec, publicada pela FEB, tradução de Evandro N. Bezerra, páginas 257-258;
    O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 98, Capítulo V, “Das Manifestações Físicas Espontâneas”,
    O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Capítulo XVII;
    Idem, pág. 36, IDE;
    O Livro dos Espíritos, Kardec, comentário da questão 222 de, pág. 152, FEB;
    O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Kardec, pág. 223, IDE);
    Idem, cap. XXIII, n° 17, pág. 281, IDE;
    O Livro dos Médiuns, Kardec, pág. 434, ED. FEB;
    Obras Póstumas, pág. 308, FEB;
    O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, Capítulo XV, item 5;
    Idem, Capítulo VI, item 5;
    O Evangelho de Mateus, Capítulo XXII, versículos 36-40, Bíblia Online;
    Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo XIII, versículos 1-2, Bíblia Online.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

ASTRÔNOMO DIZ QUE JESUS PODE TER NASCIDO EM JUNHO (*)

  Por Jorge Hessen Astrônomo diz que Jesus pode ter nascido em junho Uma pesquisa realizada por um astrônomo australiano sugere que Jesus Cristo teria nascido no dia 17 de junho e não em 25 de dezembro. De acordo com Dave Reneke, a “estrela de Natal” que, segundo a Bíblia, teria guiado os Três Reis Magos até a Manjedoura, em Belém, não apenas teria aparecido no céu seis meses mais cedo, como também dois anos antes do que se pensava. Estudos anteriores já haviam levantado a hipótese de que o nascimento teria ocorrido entre os anos 3 a.C e 1 d.C. O astrônomo explica que a conclusão é fruto do mapeamento dos corpos celestes da época em que Jesus nasceu. O rastreamento foi possível a partir de um software que permite rever o posicionamento de estrelas e planetas há milhares de anos.

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

TRÍPLICE ASPECTO: "O TRIÂNGULO DE EMMANUEL"

                Um dos primeiros conceitos que o profitente à fé espírita aprende é o tríplice aspecto do Espiritismo – ciência, filosofia e religião.             Esse conceito não se irá encontrar em nenhuma obra da codificação espírita. O conceito, na realidade, foi ditado pelo Espírito Emannuel, psicografia de Francisco C. Xavier e está na obra Fonte de Paz, em uma mensagem intitulada Sublime Triângulo, que assim se inicia:

TUDO MUDOU. E AS INSTITUIÇÕES?

  Por Orson P. Carrara Os de minha geração, nascidos nas décadas de 60 a 80 ou 90 e, claro, mesmo anteriores, lembram-se perfeitamente do formato de organização e funcionamento de uma padaria, de uma farmácia ou de um mercado, entre outros estabelecimentos comerciais. Hoje temos tais formatos completamente diferentes. O que antes era balcão único de atendimento mudou para prateleiras abertas, inclusive com auto atendimento para pagamento. Antes levávamos o pão para casa, hoje vamos à padaria tomar café para apreciar outras delícias. Farmácias normalmente eram reduzidas, hoje se multiplicaram com total mudança nos atendimentos, face às facilidades virtuais. Nem é preciso citar mais nada, todos estamos muito habituados às facilidades dos dias atuais.

UM POUCO DE CHICO XAVIER POR SUELY CALDAS SCHUBERT - PARTE II

  6. Sobre o livro Testemunhos de Chico Xavier, quando e como a senhora contou para ele do que estava escrevendo sobre as cartas?   Quando em 1980, eu lancei o meu livro Obsessão/Desobsessão, pela FEB, o presidente era Francisco Thiesen, e nós ficamos muito amigos. Como a FEB aprovou o meu primeiro livro, Thiesen teve a ideia de me convidar para escrever os comentários da correspondência do Chico. O Thiesen me convidou para ir à FEB para me apresentar uma proposta. Era uma pequena reunião, na qual estavam presentes, além dele, o Juvanir de Souza e o Zeus Wantuil. Fiquei ciente que me convidavam para escrever um livro com os comentários da correspondência entre Chico Xavier e o então presidente da FEB, Wantuil de Freitas 5, desencarnado há bem tempo, pai do Zeus Wantuil, que ali estava presente. Zeus, cuidadosamente, catalogou aquelas cartas e conseguiu fazer delas um conjunto bem completo no formato de uma apostila, que, então, me entregaram.

DIVERSIDADE SEXUAL E ESPIRITISMO - O QUE KARDEC TEM A VER COM ISSO?

            O meio espírita, por conta do viés religioso predominante, acaba encontrando certa dificuldade na abordagem do assunto sexo. Existem algumas publicações que tentam colocar o assunto em pauta; contudo, percebe-se que muitos autores tentam, ainda que indiretamente, associar a diversidade sexual à promiscuidade, numa tentativa de sacralizar a heterocisnormatividade e marginalizar outras manifestações da sexualidade; outros, quando abrem uma exceção, ressaltam os perigos da pornografia e da promiscuidade, como se fossem características exclusivas de indivíduos LGBTQI+.

VISÕES NO LEITO DE MORTE¹

Especialista no tratamento de traumas e processo de superação, Dr Julio Peres, analisa as experiências no final da vida e o impacto das visões espirituais ao enfermo e sua família, assim como para os profissionais da saúde que atuam em cuidados paliativos. De acordo com Dr. Júlio Peres, pesquisas recentes demonstram que um grande número de pessoas de distintas culturas têm relatado experiências no final da vida – originalmente chamadas na literatura por end-of-life experiences – sob a forma de visões no leito de morte, sugestivas da existência espiritual. Esta linha de pesquisa tem trazido contribuições que interessam diretamente aos profissionais que atuam com cuidados paliativos e mais especificamente, aqueles que desenvolveram a Síndrome de Burnout decorrente do esgotamento, angústia e incapacidade perante a falta de recursos para lidar com as sucessivas mortes de seus pacientes.

SOCIALISMO E ESPIRITISMO: Uma revista espírita

“O homem é livre na medida em que coloca seus atos em harmonia com as leis universais. Para reinar a ordem social, o Espiritismo, o Socialismo e o Cristianismo devem dar-se nas mãos; do Espiritismo pode nascer o Socialismo idealista.” ( Arthur Conan Doyle) Allan Kardec ao elaborar os princípios da unidade tinha em mente que os espíritas fossem capazes de tecer uma teia social espírita , de base morfológica e que daria suporte doutrinário para as Instituições operarem as transformações necessárias ao homem. A unidade de princípios calcada na filosofia social espírita daria a liga necessária à elasticidade e resistência aos laços que devem unir os espíritas no seio dos ideais do socialismo-cristão. A opção por um “espiritismo religioso” fundado pelo roustainguismo de Bezerra Menezes, através da Federação Espírita Brasileira, e do ranço católico de Luiz de Olympio Telles de Menezes, na Bahia, sufocou no Brasil o vetor socialista-cristão da Doutrina Espírita. Telles, ao ...

"FOGO FÁTUO" E "DUPLO ETÉRICO" - O QUE É ISSO?

  Um amigo indagou-me o que era “fogo fátuo” e “duplo etérico”. Respondi-lhe que uma das opiniões que se defende sobre o “fogo fátuo”, acena para a emanação “ectoplásmica” de um cadáver que, à noite ou no escuro, é visível, pela luminosidade provocada com a queima do fósforo “ectoplásmico” em presença do oxigênio atmosférico. Essa tese tenta demonstrar que um “cadáver” de um animal pode liberar “ectoplasma”. Outra explicação encontramos no dicionarista laico, definindo o “fogo fátuo” como uma fosforescência produzida por emanações de gases dos cadáveres em putrefação[1], ou uma labareda tênue e fugidia produzida pela combustão espontânea do metano e de outros gases inflamáveis que se evola dos pântanos e dos lugares onde se encontram matérias animais em decomposição. Ou, ainda, a inflamação espontânea do gás dos pântanos (fosfina), resultante da decomposição de seres vivos: plantas e animais típicos do ambiente.